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Maria Luiza

Em menos de cinco minutos o Trovão voltou chamando a atenção do Vagner, ele se levantou e eles foram até a cozinha. Eu já tava deitada intercalando entre cochilar e assistir o filme, o Luiz também tava quase dormindo e só o Caio prestava atenção. O Vagner foi embora falando com todo mundo e o Trovão sentou do meu lado no sofá, se esticou e me chamou atenção. Ele perguntou onde tava o refrigerante e eu falei que entreguei pro Vagner, ele me xingou mas não se levantou pra pegar, falei pra ele tomar o que ainda tinha no meu copo e ele pegou.

Trovão segurou minha cabeça colocando em cima da coxa dele e invertendo os papéis, porque antes ele que estava deitado na minha coxa. Senti seus dedos passando pelo meu cabelo e me encolhi sentindo o corpo arrepiar, ele soltou um arzinho de risada pelo nariz e eu fiquei prestando atenção no filme.

Eu acabei dormindo, mas a culpa também era do Trovão que ficou mexendo no meu cabelo, na real ele tava bagunçando, porém a mão dele tava leve e mesmo ele fazendo isso pra gastar comigo, eu acabei dormindo. Quando eu acordei ele tava no mesmo lugar, o filme já tinha acabado e televisão tava desligada, eu tirei a cabeça do colo dele e me sentei, pegando meu celular.

Malu: Caraca, já são seis horas.- Falei baixo, olhei pros meninos e os dois dormiam.

Trovão: Folgada.- Falou olhando pro celular.

Malu: Você que me puxou pra perto, se manca emocionado.- Falei com voz de sono, amarrando meu cabelo.

Trovão: Só falta babar quando olha pra mim.- Falou levantando a cabeça e eu revirei os olhos.

Passei a mão no rosto e ele ficou me olhando com cara de deboche, empurrei o rosto dele pro outro lado e a mão dele já veio certeira puxando meu cabelo. Trovão ia falar alguma coisa mas alguém bateu no portão, ele se afastou se levantando e colocou a blusa no ombro, eu me levantei ajeitando minha blusa e quando fui me levantar do sofá ouvi uma gritaria, escutei o trovão falando alto e alguém entrou empurrando a porta.

Alicia: Eu vou acabar com você.- Gritou assim que me viu, o rosto dela nem se quer tinha se recuperado da surra que tomou ontem. Os meninos acordaram assustado e ela veio na minha direção, o Trovão passou pela porta e olhou pra gente.

Fiquei parada sem ter muita reação e quando ela estava quase encostando em mim, o Trovão puxou ela pra trás entrando na minha frente.

Luiz: Mãe? - Falou se encolhendo, o Caio levantou vindo pro meu lado e eu abracei ele.

Alicia: Como você deixa uma vagabunda ficar perto do nosso filho? Ela é uma prost...- A fala dela não chegou ao final porque o Trovão colocou a mão na boca dela e começou a puxar ela pra fora. 

Trovão: Tu me fez perder toda paciência, namoral mermo! - Falou arrastando ela pra fora e eu olhei pro Luiz, que tava assustado.

Luiz: Pai, mãe.- Falou com voz de choro e correu atrás deles, eu tentei ir trás mas o Caio me segurou.

Caio: Eu quero ir pra casa.- Falou me olhando.

Malu: A gente vai, deixa eu só buscar o Luiz.- Falei me soltando dele.- Senta aí e não sai.

Ele concordou sentando no sofá e eu andei rápido até a porta, quando eu botei o pé pra fora vi o Trovão dando um empurrão na Alicia, ela caiu no chão e o Luiz gritou pedindo pra ele parar, o Luiz chorava desesperadamente e correu pra perto da mãe que tava no chão. Quando o Trovão foi chegar perto do Luiz, o menino gritou pedindo pra ele pra sair de perto e o Trovão tentou puxar ele.

Luiz: Me solta, você machucou a minha mãe, eu não quero ficar com você.- Gritou.

Eu abri maior olhão vendo aquilo e eu vi a Alicia soltando um sorriso leve, depois voltando a fazer cara de dor. O trovão me olhou e foi como se ele, só de olhar, colocasse toda a culpa do que aconteceu em mim. Eu dei um passo pra trás sob seu olhar e entrei na casa pegando o Caio, saindo dali o mais rápido possível, sem nem ao certo saber como reagir.

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