Filipe Ret, o tatuador e intolerável dono de um estúdio de tatuagem, conhece Luisa, uma menina teimosa e um tanto alheia, que simplesmente não entende a lógica por trás de suas atitudes desagradáveis, mas está determinada a descobrir.
Luisa percebe...
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"Luisa?"
A voz era familiar.
Ela estava me chamando de algum lugar próximo.
Não parecia estar a menos de alguns metros de distância.
Onde eu estava?
O que estava acontecendo?
"Luisa!"
Lá estava novamente.
Aquela voz.
O céu estava um roxo profundo quando olhei para cima.
Listras e uma luz branca surgindo, me deixando confusa.
Essa sempre foi a cor do céu?
"Lu!" A voz foi mais insistente desta vez. "Acorda!"
Meus olhos se abriram, as mãos agarrando os lençóis ao meu lado enquanto eu me levantava, puxando o edredom para o meu peito.
Eu rapidamente olhei ao redor do quarto escuro, me empurrando para perto da cabeceira, confusa por alguns momentos sobre onde eu estava e o que estava acontecendo.
"Ei." Meus olhos focaram na pessoa inclinada na beirada da minha cama - em Ret. Ele tinha uma mão cuidadosamente estendida em minha direção. "Tá tudo bem. Sou eu."
Pelo que pude distinguir graças aos pedaços de luz que espreitavam pelo corredor, seu cabelo estava molhado. Como se ele tivesse acabado de sair do banho.
Na verdade, todo ele estava molhado e brilhante - seu torso nu flexionando enquanto ele se aproximava um pouco.
Ele tinha um joelho equilibrado na beira da cama, sua mão apoiada no edredom ao lado das minhas pernas.
Minhas sobrancelhas se juntaram quando eu perguntei grogue: "Que horas são?"
"Umas 19h30" Ele respondeu suavemente.
"Você tá zoando!" Eu estiquei meus braços acima da minha cabeça com um gemido. "Eu dormi o dia inteiro?"
Ret inclinou a cabeça para o lado, avançando um pouco mais perto. A mão que ainda estava congelada no ar se estendeu para frente, me deixando tensa.
Ele pegou meu queixo, soltando uma risada ofegante enquanto seu polegar arrastou ao longo do canto da minha boca.
"Você baba dormindo, sabia disso?"
"O que - eu não faço isso!" Eu atirei de volta, agarrando seu pulso e puxando-o para longe de mim.
Ret apenas soltou outra risada divertida, mantendo seus olhos nos meus enquanto se levantava da cama.
"Eu estou supondo que você não comeu o dia inteiro então?" Ele se recostou na cômoda, cruzando os braços sobre o peito.
