A vida pode ser boa ou magicamente trágica, apenas precisamos saber quem seremos até que o dia termine.
Após a crise da AIDS ter causado inúmeras mortes e diante da falta de informações sobre um tratamento eficaz, o amor se tornou a cura mais acessí...
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Quinta-feira às 11:57 No Hospital Central, Worstate (Canadá).
O tempo é algo que não pode ser recuperado, o passado não pode ser mudado e a sua vida carregará para sempre, os vestígios de suas escolhas, sentimentos e pessoas que fizeram parte de sua vida, até que a última pulsação seja sentida.
Posso sentir suas pulsações com minha cabeça deitada em seu peito. Meu coração se entristece com o tempo que está terminando para nós. Não consigo imaginar quanta dor física ele está sentindo, mas pelo menos, suas emoções irão descansar, e ele saberá que não irá partir sem o meu perdão.
Não posso imaginar a quanto tempo ele está a minha procura, e não pensei que seria o nosso último encontro. Eu tenho medo, medo de deixar todas as coisas para trás, Mason, eu o amo tanto. E não poderia permitir ir sem fazê-lo feliz por bons longos anos.
A dor se usufrui de nós dois, é cruel, não conseguir ajudá-lo ou diminuir a sua dor. Haley foi a primeira pessoa por quem me apaixonei, e mesmo que ele tenha mudado minha vida ferozmente, só consigo imaginar os bons momentos que tivemos juntos, mesmo que eu não o ame da mesma maneira. Meu coração reside em outro alguém e ele está lá fora me esperando, para dar todo o apoio que vou precisar.
Deitado ao seu lado, com meus sentidos aguçados. Me levanto do leito e sento ao seu lado. Ele segura minha mão ainda a espera de uma resposta. Meus olhos enchem de lágrimas, uma tensão nasce em mim, resultante de uma mistura de medo e pavor, e minha inútil capacidade de reverter a situação.
Ele me olha atentamente, até que as lembranças surgem ferozmente. Um filme passa em minha cabeça, dos momentos felizes ao primeiro beijo. Vê-lo assim é cruel para a minha alma. O seu cansaço respiratório é notável, a tonalidade roxa de seus lábios e todas as outras mudanças físicas, é um terror tão real.
Tento encontrar forças para tudo que está por vir, mas preciso tranquilizar o seu coração, e deixar ele saber que ao ter sua última respiração, vou estar ao seu lado, e que não há o que temer.
— Eu te perdôo, Haley.
As lágrimas começam a escorrer pelo seu rosto, ele aperta minha mão fortemente, na felicidade de minhas palavras. Fico feliz que eu pude aliviar sua tensão de certa forma, agora ele poderá ir em paz. Existe uma janela que permite olhar o ambiente lá fora. Eu não tinha notado até agora, nas me mantive hipnotizado por alguns segundos, admirando a imensidão do mundo, preso em meu próprio planeta.
— Tô com medo, Jake. — Ele assume.
— Não precisa, eu tô aqui com você. — Tento acalmar o seu coração.
Alguns sintomas pioram, assim como a persistente tosse. Ele permanece poucos segundos em silêncio, acho que não há muita coisa a ser dita. Observo os aparelhos, e mesmo que eu não tenha nenhuma expectativa ou estudo já área, sinto os seus batimentos ficarem mais lentos.
