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Maria Luiza.

Tomei um banho demorado e sai enrolada na toalha, o quarto estava vazio e eu não sabia se agradecia ou se ficava mais triste ainda.Vesti uma blusa qualquer e peguei meu celular, mandei mensagem pro Perigo perguntando aonde estava o Caio e ele falou que ia ficar com ele essa noite. Quando eu saí pra fora do quarto, tomei um susto com o Trovão fazendo malabarismo pra tentar equilibrar os copos e uma pizza, encarei ele e ele me olhou.

Trovão: E aí, quer? - Não respondi, me sentando na mesa.

Ele resmungou um palavrão e colocou as coisas em cima da mesa, o cheiro me fez agradecer e peguei um pedaço começando a comer, ele me olhou e sentou do meu lado.

Trovão: O Caio tá com o Perigo.- Falou me olhando.

Malu: Eu sei.- Respondi sem dar muita atenção a ele.

Trovão: Ainda tá muito bolada comigo? Foi mal por ter deixado o Caio escutar, claro que não foi minha intenção pô.

Malu: Não foi só culpa sua.- Falei mordendo a pizza.

Trovão: Então tá tranquila comigo? - Eu encarei ele sem paciência, Trovão levantou as mãos em rendição e se calou.

Eu comi até enjoar, agradeci aos céus até pela pizza doce que ele trouxe. Quando terminei, me levantei e fui andando pro quarto, não demorou muito pra ele vim atrás. Eu estava deitada quando o Trovão deitou do meu lado e me olhou, eu evitei encarar ele e ele passou o braço por baixo da minha cabeça.

Malu: Você estava sério com a Alicia quando a gente ficou pela primeira vez, naquele pagode? - Falei olhando pra ele e ele negou.

Trovão: Desde que eu te conheci, eu nunca voltei a ter nada sério com a Alicia. Na verdade, eu mal cheguei a ter algum bagulho sério desde que eu conheci ela.- Falou passando os dedos no meu cabelo.

Malu: Tu realmente não sabia que ela tava grávida, cara? Ela jogou assim, do nada mesmo? - Falei achando graça e ele negou.

Trovão: Quando eu cheguei hoje de manhã, ela tava me esperando. Falou altas paradas e me mostrou um teste, eu de cara me liguei que era impossível, mas dá última vez que eu fiquei com ela, ela furou a camisinha.- Falou dando uma risada debochada.

Malu: Não é possível, ninguém em sã consciência faz isso.- Neguei, achando que ele estava gastando com a minha cara, mas o Trovão estava sério, eu me sentei na cama e olhei pra ele.- Você realmente tá me falando que isso é verdade?

Trovão: É a Alicia pô, tá assustada por que? - Riu negando.

Eu encarei ele sem acreditar e fiz uma cara de nojo, cocei a cabeça e deitei novamente, tirando seu braço de perto de mim.

Malu: E como vai ser? - Perguntei curiosa.

Trovão: Mesma fita do Luiz, o único bagulho que importa é o bebê.- Falou negando com a cabeça.

Malu: Você deveria dar uma chance pra viver a família feliz dela.- Falei com deboche.

Trovão: Pra que pô? Posso construir uma contigo da hora.- Falou em tom de gastação.

Malu: Vagabunda demais pra ter uma família! - Ironizei, vendo ele se aproximar e me olhar.

Trovão: Não fica nessa, Malu.- Falou me olhando sério.- Caralho pô, papo dez. Eu nem sou de me arrepender de falar nada, mas esse bagulho tá aí martelando na minha mente.

Malu: É? Poxa, que chato né, pra mim eu amei receber elogios, não tem pra que se sentir mal.- Dei uma batidinha nos braços dele.

Trovão: Jae cara, eu tô ligado que eu errei mermo.- Falou se sentando na cama.- Se precisar de algum bagulho, fala comigo.

Encarei o Trovão que beijou minha testa e foi se levantar, deitei a cabeça pro lado vendo ele levantando e respirei fundo.

Malu: Não quero ficar sozinha hoje, você pode ficar? - Falei sem olhar pra ele.

Trovão: Papo dez mesmo? - Revirei os olhos, concordando.

No fundo eu sentia que tudo havia acontecido rápido demais hoje, que tinha tanta confusão pra resolver e se o trovão fosse uma a menos, ia ser mais fácil. Eu realmente havia ficado muito chateada com sua forma de falar, porque na real mesmo é que a gente só fala o que quer, tendo intenção ou não.

O fato dele ter me tratado como uma princesa, de ter todo cuidado, respeito e atenção, não anulava sua fala, mas de certa forma eu sentia que ele não pensava assim, porque ele poderia ter agido como um filho da puta a todo momento, mas ele não fez isso. 

Mas sério, eu estava total acabada. Isso era a coisa que eu menos iria ligar agora quando se tem meu filho sendo ingrato a mim e a merda do Ricardo querendo acabar com minha vida.

Senti a mão do Trovão no meu pescoço e ele se aproximou beijando meu cabelo, beijando minha cabeça. Trovão me puxou pra mais perto dele e eu deitei a cabeça em seu peito sentindo ele fazendo carinho em mim, enquanto sua boca estava parada no topo da minha cabeça.

Malu: O morro todo deve tá falando de mim né? - Falei com a voz abafada.

Trovão: Ouvi vários comentários aí, tinha gente falando "Ah pô, aquela Malu é gente boa pra caralho, legal demais aquela garota." Esses bagulhos assim.- Escutei a voz dele em tom de brincadeira e soltei uma risada fraca.

Malu: E o que o Trovão chorão acha da Malu? - Falei levantando a cabeça pra olhar pra ele e ele me encarou com deboche.

Trovão: Se essa história sair daqui, eu te caço, papo reto! - Falou negando com a cabeça.

Malu: Isso já é um aviso pra você fazer tudo que eu mandar. Mas responde minha pergunta.- Falei olhando pra ele.

Trovão: Te acho chata pra caralho, enjoada pra porra, uma safada.- Falou me olhando e eu semicerrei os olhos, vendo ele sorrir de lado.- Te acho da hora, papo de uma das mulheres mais fodas que eu já vi. Bonita pra caralho, e é menos chata quando quer.

Malu: É, até que tá bom.- Dei os ombro e ele se aproximou, colocando o rosto em cima do meu.

Trovão: Me deu maior chá de buceta e eu fiquei amarradão.- Falou no meu ouvido, e deu um beijo na minha bochecha.

Malu: Se manca ovo mole.- Falei vendo ele se afastar e me encarar.

Trovão soltou uma risada e eu decidi ignorar sua fala, por mais que ela chegasse a me causar um frio na barriga. Eu coloquei minha perna por cima da sua e me ajeitei, fechando os olhos, senti a respiração do trovão no meu rosto cada vez mais perto. Sua boca encostou na minha mas ele não me beijou, foi como se esperasse um consentimento.

Segurei a bochecha dele dando espaço pra um beijo e ele manteve a mão na minha barriga, nossas línguas dançavam em perfeita comunhão e parecia tudo tão bom pra ser de verdade.

Primeira dama Onde histórias criam vida. Descubra agora