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Maria Luiza

Desci as escadas voando e sai dali, olhei pro relógio no pulso que marcavam quase cinco horas e sai apressada, seguindo na direção da entrada do morro. Quando cheguei na porta da escola do Caio, procurei ele com os olhos e vi que ele tava na esquina conversando com o menor, um dos meninos da nossa rua. Apressei os passos e parei na frente dele, que me olhou.

Malu: Quantas vezes eu vou ter que falar que não quero você falando com ele? - Falei pro Menor, que me olhou dos pés a cabeça.

Menor: Tu tá me vendo fazer alguma coisa de errado? - Me respondeu balançando a cabeça.

Malu: Eu tô pouco me fudendo pro que tu tá fazendo, fica longe do meu filho! - Falei puxando a mão do Caio pra longe, o Caio soltou minha mão e eu olhei pra ele.- Estou cansada de repetir a mesma coisa.

Caio: Não tava fazendo nada demais, ele só me perguntou se eu estava bem.- Falou com as mãos na mochila.

Malu: Não quero aproximação, Caio.- Falei séria.

Caio: Tanto faz, não ligo.- Falou andando na minha frente, eu encarei ele e andei ao seu lado.

Malu: O que aconteceu? - Falei em um tom brava, mas estava preocupada.

Caio: Será que algum dia eu vou conhecer meu pai? Será que ele me ama, ou ele me odeia? - Parou de andar, me olhando.- Será que eu atrapalhei a vida dele, e por isso ele nunca vai mais voltar pra nós?

Malu: Caio...- Falei sentindo meu coração apertar, eu já estava péssima demais pra ter essa conversa agora.- Em casa conversamos.

Caio: Não, a gente nunca conversa quando chega em casa! - Praticamente gritou, respirei fundo tentando conter qualquer emoção e eu nem sabia o que fazer, se eu estava brava com ele, estava brava com o trovão, com a Eduarda, com o porra do pai dele.- Eu devo ter estragado a vida dele, por isso ele me odeia.

Caio saiu correndo no meio da rua e meu coração parou quando vi a moto indo pra cima dele...

Malu: Caio! - Gritei com toda minha força correndo e o homem que tava na moto desviou, fazendo o homem cair no chão e meu filho cair pra trás porque a moto ainda sim encostou dele.- Caramba, Caio!

Tentei ajudar o meu filho mas ele se levantou e saiu correndo, soltei o ar olhando pra trás e vi o trovão no chão, com cara de puto pra caralho. Estendi a mão pra ele que me ignorou e levantou, olhei pro braço e a perna dele que estavam machucadas e a única coisa que ele fez foi me encarar, levantando e subindo na moto, metendo o pé dali, enquanto eu não conseguia nem pensar no que fazer.

Primeira dama Onde histórias criam vida. Descubra agora