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Maria Luiza.

E eu achando que iria poder dormir, acordei com meu filho literalmente gritando uma música de algum desenho qualquer enquanto tomava banho, revirei os olhos colocando o travesseiro na cabeça e quase chorei de dor de cabeça.

Malu: Para de gritar, Caio.- Gritei ele.

Caio: Para de gritar, mãe.- Gritou de volta.

Malu: Abusado.- Falei alto escutando a risada dele.

Caio: O que vamos fazer hoje? - Continuou gritando.

Eu fiquei calada esperando ele sair, ele já saiu do banheiro vestido e me olhou, me ajeitei na cama e olhei a hora no celular.

Malu: Vamos ficar quietinhos, tô cansada.- Falei vendo que tinha mensagem e ligação perdida do Trovão.

Caio: Tudo bem, depois do almoço posso descer com os moleques jogar bola? - Desviei do celular, vendo ele.

Malu: Não, pode descer com seus amigos, homenzinhos que não são chamados de moleques.- Falei em tom de deboche.

Caio: Ah, para né.- Falou revirando os olhos e saiu do quarto, eu soltei uma risada e olhei pro celular.

Havia uma chamada perdida e logo após essa chamada, duas mensagens... "Quando acordar, fala comigo." "Quero trocar uma ideia contigo."

Eu me sentei na cama e pensei, fudeu! Na minha mente eu havia feito alguma coisa de errado, ou a Alicia já tinha espalhado pro morro todo alguma coisa, ou ela tava vindo me matar. Respondi ele e fiquei esperando, quase cinco minutos depois ele ficou online, mas não me respondeu, cocei a cabeça e voltei a fechar os olhos, deitada na cama.

Tirei um cochilo e acordei com a voz do Caio e do Trovão misturadas.

Caio: Minha mãe é uma preguiçosa no domingo, sabe Trovão? Ela passa o dia na cama se deixar.- Escutei ele falando e abri os olhos.

Trovão: Ih, maior preguiçosa ela. E tu, já comeu? - Falou entrando no quarto seguido por ele.

Caio: Já, eu tô esperando os meninos passarem pra ir jogar futebol. Você deveria ir me ver lá.- Falou animado, mas desfez o sorriso aos poucos.- E o Luiz? Por que ele não vai?

Trovão: Vou trocar uma ideia com tua coroa e vou lá chamar ele, jae? - Os dois fizeram toque e Caio saiu pra sala de novo, Trovão entrou vindo na minha direção e eu levantei a cabeça.

Apesar de ter tomado banho, eu havia colocado a blusa dele e estava dormindo com ela e um short curtíssimo, ele me encarou e deu um sorriso de lado.

Malu: Aconteceu alguma coisa? - Falei passando a mão no rosto.

Trovão: Alicia tá grávida.- Falou na cara, nem enrolou ou deixou a fala menos estranha.

Malu: E você quer meus parabéns? - Falei irônica.- Posso ir dar pessoalmente a ela, não é melhor?!

Trovão: Quer ir lá comigo agora? - Falou debochando e eu me sentei na cama.

Malu: Você e uma pessoa horrível, sério mesmo! Você passou a noite toda transando comigo, como se não tivesse responsabilidade nenhuma em casa, você tinha a porra de uma mulher grávida te esperando, e você simplesmente vem no outro dia me contar, é sério?! - Falei puta, perdendo toda a paciência com toda essa história.

Trovão: Caralho, se manca! Tu é uma escrota mesmo, papo reto.- Apontou pra mim se levantando e o Caio entrou no quarto.

Caio: Tá tudo bem? - Me olhou e olhou pro Trovão, concordei olhando pra ele que deu os ombros.- Os meninos chegaram, tô indo.

Malu: Cuidado filho , qualquer coisa vem correndo pra casa.- Ele concordou, vindo me dar um beijo.- Não saia dá quadra pra ir pra lugar nenhum.

Ele confirmou dando tchau pro Trovão e saiu correndo, assim que escutei o portão bater, me levantei da cama e olhei pro trovão.

Malu: Eu deveria ter acreditado em mim mesma quando pensei que vocês se mereciam, eu não estava errada.- Falei amarrando o cabelo.

Trovão: Eu vim te contar o bagulho namoral, porque quando a gente ficou ontem foi maneiro pra caralho e eu não queria que tu ouvisse por outra pessoa! Vai se fuder, tu nem tem noção dos bagulhos que fala. Tu ia mermo se importar se eu soubesse? Tu é uma filha da puta, ia tá pouco se fudendo pra isso já que dá pra qualquer um.- Falou tudo muito rápido, como se tivesse explodindo ali mesmo.

Encarei o Trovão guardando cada palavra dele pra mim e balancei a cabeça, sentando na cama e olhando pra ele.

Malu: Uma filha da puta, escrota, dar pra qualquer um...- Encarei ele, senti o choro querendo vim à tona.- Tem mais alguma coisa pra completar?

Trovão: Não quis falar isso.- Falou baixo, mas sua voz ainda era de raiva.

Malu: Quis, você quis pra caralho, porque saiu com uma facilidade inexplicável! - Sorri fraco.- Parabéns trovão, conseguiu comer a puta sem precisar pagar, você realmente é foda. 

Trovão: Caralho cara, não foi minha intenção porra! Pareceu isso pra tu ontem? Eu fui filho da puta pra caralho ontem, né? Te tratei igual uma prostituta que eu só queria comer, foi assim, não foi?! - Gritou.

Senti as lágrimas descendo pelo meu rosto, eu não sabia se era de ódio, se era por estar muito nervosa ou porque estava odiando brigar com ele daquela maneira. Virei o rosto pra evitar olhar pra ele e quando eu encarei a porta do quarto, o Caio estava ali parado com cara de choro, eu engoli meu choro na hora e fui me levantar, mas o Caio saiu correndo de casa.

Trovão me olhou com maior olhão na mesma hora, parecia que toda raiva que ele demonstrava sentir havia ido embora e só restava preocupação. Eu não sabia se o Caio havia entendido, o que ele havia entendido, e como ele iria reagir a tudo, mas eu saí correndo atrás dele.

Primeira dama Onde histórias criam vida. Descubra agora