Filipe Ret, o tatuador e intolerável dono de um estúdio de tatuagem, conhece Luisa, uma menina teimosa e um tanto alheia, que simplesmente não entende a lógica por trás de suas atitudes desagradáveis, mas está determinada a descobrir.
Luisa percebe...
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FILIPE RET P.O.V.:
Eu não sei dizer quando foi a última vez que me senti assim. Na verdade, não sei dizer se eu já me senti assim alguma vez antes.
A maneira esmagadora que eu sentia apertando o meu peito e a forma que minha cabeça gira quando ela olha pra mim, quando ela sorri pra mim, quando ela ri, ou mesmo quando ela só franze a testa pra mim - a última coisa sendo a que eu decidi internamente fazer acontecer o mínimo possível.
"Linda..." Eu murmurei, me divertindo com a luz do sol que entrava pelas janelas abertas ao nosso lado, inundando a cama e seu rosto. Meus dedos arrastaram suavemente sobre sua bochecha, abaixo de sua mandíbula. "Muito linda... você parece um anjo."
Lu se mexeu, inalando profundamente pelo nariz. Ela se mexeu embaixo do edredom, puxando-o até a clavícula antes de se enterrar no meu peito, suas pernas se encaixando nas minhas. "O que você tá sussurando agora, hm?" Ela disse suavemente, sua voz rouca de sono.
De alguma forma, conseguimos nos arrastar de volta para o quarto na noite passada, apesar dos apelos de Luisa para apenas ficarmos deitados no tapete, onde ficamos conversando e rindo por algumas horas.
Ela parecia uma gatinha enrolada no meu colo, recusando a se mexer quando eu sugeri que realmente dormíssemos na cama enorme e confortável do hotel, ao invés do tapete. Ela bufou com um sorriso, lentamente se levantando, seu rosto ainda um pouco corado. Sua mão deslizou na minha facilmente, como se fosse pra estar lá.
Deslizando meus braços ao redor de sua cintura, abaixei minha cabeça para encarar ela.
O movimento de seus cílios foi lento, ela olhando pra mim com cuidado seguido por um sorriso e um pequeno suspiro. "Bom dia..."
"Bom dia!" Eu repeti, o canto da minha boca levantando em um sorriso que eu não consegui segurar. "Dormiu bem?"
"Dormi bem," ela soltou um suspiro, colocando uma mão no meu peito, deslizando até meu ombro. "E você?"
Me inclinando para baixo, meus lábios pairaram a centímetros dos dela. "Dormi bem." Meu olhar voou para sua boca e depois voltou para seus olhos que estavam brilhando ao lado da brisa suave que entrava pela janela, puxando mechas de seu cabelo em suas bochechas. "Sonhei com você."
"Comigo?" Ela cantarolou, inclinando o rosto um pouco em direção ao meu. Piscando algumas vezes, eu suavemente fechei o espaço entre nós, beijando um canto de seus lábios e depois o outro, trilhando meu caminho abaixo de sua mandíbula. "O que você sonhou?"
"Com a gente." Eu disse contra sua pele. Arrepios já tinham subido por sua garganta, indo em direção a seu ombro com a sensação da minha boca contra ela. "Eu e você."
