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Trovão.

Me levantei tirando a garota de cima de mim e fui no banheiro, fiz meus bagulhos e sai com a blusa no ombro. De cara vi o Caio fazendo algum bagulho pra comer a Júlia com a cabeça deitada na mesa.

Trovão: Isso aí garotão, faz comida pra nós.- Apontei, sentando do lado da Júlia.

Caio: Na sua eu vou colocar pimenta.- Encarei ele e a Júlia deu uma risada.

Trovão: Tá vendo, cara? Maior falsidade comigo.- Apontei.

Perigo: Logo cedo e tu já tá igual macaco rodando né? - Falou descendo as escadas e eu encarei ele.

Trovão: Até tua filha decidir morar comigo, vai ter que aturar- Ele passou pela Júlia, batendo na mão dela.

Perigo: Tá sonhando muito alto.- Neguei com a cabeça.

Júlia: Queria ir pra praia.- Falou me olhando, eu passei a mão na cabeça e ela fez bico.

Caio: Já te falei que eles não podem ir.- Colocou o sanduíche no prato entregando pra ela.

Júlia: Então vou chamar a titia.- Deu um pulo da cadeira, correndo pro quarto.

Peguei meu celular trocando uma ideia com os moleques enquanto o Caio conversava com o Perigo e uns 10 minutos depois a Júlia voltou pulando e animada, Malu apareceu com a cara de sono atrás dela e toda feia.

Júlia: Vamos pra praia.- Falou animada e eu olhei pra Maria.

Caio: O Luiz pode ir, Trovão? - Me encarou animado.- Minha mãe cuida bem dele.

Trovão: Vai pra qual? - Olhei pra Maria, que sentou do meu lado.

Malu: Ipanema.- Falou com maior voz de morta e de sono.

Trovão; Arruma os bagulho, a gente desce pra arraial do cabo.- Perigo me encarou.- Mais tranquilo e volta amanhã.

Júlia: E você vai? - Concordei e ela sorriu.

Malu: E seu pai, Jú? Hoje é dia de ficar com ele.- Falou olhando pra ela.

Júlia: Eu falo com ele.- Deu os ombros.- Faz tempo que não vou pra praia.

Balancei a cabeça mandando mensagem pra coroa e pedi pra ela arrumar os bagulhos do Luiz, coloquei o celular em cima da mesa e beijei a cabeça da Maria que tava deitada de olhos fechados, ela abriu me encarando e sorriu.

Perigo: Aí, Trovão.- Falou sério, me afastei dela e encarei ele.- Bora ali trocar uma ideia.

Malu: Essas horas, senhor Perigo? - Eu me levantei e ele ignorou ela.

Segui ele que foi até a área da piscina e ele parou, coloquei os braços pra trás encarando ele que me olhou com a cara de filho da puta, como sempre.

Perigo: Eu posso confiar em tu mermo? - Não respondi, fiquei encarando ele.- Quantas vezes tu já colocou minha filha em caô?

Trovão: Tá maluco? Eu nunca coloquei ela em nada, ao contrário disso filho, me meti até onde não tinha nada a ver pra livrar ela.

Perigo: Aqueles três ali, são o único bagulho que eu tenho agora.- Percebi a voz dele, mermo com a cara de puto e ligando pra nada, deu pra saber que ele tava bolado.- E não aceito perder mais ninguém, tá ligado?!

Trovão: Aqui é minha família igual, Perigo! Te garanto que nunca vou deixar filho da puta chegar perto.- Ele balançou a cabeça.

Perigo: Tu tem minha confiança, moleque. E eu tô ligado que tu não vai me decepcionar.- Balancei a cabeça, olhando pra Maria que me encarava de longe, e voltei a olhar pra ele.

Trovão: Eu posso te perguntar um bagulho, agora? - Ele confirmou, me encarando.- Tu sempre teve na cola da Maria Luiza no tempo que ela fazia os bagulhos lá...- Evitei falar, mas ele entendeu.- Por que tu nunca pensou em tirar ela? Sabia que era só pagar.

Perigo: Eu já conversei esse bagulho com ela, mas vou te falar... Eu tava preso, sabia do que me passavam, e o que me falavam era que ela tava ali porque queria. Tanto que quem me falava esses bagulhos, foi morto assim que eu descobri. Quando eu saí da cela e fui atrás do bagulho, descobri o que realmente era a parada, ia tirar ela, mas tu livrou primeiro.

Trovão: Jae, saquei.- Fiz legal pra ele.

Perigo: Dá merma forma que eu confio em tu, eu desconfio fácil! Não quero ver minha filha, nem os dois moleques chorando por qualquer parada que tu fizer de errado, então se liga nas tuas atitudes!

Balancei a cabeça não falando mais nada e ele passou por mim, olhei em volta e entrei em casa. Ele só deu tchau pra eles e a Júlia foi toda carinhosa com ele que ficou resmungando, os três abraçaram ele e eu fiquei sentado, vendo ele meter o pé.

Trovão; Vai la arrumar os bagulhos pô, ainda tem que ir comprar as paradas.- Apontei pra ela, que coçou a cabeça.

Pedi tô Vg trazer o Luiz, o carro e a chave da casa, fiquei sentado lá enquanto os três tavam fazendo as paradas. Luiz chegou e eu desci pra falar com o Vg, que me encarou.

Vg: Mandei uns moleques desceram pra lá já.- Falou jogando a chave do carro e eu entreguei. chave da moto, abrindo o portão.- Vai la pô, me chama pros bagulhos mermo não.

Trovão: Ih menor, tá com ciúmes? - Falei vendo o Luiz me abraçar.- Alá, na próxima tu vai.

Vg: Passo nem perto na próxima.- Falou subindo na moto.

Trovão: Qualquer bagulho tu avisa.- Apontei e ele concordou.

Vg: O mermo pra tu, só volta pra casa com notícia que a Malu tá grávida aí.- Falou saindo.

Encarei o Luiz que revirou os olho e eu entrei com ele, o Caio já tava colocando os bagulhos pra baixo e não demorou muito pra gente meter o pé. Passei no mercado com ela e eu percebi que tava com quatro crianças ali, uns piores que os outros querendo só comprar besteira, e eu nem dei minha opinião, só fiquei observando com a Júlia no colo, porque a garota não desgrudava por nada.

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