Filipe Ret, o tatuador e intolerável dono de um estúdio de tatuagem, conhece Luisa, uma menina teimosa e um tanto alheia, que simplesmente não entende a lógica por trás de suas atitudes desagradáveis, mas está determinada a descobrir.
Luisa percebe...
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"Jesus!" Ret estremeceu, colocando a mão sobre a orelha e jogando as pernas para fora da mesa de café. Taylor pulou de seu colo com um miado. "Cala a boca!"
Minha garganta estava doendo quando finalmente me acalmei, a boca ainda aberta em choque. "Por que você está no meu apartamento?"
Ret não respondeu. Ele revirou os olhos, dando uma longa tragada no cigarro, inclinando a cabeça para o teto enquanto soprava a fumaça. Meus olhos voaram de volta para a mesa de café, onde sua arma estava casualmente parada.
"Ret!" Eu gritei. "O que essa merda está fazendo dentro do meu apartamento?"
Ele me lançou um olhar. "Eu disse que ia voltar aqui hoje."
"Ok, sim!" Eu joguei minhas mãos para cima dramáticamente. "Você disse que ia vir aqui, não que ia invadir a minha casa!"
Meu corpo estava de volta todo dormente e formigando de medo - como eu geralmente me sentia sempre que ele estava perto dele. "Como você conseguiu entrar?"
"Bom ponto!" Foi sua única resposta em um tom sínico. "Se eu consigo entrar, qualquer um consegue."
"Geralmente ninguem está tentando invadir a merda da minha casa né!"
Ret apenas murmurou algo baixinho, se levantando e se espreguiçando com um gemido exagerado. "Fiquei esperando aqui quase a porra do dia todo" Ele caminhou até a cozinha, roçando meu ombro ao passar, apagando a ponta do cigarro na pia. "Seu rato é muito carente. Não parava de esfregar em mim-"
"Deixa ela em paz!"
"Ele não me deixou em paz!" Ret retrucou.
"Ela!" Eu corrigi. "Ela é uma gata e o nome dela é Taylor! Qual o seu problema?"
Eu ainda não tinha me movido do meu lugar na porta, nervosa demais para sequer dar um passo à frente. Ret parecia ter esse efeito em mim - eu estava sempre congelada, me sentindo completamente fora de mim quando estava com ele.
"Tanto faz" Ele murmurou, me olhando de cima a baixo por alguns segundos antes de abrir a porta da minha geladeira. "Come alguma coisa. A gente tem que sair."
Minha boca se abriu mais uma vez. Onde ontem a geladeira tinha só um quarto de caixa de ovos e meio pote de manteiga, hoje tinha comida lotando ela.
"Você fez isso?" Eu me virei para olhar para ele ainda me encarando. "Você que comprou tudo isso?"
"Alguém mais invadiu a porra do seu apartamento ultimamente?" Ele perguntou sem rodeios. Eu não disse nada por alguns segundos, incapaz de tirar os olhos de toda a comida, de alguma forma ainda tentando me convencer de que era real.
