Capítulo 04

201 19 19
                                    

Segunda-feira feira às 18:07 na Residência Hale, Worstate (Canadá)

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Segunda-feira feira às 18:07 na Residência Hale, Worstate (Canadá).

A alvorada surgiu mais uma vez. Os raios solares tocam o tecido da minha pele, fazendo-me sentir vivo novamente. Mesmo não assumindo, existe um planejamento para mim: unir os pedaços deixados para trás, me conectar com o ambiente, as pessoas e o clima.

As imagens que borbulham em minha mente, se dissipam como uma nuvem de fumaça. Não consigo conhecê-las e nem compreender o motivo da sua existência, mas está me consumindo secretamente entre as horas. A vigente perspectiva me preenche de dúvidas. Me sinto fora do mundo, tendo que me adaptar a todo momento. Este bairro que nem conheço as faces dessas pessoas. Casas tão próximas umas das outras, como se pudessem sentir minhas lástimas e invadir casualmente meu íntimo.

Perante as horas iniciais do novo dia, desfrutei do criado-mudo e seu espaço. Inseri a cadeira numa favorável posição embora pouco vivenciada por mim. A vista panorâmica, é uma plausível tentativa de reaver meu hobbie favorito. Criar algo tão realista numa folha em branco, é como nadar a favor da maré, simplesmente com uma canoa feita de um degradável material, assemelha ser tão fácil e o certo a se fazer.

Nada que destrave as linhas invisíveis do caderno. Apenas conseguia ver uma densa nuvem escura, e que eu poderia tocá-las com minhas mãos, possuindo as visíveis cicatrizes daquele acidente. As marcas do tempo não levam consigo, permanecendo até o último suspiro e o prender do respirar. Na tentativa de afrouxar mais uma vez as amarras do tempo, minhas mãos estremeceram, como se eu pudesse perder o controle a qualquer momento. Não tinha o comando e porventura será eu a marionete mais controlável no presente.

No instante de fúria, joguei o lápis no chão. Corri em direção à cama e me espremi entre o travesseiro e corriqueiramente já estava lacrimejando. O assombro de mais uma vez o mesmo temor percorrendo meu corpo. O medo de não conseguir continuar é real, atroz e age celeremente com o rugir das horas, porventura não tenho mais tempo para o dissabor do calvário. Os dias correm e as cicatrizes continuam a todo sempre.

O dia percorreu vagarosamente. Ao menos consegui realizar à refeição da tarde na cozinha, acompanhado dos belíssimos aromas dos seus manjás. Suas habilidades com a culinária poderia ser comparada a minha em relação as ilustrações.

O ponteiro do relógio apenas se aproximava do meu primeiro dia no novo colégio. É o final do último semestre. O baile de formatura se aproxima e todos os rituais categoricamente propocionados a nós. Sempre tive as melhores notas de artes, também pratiquei aulas particulares, e esse pensamento intervém novamente aos meus pais.

Particularmente não se agradavam de minha arte, que era direcionada e dita por eles. "Isso é coisa de mulher, Mason". Era um sinal, e recusei-me a acreditar em tal falta de empatia que emanava deles. Não queria enxergar que em algum momento teria que enfrentar a desaprovação do mundo e das pessoas que aparentemente me amavam. Será eu o merecedor de tamanha barbárie humana.

Até Que O Dia Termine - Romance Gay Onde histórias criam vida. Descubra agora