Capítulo 22

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Terça-feira às 10:37 na Residência Hale, Worstate (Canadá)

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Terça-feira às 10:37 na Residência Hale, Worstate (Canadá).

Ao despertar, ele ainda estava ali. Também saberia o nome que denomina seus volúveis cachos, lábios rosados. A delineada corpulência que vigia o seu esbelto físico. Nada será como antes. Até que o dia termine nos encontraremos mais uma vez.

Não era um sonho ou lembranças criadas no meu imaginário, Jake é real. Não poderia descrever o que eu sinto por ele, porém o meu coração revela a verdade com as batidas erroneamente.

Pensei que seria ele ao abrir a porta, mas é somente Nate. Não sei o que ele planejou ou se ver o meu coração pulsando, faz parte do seu plano embora eu esteja com o medo percorrendo minhas articulações, além de paralisar meus membros e os lábios ressecados. Agora eu tenho um motivo, ele se move como as ondas, e sempre encontro-me sufocado pelas emoções que surge com a misteriosa dança.

Não consigo desenrolar os emaranhados, nem sei ligar os pontos dessa história. Por que Nate estaria aqui? Será que ele me seguiu ou encontrou meu endereço de algum modo.

É estranho vê-lo de novo e quando a luz bate sobre nossos ombros. Sem descobrir o motivo, mas me sinto seguro. Seu rosto está transpirando excessivamente, além das olheiras nos contornos dos seus olhos.

Posso notar seus punhos fechados e os olhares coléricos, relembrando anteriormente. Ambos perguntam o que está acontecendo. O mero pensamento ilusório de que eu estaria seguro em minha própria casa.

Bisbilhotando por trás do seu físico, não encontro Jake perante a minha panorâmica visão. Alex está no meu quarto. Enquanto os segundos passam de modo sorrateiro, planejo algo, qualquer escapatória que evite me deixar sobre o seu domínio novamente.

Sinto algo dentro de mim, como uma chama crescente. Por quanto tempo eu poderia me esconder entre estas paredes. Tem um mundo lá fora, esperando por mim, porventura eu tenha coragem o suficiente para questionar toda a fonte da ira.

Embora não seja o melhor momento, é como se eu sentisse a energia dele, deixando-me erguido no desvencilhar, nas tortuosas curvas que predomina nas horas. O seu singelo toque protegido pelo escuro tecido. Ainda imagino sentir sua pele deslizando na minha, também quero descobrir as cicatrizes que circulam o seu enigmático passado.

A sensação gélida predomina na região do estômago, mas me oponho a qualquer represália. Não posso permitir qualquer ação que se insurja ao meu direito de existir, viver após as conturbadas emoções.

— Vai embora! — Ordeno.

— Preciso ver o Alex! — Meus pensamentos se embaralham. Não consigo codificar as informações que me levariam a uma imediata resposta.

— Como assim? — O que ele está dizendo?

— Vou entrar!

Num lance veloz de movimento, dispus meu corpo como uma barreira, ocupando a disponível área. Sua expressão muda rapidamente. Mesmo que meu coração esteja acelerado e não entender o que está acontecendo.

Como Alex conhece o Nate? Todas as possibilidades que eu havia erguido perante os dias, sumiram. Nada poderia explicar qual tipo de relação eles possuem e se isso responderia o motivo de tal melancolia nos seus maravilhados olhos.

Seus punhos fechados e com uma iminente direção. Não temo qualquer retaliação. Vou proteger Alex das tentativas que piorem o seu estado. Sinto que estou indo de encontro ao seu passado, e a chave para todas as respostas será de quem aparentemente tentou me matar. Embora seja o responsável, que me fez conhece o proeminente das minhas emoções.

— Eu não vou pedir de novo! — Informou-me. Gesticulou a próxima ação. As misturadas emoções e o corpo numa atual frenesi.

— Terá que me matar, nada que você não tenha tentado.

Em minha direção, ele posicionou seus punhos, agarrando minha camisa na região superior. Sinto o tecido marcar as extremidades do meu pescoço e romper uma parte importante da passagem de ar.

Meus pés saem um pouco do piso, nossos olhos se encontram. Posso notar os vasos sanguíneos que circundam seus olhos, explodirem, e o órgão lacrimal, expelir um líquido estranho.

Não pensei que o veria assim, neste estado emocional. Não consigo entender a relação que possuem, mas tenho a sensação que Alex não deseja vê-lo. Anteriormente me encontrava desmaiado sobre as escuras ruas em plena noite. Ele me perseguiu e naquele instante, pensei que seria o meu último suspiro de vida.

Aparentemente minha tia não está em casa, porventura ninguém terá notado minha ausência. Não quero preocupá-la, e nem tripudiar da sua exausta mente.

— O que está esperando? — Interrogo, deixando-o livre para suas impensadas ações.

Sinto seus olhos gritarem, a madura tonalidade atingir seu ápice. Suas mãos trêmulas. Ele parece lutar contra si mesmo. Uma interna batalha entre o bem e o mal, mas não confio em nada que suas estranhas lágrimas possam mencionar. Ele ainda é um ser cruel e que não poderá apagar o seu passado.

Me deixa livre, liberando das suas fervorosas mãos. Ele me olha como se fizesse esforço para expirar o oxigênio dos seus pulmões. Não consigo distinguir o que é real, nem o que ele está fazendo aqui ou qual história ele possui com o Alex.

Tudo parece tão conturbado, sem respostas e somente teria perguntas. Com meus pés ao chão e respirando livremente, sinto meu estômago retornar ao estado normal, romper o gélido estado que não permite qualquer interação com alimentos.

Estático, nenhum sinal de qualquer fábula, me mantenho em silêncio e alerta. Velozmente sua imagem sumiu perante a limiar, deixando apenas o vácuo na paisagem. Tento captar todas as informações, relacionar os acontecimentos, porém não encontro nenhuma ligação.

Tantas questões pendentes e está acontecendo tudo tão rápido, nem consegui digerir a breve tranquilidade com as horas ao lado de Jake.

Fecho a porta e vou na direção das escadas. Os degraus parecem intermináveis, ou seja, meus pensamentos flutuando na imensidão das palavras, das imagens que dão espaço para novas prerrogativas. Cessando os degraus, sigo em direção ao quarto de Alex.

Tudo parece o mesmo de antes, mas estou vendo tudo com outros olhos. A mutável vida percorrendo por minhas íris.

Não demorou muito para que eu pudesse ficar de frente à sua porta. Estático no corredor, tentei escutar algo através da densa madeira, nenhum estrépito ou barulho foi notado, mas quero verificar com meus próprios olhos.

Sorrateiramente abri a passagem, tento não causar nenhum ruído. Ao transitar internamente no cômodo, pude admirá-lo dormindo. Por sorte, ele não acordou com as vozes lá embaixo. Enquanto o observo dormir, tento pensar em qual será o seu sonho ou se simplesmente não terá nenhuma imagem sendo formada no seu subconsciente.

Ao lado do criado-mudo, adjacente a cama, vislumbro a janela. Não têm ninguém sobre a calçada, parece tudo tão vazio desse lado do quarto, representa tão bem o que ele sente no momento.

Sem momentos para mais delongas, ao seu despertar, vou questionar sua relação com Nate. Tento imaginar sua reação, provavelmente trará uma exaustão em suas emoções, nos olhos azuis que me fizeram temer uma perda relacionada a ele.

Depois das mudanças, sobram apenas as revelações, são como provas, dicas ou até mesmo uma previsão. As perdas fecham o ciclo de uma vida. Todas as coisas são passageiras, até a folha morta que passa pela janela, pousando-a sobre os macios lençóis. 🖊️

Notas do autor: Alguém me explica o que tá acontecendo? 😮😮

Amanhã tem mais um capítulo novo para vocês!

#Fase2°/Revelações

Até Que O Dia Termine - Romance Gay Onde histórias criam vida. Descubra agora