A vida pode ser boa ou magicamente trágica, apenas precisamos saber quem seremos até que o dia termine.
Após a crise da AIDS ter causado inúmeras mortes e diante da falta de informações sobre um tratamento eficaz, o amor se tornou a cura mais acessí...
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Quinta-feira às 08:57 no Hotel San Lake, Worstate (Canadá).
Nunca pensei em quanto tempo teríamos juntos ou quem iria embora primeiro, mas agora é a única coisa que eu consigo pensar. Encontrar todas as formas possíveis para que ele não me deixe involuntariamente.
Eu o amo, não sei expressar meus sentimentos através do seu segredo. Sabia que existia uma história por trás, e toda sua relutância tinha uma explicação plausível. Agora eu sei e posso entender completamente.
Haley, esse é o nome que marcou Jake para sempre e até hoje ele se condena, se exclui do mundo somente para si. Em todas as noites que passamos juntos, jamais iria duvidar de sua índole e agora eu sei, ele só queria me proteger de si mesmo.
Prometi a Haley que o ajudaria e agora estou aqui, na bike de Alex, pedalando o mais rápido possível até o hotel que Jake está hospedado. Em todo o trajeto, o medo alcançou minhas extremidades, locais que estavam protegidos pela íntima felicidade. Ver aqueles olhos quase sem vida, nunca vi algo assim. E saber que tantas pessoas perderam alguém por conta dessa doença.
Somos alvos de tantos preconceitos, e esse é somente mais um na lista. A aids não escolhe sexo, orientação sexual, e é desumano toda a estrutura preconceituosa que fizeram em seu entorno, somente nos condena a toda eternidade
Posso observar o hotel com meu coração saltitante. Ponho o máximo de força que consigo, até que finalmente alcanço o meu objetivo. Cesso no canto da via, faço uma leve pausa para respirar e acalmar meus batimentos. Eu poderia chorar novamente, aqui mesmo embora tenha poucas pessoas transitando entre as vias.
Deixo a bike estacionada em frente à faixada do hotel. Não posso explicar como eu me sinto, mas ele precisa saber. Vou caminhando até a recepção. Não há quase ninguém sendo atendido pelo recepcionista. Velozmente, pergunto uma informação e alguns detalhes de Jake. Não demorou muito para saber a numeração do seu apartamento.
Mesmo com um pouco de relutância, expliquei toda a situação até que ele cedeu. Segui o caminho indicado, observei as portas de tonalidade marrom. Um corredor extenso com vozes em alguns dos espaços. A construção é antiga, mas contém alguns espaços mordemos.
Lustres em algumas áreas do prédio, também alguns avisos, como: "Não perturbe". Queria conseguir dizer isso para a minha vida. Somente queria que ela seguisse o fluxo feliz que eu estava, mas a felicidade não dura para sempre, não importa qual seja o desafio.
Viro à esquerda no final do corretor de pavimento claro e continuo a peregrinação. Quanto mais me aproximo do endereço exato, meus batimentos aceleram. A ânsia percorre meu corpo e sinto uma vontade de vomitar qualquer coisa que eu tenha tentado me alimentar recentemente. Até que consigo ver o número 76°.
— Chegou a hora, Mason!
Temendo a reação de Jake, sigo até o apartamento. Fico de frente à porta. Espero alguns segundos, sei que a partir de agora, nada será o mesmo entre nós. Algo vai mudar, mas se estivermos juntos, ainda posso ser feliz. Dou algumas pancadas na porta, a sua espera.
