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Maria Luiza.

Duas semanas se passaram, eu tava aprendendo a conviver com tudo, com duas crianças, com a falta de um emprego, com a Julinha que cada dia tinha uma pequena melhora. Nos primeiros dias, ela não comia, não bebia água, nem se quer falava direito, e o Caio fez tudo que pôde por ela, ele conseguiu me ajudar com o peso porque realmente, estava tão difícil...

E sem contar, que por outro lado eu tinha uma boa garota me provocando sempre que podia. Alicia não estava pra brincadeira realmente, certa noite, o Trovão veio dormir aqui, na real era a primeira noite dele dormindo aqui, três dias após tudo acontecer.

Estávamos dormindo bem, e na verdade eu só conseguia dormir bem quando sentia ele me abraçando como se eu fosse fugir, sinceramente esse era o melhor lugar do mundo, nos braços dele. Mas, eram duas da manhã quando ela me ligou, e exatamente isso, ligou para mim.

Nem o Trovão entendeu, ela tinha o número dele, poderia ter mandando mensagem, ou feito qualquer coisa, mas foi pra mim que ela ligou, pedindo pra ele ir pra casa porque ela estava se sentindo mal. E claro que ele foi, mas eu já tinha sacado qual era a dela.

E eu estava me sentindo péssima por isso, eu estava dividida em acreditar que a Alicia estava sendo uma safada de propósito, ou acreditar que ela realmente precisava muito da presença do Trovão na vida dela, e eu que estava sendo uma namorada tóxica. A garota perdeu um filho, eu não queria entrar numa briga com ela agora.

Por isso não quis comentar nada com ele, por medo de estragar a boa parte da minha vida por agora. Mas eu sentia muito as provocações dela, mesmo que não interferisse 100% na minha relação com o Trovão, eu tentava engolir, só pra não perder a paz.

Se eu falar que após o dia em que ela me ligou, ela começou a conversar comigo? Segundo ela, queria amizade. Na visão do trovão? Era muito legal, a minha visão? Essa garota tava em busca de uma boa briga.

E eu nem culpo o trovão por não perceber o que deveria, sabe?! Ele tá mal ainda, todos os dias se se sente mal, sente culpa, imagina como seria ter a oportunidade de ser pai de novo, então a cabeça dele anda em mil lugares pra ele se acalmar.

Trovão: Tu é a primeira dama mais linda do mundo, pode pá.- Falou beijando minha cabeça assim que me viu e eu sorri.

Caio: Claro que é, é a minha mãe.- Falou revirando os olhos e abraçou ele.- Trouxe?

Trovão: Interesseiro.- Falou entregando a sacola pra ele.

Julia: Cadê o meu, Trovão? - Falou sentada no sofá e o Caio tirou os chocolates de morango, fazendo ela sorrir.

Malu: Ainda acho uma péssima ideia esse almoço, poderia ser aqui. Só sua mãe.- Comentei.

Por algum motivo, dona Lúcia achou legal fazer um almoço na casa dela e me convidar, porque agora, segundo a Alicia, somos amigas e não haveria problemas pra ela.

Não fode.

Trovão me ignorou tentando me beijar e eu só dei um selinho nele me afastando. Ele passou por mim pegando a Júlia no colo e eu reclamei como todas as vezes. Sempre que ele estava por perto colocava a Júlia no colo, até pra ir no banheiro ele levava ela no colo, e por causa disso ela vivia no costume.

Primeira dama Onde histórias criam vida. Descubra agora