10.

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"Rosa Tourinho" Ret disse calmamente. Eu me virei para olhar para ele, foi a primeira coisa que ele disse em quase dez minutos de silêncio. "Não esquece desse nome. Rosa Tourinho."

"Por que?" Eu perguntei um pouco timidamente. O pânico de antes não tinha diminuído exatamente, mas eu estava conseguindo me controlar. "Quer dizer, eu sei por que, mas... aqueles caras vão estar lá?"

Ret não olhou para mim. Tínhamos entrado em uma estrada de terra alguns minutos atrás. Estava escuro demais para eu dizer onde estávamos, mas parecia que não havia nada ao redor. Apenas árvores e uma placa ocasional que eu não conseguia ler.

Se eu estava prestes a ser assassinada, esse era o lugar perfeito para isso acontecer.

"Talvez" Ele murmurou, dando um meio encolher de ombros. "Eu não sei."

Meu estômago revirou, a náusea subindo pela minha garganta.

Ret acendeu os faróis altos, iluminando as nuvens de sujeira saindo de seus pneus. Nada. Não tinha absolutamente nada e ninguém ao nosso redor. Apenas a escuridão em que estávamos entrando.

"Tem mais alguma coisa que eu preciso saber?" Minha voz estava rouca de ansiedade e nervosismo, fazendo ela sair falhada.

"A gente se conheceu no estúdio de tatuagem," Ret disse com sua voz baixa. Ele não parecia mais nervoso, só fechado. Como se ele estivesse no seu limite também. "Você trabalha lá como recepcionista."

Eu franzi minhas sobrancelhas, adicionando meu novo emprego falso à lista mental de mentiras para lembrar. "Por que?"

"Porque você não quer que eles saibam seu verdadeiro trabalho, e eles iam estranhar se você disser que não trabalha."

Engoli em seco, concordando lentamente. "Você disse que essas pessoas trabalham com você... eles não vão saber se eu não trabalhar lá?"

"Eu criei um arquivo para você no sistema, e se algum dia perguntarem em falo que você não trabalha muito... quanto ao trabalho, isso é o de menos"

A bile subindo na minha garganta me impediu de responder.

O silêncio se estabeleceu novamente entre nós dois, exceto pelo clique suave do isqueiro de Ret enquanto ele acendia outro cigarro.

Eu juro que vou ficar com esse cheiro de maconha impregnado em mim pelo resto da minha vida, vai ser impossível me livrar disso - É menos pior que cigarro normal? Sim, mas esse excesso está me deixando tonta.

Ele olhou para mim, pegando meu olhar enquanto eu olhava para ele. "Já estamos chegando"

Sua voz era baixa e calma, de um jeito que não estou acostumada e que faz eu ter outro arrepio percorrendo meu corpo.

"Minha gata."

Ret franziu as sobrancelhas confuso enquanto virava o carro abruptamente para a direita, parando em algo que parecia uma garagem.

"O que que tem?"

"Ela precisa-" As palavras ficaram presas na minha garganta quando percebi que o carro estava desacelerando. Tínhamos chegado onde diabos estávamos indo. "Só... Se eu morrer ou acontecer alguma merda muito grande, eu preciso que a Taylor vá pra casa da Carol, eu confio nela e sei que ela vai cuidar-"

"Meu Deus do céu que drama" Ret resmungou, acelerando o ritmo em que fumava seu cigarro enquanto estacionava o carro. "Você não vai morrer, porra. Você vai ver seu rato hoje mesmo, relaxa" Sua mandíbula flexionou quando ele exalou uma tragada do cigarro, fumaça enrolando em torno de seus dentes quando ele acrescentou: "Você não tem nada melhor para se preocupar?"

TAÇAS PRO AR | FILIPE RETOnde histórias criam vida. Descubra agora