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Maria Luiza

Os meninos estavam na sala assistindo desenho e eu lavando as coisas do almoço, escutei a voz do Trovão na sala e não demorou muito pros passos chegarem na cozinha. Continuei lavando a louça até sentir uma mão me agarrando pelo pescoço, Trovão segurou meu queixo e beijou o topo da minha cabeça, levantando meu rosto e me fazendo olhar pra ele.

Trovão: Valeu! - Falou me olhando e depois disso me soltou.

Malu: O que você acha que aconteceu? - Falei soltando o ar que eu nem sabia que tinha prendido quando ele chegou atrás de mim.

Trovão: Rb ligou, ele falou que foi princípio de infarto.- Falou pegando um prato.- Ela bebe, fuma pra caralho, nem se alimenta direito... Lúcia é teimosa demais.

Malu: Mas ela já tá bem? - Olhei pra ele.

Trovão: Vai ficar em observação hoje de noite, tomou um remédio e tá mais de boa, só vai ver se não dá em algum bagulho.- Terminei de lavar a louça, enxugando a mão.

Malu: Se você quiser, eu posso ficar no hospital com ela essa noite. Você me garantindo que vai olhar o Caio, eu fico sem problemas.- Ela me olhou e negou.

Trovão: O Rb vai ficar, relaxa.- Falou pegando a comida.

Malu: Então tudo bem. Eu vou descer pra casa.- Falei colocando o cabelo pra trás.

Trovão: Fica tranquila aí, vai agora não.- Falou sem me olhar.

Fiz uma careta sabendo que ele não iria ver e passei pelo trovão, que agora usava pelo menos uma bermuda mais firme. Eu fui até a sala me sentando no canto e os meninos assistiam "Carros" e pelo visto queriam assistir a todos os filmes da sequência. Eu peguei meu celular e fiquei mexendo enquanto apenas escutava, quando o Trovão veio pra sala, ele desligou o ventilador e ligou o ar condicionado, puxou o sofá transformando num sofá-cama e se jogou do meu lado, olhei pra ele esticando minhas pernas e os meninos também se esticaram.

Luiz deu um pulo e eu olhei pra ele, que foi puxar as cortinas, deixando tudo escuro. Caio me olhou animado e eu soltei uma risada, ele adorava cinema e aqui tava quase a mesma coisa.

Luiz: Só faltou pipoca e refri.- Eu olhei pra ele.

Malu: Você acabou de comer, cara. Como pode? - Brinquei.

Caio: A gente tá em fase de crescimento.- Falou como se fosse o óbvio.

Eu soltei uma risada guardando o celular e olhei pra frente, Trovão se mexeu deitando a cabeça na minha coxa e eu olhei pra ele, que colocou um braço por cima da minha perna. Ficamos assistindo o filme tranquilos, depois que o segundo filme começou, os meninos pediram pipoca e eu me levantei pra fazer. Assim que eu saí da sala, escutei a voz do Trovão e em seguida uma risada dos meninos, olhei pra trás e vi o trovão levantar rindo.

Ele apareceu na cozinha assim que eu entrei e foi direto pegar a pipoqueira que tava em cima do armário, ele colocou pra baixo e foi pegar as coisas. Eu encostei na parede esperando ele pegar as coisas e quando ele pegou, eu coloquei na pipoqueira e liguei, encostando na parede de novo.

Trovão me olhou e se aproximou de mim, eu estava de braços cruzados encostada na parede olhando pra pipoqueira. Ele parou na minha frente e segurou minha nuca me beijando, virei o rosto sentindo sua boca deslizar pela minha bochecha e ele segurou meu rosto com as duas mãos.

Malu: Para com isso.- Falei baixo, sentindo ele se aproximar mais, a ponto de eu estar encostada na parede e sentir todo seu corpo perto de mim, a única coisa que impedia ele era os meus braços cruzados.

Trovão: Para de marola. Tu quer o mermo bagulho que eu.- Falou convencido e eu dei um sorriso irônico.

Malu: Então quer dizer que você me quer? - Falei irônica e ele virou o rosto dando um sorriso, me fazendo arquear a sobrancelha.

Trovão: Até tô afim.- Falou como um tanto faz, mas a sua cara era total de cafajeste.

Neguei com a cabeça e ele passou o polegar na minha bochecha tentando me dar um selinho, virei o rosto fazendo ele suspirar contra o meu rosto e tentar me beijar novamente. Deslizei meus braços cruzados pra baixo, dando espaço pra ele se aproximar mais e senti sua ereção contra meu corpo, coloquei a mão na cintura dele e ele parecia que iria entrar em mim a qualquer momento dali.

Havia muito tempo que eu não sentia sensações tão boa por ser tocada, não era nojo, não era desdém ou raiva. Era a sensação de querer mais, de sentir ele tocar cada parte do meu corpo, de sentir ele dentro de mim. A última vez que eu havia me sentindo assim foi com o pai do Caio, e bem antes do Caio nascer.

Saí do mundo paralelo onde só existia eu e ele no momento e escutei o barulho da pipoca, tentei afastar o Trovão de mim mas ele não me soltou por um segundo. Tive que sair andando com ele me puxando pra perto sem tirar sua boca de mim, soltei uma risada finalmente saindo da sua boca e ele deslizou a mão pela minha cintura. Me fazendo rir, desliguei a pipoqueira ao ver que estava pronta e encostei no balcão, apoiando as duas mãos.

Caio: Manhê, você vai queimar a pipoca.- Gritou lá da sala.

Malu: Tô indo cara, calma.- Tentei gritar de volta.

Trovão: Aham, malucona.- Falou do meu lado e eu soltei o ar encarando ele.

Trovão soltou uma risada e eu tentei voltar a minha postura, mas ele puxou meu cabelo ao passar por mim e eu dei um tapa nele. Peguei a bacia de pipoca saindo dali e entreguei pros meninos, quando eu me sentei, escutei alguém abrindo o portão e não demorou muito pra abrirem a porta.

Vagner: Aí..- Falou assim que me viu, olhei pra ele e escutei os passos o Trovão.- E aí.

Os meninos responderam e eu também, trovão entregou o copo de refrigerante pros meninos e me entregou dois copos, deduzi ser o meu e o dele e o Vagner perguntou da mãe do Trovão.

Trovão: Vou ali em cima resolver um bagulho, rapidão. Marca um dez aí que eu troco ideia contigo.- Falou quase correndo até as escadas e eu olhei pra ele tomando refrigerante.

Vi o Trovão mexendo no pau até sair da minha vista, Vagner coçou a cabeça olhando sem entender e deu a volta de sentando no sofá, ofereci o refrigerante do Trovão pra ele e ele aceitou, dei os ombros e soltei uma risada fraca, voltando a prestar atenção na televisão, mas parecia impossível porque só existia uma coisa passando pela minha cabeça agora, e era a vontade que eu estava de dar pro Trovão.

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