A vida pode ser boa ou magicamente trágica, apenas precisamos saber quem seremos até que o dia termine.
Após a crise da AIDS ter causado inúmeras mortes e diante da falta de informações sobre um tratamento eficaz, o amor se tornou a cura mais acessí...
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Sexta-feira às 23:37 na Residência Hale, Worstate (Canadá).
A noite chegou, o crepúsculo se ergueu ao informar o último presságio. Os sentimentos mudam, as emoções se entrelaçam nas imparáveis horas. É o momento da breve despedida, porém, sei que ao retornar, nada será como antes. O intenso sentimento terá me preenchido, por fim, posso seguir a minha suspensa vida.
Eu não poderia esquecer o meu corriqueiro trajeto ou as intensas lágrimas que presenciei no dia anterior. Os olhares de Alex que se apagaram outra vez quando encontrou-se com o seu passado, o amor da sua vida.
É como se o filme de anos atrás, tivesse sido documentado novamente, alterando as emoções dos envolventes. Impetuoso, mas não poderia impedir. Em algum momento, teremos que interagir com quem envolveu nosso passado, e mesmo longe, ainda possui a imensidão das lembranças, do possível sentimento interrompido. Mas nem tudo contém um recomeço, somente nós temos a capacidade de mediar o finito futuro.
A hora chegou, tudo está preparado para a viagem. Meu coração está nervoso, mas eu não posso voltar o caminho. Eu quero isso, sentir que eu posso ser feliz. Jake é capaz de me fazer sentir assim, amado de todas as maneiras possíveis.
Ele está a minha espera, escuto os ruídos do motor da sua moto, que está parada no canto da rua. Sinto-me temeroso, não queria deixar Alex depois do que aconteceu, porém, eu não quero adiar, Jake necessita de mim, eu também.
Eu poderia recordar de tudo no mínimo instante. Temo não ter tempo o suficiente para tal benesse.
Não demorou muito para que Alex acordasse após a partida de Nate, ainda sim, o meu coração sentiu medo, mas eu saberia que ele iria acordar a qualquer momento. Ele precisava fazer isso, assim como todas às vezes que lutou a intensa guerra, sem ao menos contar com algum aliado de batalha.
Tentei fazer o máximo que pude, mas não posso viver por ele. Ao acordar, suas lágrimas ressurgiram novamente. Era como se o arrependimento tivesse ocupado novamente o alívio que ele sentia. Eu o abracei fervorosamente. Foi tão dolorido notar os soluços da sua dor, por algum momento deixei-me contaminar por ela, a trágica história.
Demorou alguns minutos para que conseguisse se acalmar, respirar entre os batimentos do seu órgão vital, até que conseguiu tal feito. Ele revelou tudo que sentiu: as aflições, cada beijo e toque que eles tiveram, só quem já sentiu o amor dessa maneira, poderia sofrer assim.
Suas emoções estavam expostas. Enxuguei suas lágrimas com um tímido riso, também disse que ficaria tudo bem, eu acredito realmente. Fiquei a sua espreita todo o dia anterior. Conversamos sobre várias coisas: filmes que gostaríamos de assistir, lugares que nunca viajamos. O que ainda podemos planejar para os anos restantes da nossa vida. A real conexão aconteceu, a amizade fluiu, temos tal capacidade para dizer o quanto nos amamos.