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Este capítulo contém conteúdo sexual gráfico e temas maduros, como já foi deixado claro no início do livro!**
Ret piscou para mim do outro lado da suíte. "Oi?"
A compreensão do que eu disse - a proposta que eu ofereci - me atingiu como um golpe físico, um chute no meio da minha cara.
O que eu estava pensando?
Esse é o Ret. Filipe Ret. Meu cérebro está tão confuso com o humor dele hoje que pensou que de alguma forma isso seria uma boa ideia.
A última coisa que ele queria fazer era sentar do lado de fora comigo pra olhar as estrelas no céu, fazendo Deus sabe o quê.
"Nada! Esquece" Eu rapidamente balancei minha cabeça, limpando minha garganta. "Eu tava só-"
Ele deu um passo à frente, me pegando pelo pulso antes que eu tivesse a chance de fugir para o quarto e tentar achar alguma desculpa.
"Você quer sentar ali no terraço?"
A expressão dele era ilegível, o rosto meio inclinado para o lado enquanto ele olhava para mim. As maçãs de seu rosto brilhavam com a luz que entrava levemente do lado de fora
Bonito.
"É - sim." Dei de ombros, sentindo meu rosto esquentar. Quando Ret não disse nada, eu suavemente continuei. "Eu dormi o dia inteiro... vou ficar rolando na cama se eu for deitar agora, provavelmente só pensando sobre amanhã."
Ele respirou fundo, correndo o polegar sobre o gargalo da garrafa de vinho ainda em sua mão antes de levá-la em direção à boca.
"Tá bom!" Ele murmurou, inclinando um momento depois de tomar um grande gole do vinho. "Vamos lá."
Ele ficou apreensivo quando nós dois saímos, o ar úmido batendo nos meus ombros nus mais uma vez.
Ele não parecia nervoso, só inseguro.
Como se ele tivesse perdido a postura - a postura que ele normalmente exalava com uma certa arrogância, sumindo por alguns minutos.
Eu podia ouvir ele engolir quando nos aproximamos do parapeito de pedra. O silêncio pairava pesado entre nós dois.
Eu não sabia o que eu esperava ao convidar ele pra ficar aqui, mas pelo que eu sei, definitivamente conversar sobre algo, não ia acontecer.
Eu sabia que ele não fazia muito isso a menos que fosse provocado, normalmente de forma negativa, mas eu estava muito cansada para tentar envolver ele em algo que ele não tinha interesse em fazer.
E era por isso que eu estava dando outro gole na minha garrafa de vinho também.
Mas, diferente dele, considerando que eu nunca tive problemas em abrir minha boca para falar...
"Nem parece real." Falei com a voz mansa. Na minha visão periférica, pude ver Ret levar a garrafa de vinho de volta à boca. "A vista. O mar. As estrelas. É tudo muito lindo daqui."
Minhas mãos se fecharam ao redor do corrimão, o leve tremor em mim só visível para mim na escuridão. Eu arrastei a ponta do meu polegar sobre uma pequena rachadura na pedra.
A voz de Ret estava rouca quando ele perguntou: "Você não costuma viajar?"
Virei a cabeça, dando-lhe um olhar plano. "Sou uma pintora em um estúdio no centro de São Paulo que mal consegue pagar o aluguel na maioria dos meses." Eu respondi, soltando uma leve risada.
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TAÇAS PRO AR | FILIPE RET
Fiksi PenggemarFilipe Ret, o tatuador e intolerável dono de um estúdio de tatuagem, conhece Luisa, uma menina teimosa e um tanto alheia, que simplesmente não entende a lógica por trás de suas atitudes desagradáveis, mas está determinada a descobrir. Luisa percebe...