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Maria Luiza.

Uma semana havia se passado depois de todo babado com meu filho, eu continuava indo trabalhar de noite e parecia que já estava destinada a aquilo, então eu só aceitava aquela merda de vida.

Hoje era sábado, o Caio havia me pedido muito pra ir na casa do Luiz. Após descobrir que o Luiz mora com o pai e a avó, eu fiquei tanto quanto aliviada, jamais deixaria meu filho perto daquela doida, e o Trovão parecia cuidar bem do seu filho, então acabei tendo a mesma confiança que ele teve em mim nas vezes que deixou o Luiz na minha casa.

Eu estava sozinha sem falar nada, apenas assistia uma série de televisão qualquer sem graça, eu era muito sozinha longe dos meu filho. Eu até tinha colegas, mas preferia ficar quieta em casa, o espírito de mãe já havia passado por todo meu corpo.

Recebi uma mensagem, arqueei a sobrancelha e vi o nome da Eduarda estampado na tela. Revirei os olhos e abri a mensagem, ela me chamou pra ir na casa urgente. Me arrumei rápido, sai de casa e pedi pro menor avisar ao Caio, se ele aparecesse, que eu logo estaria de volta.

Subi o morro apressada e entrei na casa, subi as escadas e mal falei com as meninas. Quando eu estava subindo as escadas, o irmão do Trovão passou por mim, quando cheguei no topo dei uma discreta olhada e a Vivi sorriu, abraçando ele. Dei os ombros e segui pra sala, bati e abri a porta, entrando.

Malu: O que aconteceu? - Falei olhando pra Eduarda, caminhei até a bancada e ela me encarou logo de cara, pela primeira vez. 

Eduarda: Você está livre, Maria Luiza.- Suas palavras foram sérias, mas eu gargalhei alto.

Malu: Fala sério, se manca! O que você quer? Não vou ficar com você.- Revirei os olhos.

Eduarda: Garota, vai se foder.- Reclamou brava e eu gargalhei novamente.- Eu não tô brincando, a partir de hoje você não é mais uma das meninas.

Malu: Foi o padrinho mágico que apareceu, me concedeu três pedidos e eu não tô sabendo? - Debochei me sentando, e ela negou.

Eduarda: Pela última vez, você não é mais uma puta, pelo menos não dessa casa! - Encarei ela incrédula.- Você quer me questionar mais uma vez ou só meter o pé?

Malu: Eu não sei o que a acontecendo, mas sei que isso tá legal demais pra ser verdade. Mas vou aceitar e me preparar pro pior.- Ela jogou meu passaporte em cima da mesa e eu peguei dando um pulo, fui até ela e segurei seu rosto, lhe dando um selinho.

Eduarda me gritou um xingamento e eu saí dali sorrindo, estava feliz, estava feliz pra caralho. Mas quando comecei a descer as escadas uma surto bateu, existia alguma coisa pior do que servir de puta? Porque se existisse, seja lá qual milagre me tirou dessa, eu sentia que ia me colocar numa merda pior.

E o que eu iria fazer? Mandar todo mundo se foder e aproveitar a grana que eu estava guardando, rezar pra arrumar a merda de um emprego honesto e dormir todas as noites com meu filho, e aproveitar enquanto a bomba não explodia.

Quando passei pela porta principal alguns meninos conversavam, inclusive o irmão do Trovão. Passei por eles sorrindo e fui seguir minha direção, desci o morro animadamente e passei na padaria, comprei algumas coisas pra fazer um bolo de chocolate para o Caio, já que ele gostava muito e hoje era dia de comemorar.

Fui seguindo pra casa, e quando eu estava na rua me assustei com o foguete voando ao céu, os meninos que conversavam ali me olharam e eu abri maior olhão, quando vi que o Caio tava na porta de casa com o Trovão e o Luiz.

Andei mais rápido e abri o portão colocando os meninos pra dentro, olhei pro Trovão tendo dúvida se ele iria entrar e ele colocou a moto pra dentro.

Caio: Que susto.- Falou me olhando.

Malu: Cheguei bem na hora.- Respirei fundo e abri um sorriso.- Vou fazer bolo de chocolate pra gente, ainda bem que você tá aqui.- Falei com o Luiz que abriu maior sorrisão e o Caio me abraçou.

Luiz: A sua comida é a melhor do mundo.- Falou animado.

Caio: Vamos comemorar o que? - Eu encarei ele e não tirei meu sorriso do rosto, sempre que eu fazia algum bolo, estávamos comemorando algo.

Malu: Algo bom, vamos comemorar enquanto essa coisa boa que aconteceu não fique ruim.- Eles me olharam em dúvida e eu me assustei com a proximidade do barulho dos tiros, coloquei os meninos pra dentro e olhei pro trovão, que falava no raidinho.

E assim tive a oportunidade de ver que sua perna tava arranhada, bem machucada, até mais que o braço. Eu sabia que era por causa da queda e do Caio, olhei pros machucados e ele desligou o raidinho, me olhando.

Trovão: Tô te incomodando em algum bagulho? - Repetiu o que eu falei há uns dias atrás e eu revirei os olhos dando uma risadinha.

Eu entrei em casa e os meninos foram pro quarto, lá que tinha os brinquedos do Caio. O Trovão entrou fechando a porta e eu coloquei as coisas na cozinha, me apoiei na bancada e dei um sorriso.

Malu: Eles já jantaram, né? - Olhei pro Trovão, que sentou no sofá.

Trovão: Comeram pizza.- Deu os ombros.

Encarei ele que tava de costas pra mim e neguei com a cabeça, peguei as coisas pra fazer o bolo e me distrai fazendo as coisas. Coloquei no forno, dei uma olhada nos meninos e me sentei na sala, vendo o Trovão digitando coisas no celular todo concentrado.

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