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Trovão

Tava com a mente a mil, no papo de ódio e os caralho. Luiz tinha ido embora com a Alicia e eu não sabia nem onde meter a mente, tava tentando me acalmar com maconha mas o bagulho não sabia da minha mente.

Tava sendo um dia maneiro pra caralho, curtindo os bagulhos da hora com a Maria Luiza, maior gastação, maior vontade que eu tenho de pegar ela e isso só deixava o bagulho tranquilo, chegava até a esquecer as paradas que ela fazia, mesmo que as vezes batia uma neurose com isso.

Mandei moleque ficar de olho na casa da Alicia, e qualquer hora que ela levantasse a voz, ou escutasse algum bagulho diferente era pra entrar naquele caralho e arrastar meu filho de lá.

Mas não tava nada tranquilo, minha coroa tava no hospital, o Luiz não queria nem olhar na minha cara e tava com ódio. E no papo que eu acabei até colocando a Maria Luiza no meio da história que não tinha nada a ver, minha mente não parava de criar altas neuroses.

Saí de casa fumando ainda e subi na moto, parei na casa da Maria Luiza e bati no portão, encostando na moto. Ela demorou, mas quando abriu me encarou fechando a cara aos poucos.

Trovão: Aí, vim me desculpar pelo bagulho de hoje.- Falei soltando a fumaça e ela ficou calada.- Muita coisa acontecendo de uma vez, bati neurose errada.

Malu: Tudo bem.- Falou baixo.

Trovão: O garoto não pegou nada do que a Alicia disse não né? - Apontei com a cabeça e ela negou.

Malu: Meu filho não é acostumado com nada de gritaria, nem confusão. Ele odeia que qualquer pessoa tente me machucar, e já é a segunda vez que isso acontece na frente dele.- Falou me olhando soltar a fumaça.- Acho que já deu dessa cena toda pra ele.

Trovão: O Luiz quer ficar com a mãe.- Desviei o olhar dela, encarando a rua.- Tá com ódio da minha cara!

Malu: Ele é uma criança, nem sabe o que é ódio direito. Ele está bravo, você é o pai dele mas ele ainda ama a mãe, a ausência dela não fez ele amar menos, só querer mais a atenção. Te ver agindo daquele jeito com ela só bagunçou toda cabeça dele, mas vai passar.- Falou batendo os dedos no portão.

Trovão: Eu tava nervoso pra caralho, perdi cabeça ali e fiz os bagulhos sem nem pensar nele, eu vacilei demais.- Dei os ombros.- Deixa eu te dar um papo, se o Luiz chamar o Caio pra brincar com ele, melhor tu não deixar. Ela pode falar alguma coisa pro Caio, do mermo jeito que acho que ela vai colocar bagulho errado na mente do Luiz sobre tu.

Malu: O Caio disse pra mim que não quer brincar com Luiz por causa dela.- Falou séria.- Ele tem medo que ela faça alguma coisa com ele por causa de mim.

Trovão: Eu vou resolver esse bagulho logo menos. Quer descer pra comer algum bagulho com o Caio? - Falei jogando o resto do cigarro no chão.

Malu: Enquanto você continuar dando moral pra ela fazer esse tipo de coisa, pretendo ficar o mais longe de você possível.- Eu encarei ela.

Trovão: Eu dou moral pra que, garota? Tu tá falando bagulho que tu nem sabe, tu acha que eu me amarro em fazer ela fazendo essas paradas, né?

Malu: Se não gostasse, não continuaria ficando com ela mesmo depois de tudo. Mas a vida é sua, a mulher é sua e a responsabilidade é toda sua, não tenho nada a ver na real. Porém não vou permitir meu filho se manter por perto, nem eu irei ficar.- Falou dando um passo pra dentro de casa.- Boa noite, se cuida.

Encarei ela fechar o portão na minha cara e soltei uma risada debochada, passei quase um minuto achando graça dos bagulhos e fechei a cara, subi na moto e fui meter o pé dali, mas os moleques começaram a falar no raidinho que tinha inimigo subindo o morro.

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