Trovão.
Acabei metendo o louco e saindo dali com a Maria, sabia que era quase convite pra tomar bala, mas eu tava pouco me fudendo porque a possibilidade do Luiz tá na mão daquele filho da puta me dava todo ódio que eu precisava.
A nossa treta começou quando eu descobri que ele tava tentando matar o Robson, a gente era aliado, e o Rb era amigo do peito dele, papo de irmandade. Mas ele começou na ideia torta e aí armou uma guerra, e eu nem sabia se isso tinha sido antes ou depois da Maria.
Ela tava chorando quase morrendo do meu lado, e eu só tava sentindo ódio de todos os bagulhos possíveis. Quando subi na rocinha o bagulho tava intenso, carro tava cheio de marca de tiro já, bagulho tava de outro mundo, quando a gente entrou na casa do Perigo, só tinha a Yasmim chorando no sofá.
Trovão: O que aconteceu com meu filho? - Gritei assim que olhei pra cara dela e ela negou.
Yasmim: A gente tava na praça, eu tava de olho neles. Quando os meninos avisaram que o Peixe tava subindo, eu puxei eles pra vim pra casa, mas começou uma correria danada, tinha gente entrando na casa de morador. Eles saíram correndo e eu perdi eles de vista.- Falou chorando, toda embolada.
Malu: Você se machucou? - Falou indo pra perto dela.
Yasmim: Foi de raspão.- Falou e eu olhei pro braço dela.
Passei a mão na cabeça pegando o raidinho e convocando meus menor, mandei matar geral que tivesse no morro e subir pra cá. Tava surtando pra caralho, eu não podia ter deixado esse bagulho acontecer, deixar o Luiz na mão dos outros, vacilo do caralho meu.
Eu tava andando o tempo todo atrás de algum bagulho pra me colocar paz na mente, quando a porta abriu eu tirei a arma da cintura e apontei, botei fé que era treta, mas quando vi...
O Perigo entrando com a Júlia de cabeça pra baixo no colo dele, os moleques na frente dele morrendo de rir, e a Júlia chorando de gargalhar.
Perigo: Tá maluco, porra? Baixa esse caralho.- Gritou comigo e eu guardei.
Luiz: Pai, qual foi cara? - Falou sem entender e eu respirei aliviado.
Caio: Por que cê tá chorando, doida? - Falou correndo pra perto da Maria Luiza.
Abracei o Luiz beijando a cabeça dele e o Perigo colocou a Júlia no chão, que sentou no chão rindo, nem aí pra mãe dela que tava quase morrendo de chorar.
Yasmim: Você tá maluco? Como você pega eles e some assim? - Falou alto.
Perigo: Maluca tá tu, garota! Quanta vezes já te falei que é pra invadir qualquer casa que ver pela frente se tiver com criança no meio da invasão? - Cruzou os braços.
Caio: A gente correu pra casa da Débora, ela tava chamando a gente. Quando a gente olhou, não viu você.- Falou dando os ombros.
Luiz: Ela não quis deixar a gente sair pra procurar você, aí ela ligou pro Perigo.- Falou do meu lado e eu encarei ele.
Júlia: Eu comi muito chocolate.- Falou animada, levantando e correndo pela casa.
Eu soltei uma risada fraca olhando pra ela que parecia uma boneca, o Luiz me olhou e bateu no meu ombro.
Luiz: Vou dizer pra minha vô que você passou a noite com a tia Malu.- Falou batendo no meu ombro, tirei a carteira do bolso e deu cem reais a ele, que pegou.- Tá bom, não falo.
Caio: Ué, eu também vou dizer.- Correu pra minha frente.
Trovão: Se liga, moleque! É tu falando algum bagulho e eu te dando maior coça.- Gastei ele.
Perigo: Qual foi, Trovão? Não entendi o bagulho, fala de novo aí pô.- Falou alto.
Trovão: Gastação mano, relaxa.- Dei cem reais ao Caio também.
Perigo: Cada bagulho ruim que tu escolhe se envolver.- Falou olhando pra Maria.
Trovão: E tem outro além de mim? - Cocei a cabeça e a Maria Luiza me encarou, limpando o rosto.
Caio: Se eu te contar, tu não acredita.- Falou dando um tapa na minha barriga.
Malu: Caio! - Repreendeu ele.
Perigo; Deixa o garoto falar a verdade pô, justo ele saber.- Falou negando com a cabeça.
Desviei o olhar dele pra ela e ela semicerrou os olhos me olhando, balancei a cabeça respirando fundo e tirei o estresse da mente. Pedi pro Luiz juntar os bagulhos e fiquei esperando ele na porta da casa.
Malu: E aí, mano. Amanhã de noite eu volto, tá?! - Falou pulando nas minhas costas e eu tirei ela de cima de mim.
Trovão: Fica aqui pô, dando moral pro morro todo.- Ela parou na minha frente.
Malu: Quer que eu faça o mesmo, tendo em vista todas as garotas que você pegou esse mês? - Fiquei calado.
Ela podia rodar o morro inteiro mas não ia descobri o nome de nem uma garota que eu tinha ficado esse último mês, bagulho que eu tava tão ocupado da mente que nem me liguei nisso! Papo reto, a última que eu comi foi no dia que o Vg tomou tiro, mas esse bagulho ela nunca ia saber.
Trovão: Se tu quiser te conto e ainda te mostro foto! - Meti serinho e ela deu os ombros.
Malu: Vai ficar falando besteira? - Eu neguei, desviando o olhar.
Maria Luiza segurou meu rosto me trazendo pra perto e me mandou sentir o cheiro do pescoço dela, eu tentei me afastar mas ela me arrastou e me fez cheirar ela. Tava com o meu cheira, acabei perdendo a marra e beijei o pescoço dela, colocando a mão na cintura e puxando a safada pra perto de mim.
Luiz: Vou precisar de muito mais que cem reais.- Falou passando pela gente e dando um soco no meu ombro.
Caio: Vocês são nojentos, papo dez.- Maria Luiza encarou ele na hora.
Malu: Ih garoto, fala direito.- Me soltou.
Neguei com a cabeça batendo na mão do Caio e puxei o rosto da Malu beijando a cabeça dela, Luiz deu tchau de dentro do carro e eu saí dali com ele. No caminho de volta, os moleques falaram no raidinho que tava tranquilo já, Luiz pegou o bagulho e ficou trocando ideia com os cara, que caíram na besteira da criança fácil.
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Primeira dama
Teen FictionPor um lado temos uma mulher que sofreu de todas as formas, e a cada dia perde a fé em tudo, do outro, temos algum cabeça dura, fechado, e totalmente nem aí pra terceiros, como isso pode dar certo de alguma forma? !