Filipe Ret, o tatuador e intolerável dono de um estúdio de tatuagem, conhece Luisa, uma menina teimosa e um tanto alheia, que simplesmente não entende a lógica por trás de suas atitudes desagradáveis, mas está determinada a descobrir.
Luisa percebe...
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Talvez eu tenha sido precipitada em concordar de ir pro Rio de Janeiro tão rápido. A palavra 'sim' saiu dos meus lábios apenas segundos depois que ele fez a pergunta, quaisquer pensamentos racionais sendo colocados no fundo da minha mente para mais tarde.
Eu sabia que era provavelmente para um trabalho, provavelmente por razões que eu nem queria descobrir, mas eu realmente não me importei. Eu percebi que eu gostava de passar tempo com ele demais para pensar demais no motivo que estava nos levando pra lá.
A cidade que nos uniu ainda mais durante nosso primeiro passeio por lá; a cidade que tem de origem uma língua que eu não fazia idéia que existia, mas que eu tenho escutado cada dia mais.
Então agora, uma semana depois, no lugar do meu despertador que normalmente me acordava para um dia cansativo de lidar com clientes no estúdio criticando cada pedacinho de tinta que eu tinha colocado em uma tela, eu estava sendo acordada pelo calor de outro corpo. Um calor familiar que sempre faz meu coração disparar enquanto os braços envolviam minha cintura por trás.
Eu não tinha contado pro Ret sobre meu encontro com o homem do banco. Na verdade, eu tinha esquecido quase no momento em que entramos no restaurante, considerando que minha mente estava muito preocupada se preocupando se os números que eu estava apresentando ao Daniel seriam ou não suficientes para manter o estúdio de pé.
Eu menti mais cedo quando disse pro Ret que nossos números estavam altos. Na verdade, caíram muito nos últimos meses, mas ainda assim, Daniel apenas olhou para eles algumas vezes antes de deslizar a pasta para o canto da nossa mesa com um pequeno sorriso, para o qual ele passou a redirecionar a conversa momentos depois para sua filha, a quem ele questionou por mais de uma hora sobre como ela poderia começar a ajudar mais no estúdio e como poderíamos fazer uma divisão de horários e folgas justas.
Por mais que me doesse ver Olivia tão irritada e relutante em cumprir os desejos do seu pai, sua súbita disponibilidade para trabalhar no estúdio alguns dias por semana veio em um momento perfeito. Seu primeiro turno realmente agendado era hoje, a sexta-feira em que Ret e eu estávamos decolando.
Ele me informou depois do fato, em algum momento entre a semana passada e agora, que era de fato para negócios. Ele também mencionou algo sobre como originalmente Orochi deveria ir junto, mas que havia segurança suficiente onde quer que fôssemos para permitir que ele fosse sozinho para completar o que precisava ser feito.
Na verdade, eu estava apenas meio ouvindo e eu tinha certeza que ele estava apenas meio com vontade de me dizer, considerando que essa explicação surgiu enquanto nós dois estávamos em seu sofá assistindo Modern Family, suas palavras vindo em segundo lugar enquanto eu só conseguia dar importância para sua boca e mãos que vagavam por toda a minha pele.
Muito parecido com agora, na verdade. Suas mãos deslizaram por baixo da minha camiseta e estavam alisando minha cintura enquanto eu me virava para encarar Ret, finalmente capaz de encontrar seus olhos. Um sorriso preguiçoso apareceu em seus lábios.
