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FILIPE RET P.O.V.:

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"Ela vai te matar por isso."

Meus olhos voaram na direção de Marcela. Seus pés estavam apoiados na mesa à nossa frente, as pontas de suas botas balançando para frente e para trás com a música tocando suavemente no lugar.

"Não me importo." Eu murmurei. O chiclete na minha boca tinha ficado velho e eu revirei os olhos enquanto olhava para o relógio, notando que estávamos nessa porra de concessionária de carros por mais de uma hora agora.

Marcela revirou os olhos, estendendo a mão para pegar uma bala de hortelã da tigela sobre a mesa aos seus pés. "Ela vai te matar por você nem estar consultando ela sobre isso."

"Eu consultei ela." Eu respondi despreocupadamente com um encolher de ombros. "Muitas vezes, na verdade."

"E ela concordou de bom grado?" Marcela ergueu uma sobrancelha, me lançando um meio-sorriso.

Por um momento, eu não disse nada, ponderando sobre qual seria o melhor lugar para dar a notícia pra Luisa que eu comprei um carro pra ela contra sua vontade.

Em algum lugar público provavelmente seria melhor, agora que eu sei que ela sabe usar uma arma isso me deixa meio preocupado.

Mudando de posição no meu lugar, estremecendo com a imagem dela na minha cabeça tão irritada, eu murmurei baixinho. "Aliás, obrigado." Eu me virei para olhar pra Marcela. "Por me ajudar."

O sorriso de Marcela se alargou. "Claro. Comprar presentes é minha especialidade, então que melhor maneira de passar o meu dia do que ajudar você a escolher um carro pra nossa Lu, que com certeza vai ficar puta com você-"

"-Porra, é por uma boa causa!"

"Eu queria te perguntar..." Marcela ignorou minha resposta, piscando inocentemente para mim. "Ela gostou do desenho que você fez pra ela?"

Um calor subiu pelo meu pescoço e eu limpei minha garganta, olhando para o teto. "Sim." Eu murmurei. "Ela gostou."

Eu liguei pra Marcela naquela noite em algum momento - algum momento entre depois de desenhar aquilo e quando eu estava levando pra casa da Luisa, de repente entrei em pânico que ela iria odiar o presente. Por mais doloroso que fosse, Marcela tinha sido gentil o suficiente para acalmar meus nervos e me assegurar que ela ia gostar. Ela manteve suas provocações e prometeu, depois de várias ameaças diferentes, não contar pra ninguém.

Eu tinha uma suspeita de que ela tinha contado pro Orochi, os dois incapazes de esconder seus sorrisos quando eu vi eles no dia seguinte.

"Sabe..." Marcela comentou, encostando a cabeça para trás contra a cadeira. Ela olhou para mim quando me levantei no meu assento para pegar meu celular do bolso, arrastando até chegar na conversa com a Luisa, debatendo por meio segundo se deveria ou não enviar uma mensagem pra ela. "É muito engraçado ver como você fica perto dela," Marcela continuou. "Você-"

TAÇAS PRO AR | FILIPE RETOnde histórias criam vida. Descubra agora