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Gratidão por todos os comentários e feedback com taças pro ar, estou muito feliz <3
Não se esqueçam de favoritar e comentar muuito!
Amo vocês, boa leitura!

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Houve um tempo na minha vida em que o silêncio teria sido algo que eu procurava em muitos momentos. Como uma fuga para relaxar, para permitir o funcionamento da minha mente um único momento de alívio da tagarelice constante com a qual eu normalmente me cercava.

Nesta noite em particular, no entanto, o silêncio no carro entre Ret e eu era um pouco aterrorizante.

Deve ter sido cerca de 15 minutos depois que ele saiu do estacionamento e desceu a garagem, mal parando o suficiente para deixar os portões abrirem, antes que eu decidisse corajosamente abrir minha boca.

"Onde estamos indo?"

Seu lábio tinha parado de sangrar, pelo que eu podia ver, mas sua bochecha normalmente pálida estava agora com uma pontada rosada de onde eu o bati.

Eu me senti mal. Tinha sido uma reação do momento, um acúmulo de nervos da noite como um todo, e acabou explodindo pra fora de mim na hora errada.

Ele mal olhou na minha direção antes de murmurar. "Seu apartamento."

Soltei um pequeno suspiro.

Bom, pelo menos isso.

"Eu não entendi a sua reação." Eu disse calmamente. A bainha do meu vestido de repente se tornou extremamente interessante, meus dedos brincando com o tecido enquanto eu falava com a voz baixa.

"Eu só fiz uma pergunta pra ele, e pelo que ele disse, seria bom para você também. Uma vez que eu faça o que ele quer, ele me deixa em paz e a gente não tem que continuar com tudo isso."

"Você não deveria ter falado nada, não deveria ter perguntado - só deixado ele falar." Sua voz estava baixa, seu polegar batia contra o volante sem parar. "Você deu abertura pra ele mais uma vez, mostrando interesse na porra do trabalho que ele te ofereceu."

"Mas eu não tive a opção de não responder Ret, você viu. Ele me colocou em uma situação horrível, e perguntar aquilo pra ele foi a única opção que eu tive. E ele pareceu concordar com o que eu disse, com os meus argumentos-"

"Você não o conhece, Luisa" Ret gritou, batendo a mão contra o volante. O carro inteiro tremeu. "Você basicamente fez ele querer mais ainda trabalhar com você, usar você pra conseguir o que ele quer, você conseguiu piorar tudo!"

"Ele disse que não-"

"Não!" Seu corpo inteiro ficando tenso. Ele se virou para olhar para mim, os olhos brilhando com uma quantidade incrível de malícia - o suficiente para me fazer recuar. "Ele não disse nada! Você não pode confiar no que ele diz ou não, você tem que acreditar no que eu digo pra você, e eu te digo que ele está pouco se fodendo pra você!"

O começo de uma dor de cabeça de tensão tinha começado, me deixando sem forças pra tentar argumentar mais.

Meus olhos dispararam para a janela, eu não tinha energia para responder ele, e agora a insegurança e arrependimento de ter aberto minha boca está me consumindo.

Com um pequeno suspiro, empurrei a máscara que estava no meu colo na minha bolsa e abri a porta assim que chegamos.

Ret estava ocupado acendendo um cigarro quando me virei para olhar para ele.

TAÇAS PRO AR | FILIPE RETOnde histórias criam vida. Descubra agora