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Maria Luiza

Acordei perto do almoço e fiz a comida, o Caio descia sozinho pra escola, aos poucos eu lhe dava um pouco de liberdade pra aprender a fazer as coisas sem mim, mas ficava com o coração apertado, por isso ainda ia buscar ele as vezes só pra ignorar o fato dele estar crescendo.

De tarde eu saí pra entregar currículo, rodei boa parte do Rio e cheguei em casa morta de cansada. Passei na escola, busquei o Caio e subi o morro com ele, enquanto subia pra casa avistei o Trovão, ele tava acompanhado de uma menina e ela dando altos sorrisos, ele apenas observando e comentando algo com ela. 

Desviei o olhar voltando a olhar pra frente e cheguei em casa. A semana passou e eu tive a mesma rotina todos os dias, no sábado iria ter uma festa pra crianças do morro, quem organizou foi o irmão do Trovão.

Caio queria muito ir, então eu desci com ele. Quando chegamos estava lotado, lotado de brinquedos e de pessoas.

— Caio! - Escutei uma voz feminina chamando por ele e me virei pra olhar juntamente dele. Era uma mulher mais velha, do lado dela tava o primo do Trovão e o próprio Trovão.

Caio: Oi tia Lúcia.- Falou indo até a mesa e abraçou ela.

Trovão: Luiz tava te procurando ein cara, ele foi comprar pipoca e logo menos tá aí.- Olhei pro trovão, que olhava pro Caio.

Caio: Posso ir atrás dele? - Me olhou.

Malu: A gente espera ele aqui.- Caio confirmou com a cabeça se sentando e eu encarei ele.

Lúcia: Senta aí também, menina. Meu filho não morde.- Olhei pra ela soltando uma risadinha e sentei do lado do trovão, o único lugar vago.

Trovão: Vai achando, velhinha.- Falou mexendo no copo que tava em cima da mesa e eu olhei de lado.

Lúcia: Por isso você é solteiro, falando essas besteiras do lado de uma mulher bonita dessas.- Eu soltei uma risada.

Trovão: Se achando né? Se toca, tu nunca ouviu dizer que gente velha mente pra caramba? - Falou em tom de brincadeira.

Vagner: De bonita só tem a cara e o corpo mermo.- Falou arrastando a cadeira pra trás e se levantando.

Malu: E de qual forma isso te incomoda? - Falei antes dele sair e ele só deu as costas dando uma risada debochada.

Lúcia: Ih gata, não escuta o que esse aí fala não! Puxou o lado maluco do pai, se eu te contar quantas vezes pedi pra minha irmã não se envolver com aquele feio do pai dele, tu não acredita! - Falou virando o copo de cerveja.

Dei uma risadinha fraca e o Trovão me encarou, eu olhei pra ele. Porém quebrei contato assim que o Luiz apareceu com o Robson, irmão do Trovão, que também olhou pra ele. O Luiz chamou o Caio pra ir brincar e eu deixei, mas fiquei total sem graça naquela mesa.

Primeira dama Onde histórias criam vida. Descubra agora