capítulo 60

53K 2.3K 807
                                    

-Eu sei e eu já descobri meu limite, Não dá para ser assim... eu quero tudo ou não quero nada, sou taxativa.

Ele arregala os olhos, entendeu perfeitamente o que eu disse.

-tá me tirando para otário? tu é minha, tu não tem escolha.

Ele dá um soco na mesa.

-eu fiz a minha escolha quando aceitei me dar como pagamento, você tem razão, só que você só vai me ter na base da força.

Ele balança a cabeça não acreditando.

-tu não resisti ao meu toque maylla.

-Tu ta disposto a me dar o que eu quero?

-tu quer tudo ? sabe que não posso, já disse que sou fodido, mas não estou disposto a te perder.

-então é melhor me deixar ir, ou só me terá contra minha vontade.

Digo e ele fica transtornado e anda de um lado para o outro.

-tá querendo o quê? já não te deu que queria porra? o que tu mais quer?

Ele gritou alterado e então eu explodi.

-O que eu? Eu quero respeito, carinho eu quero amor, eu quero ser feliz, quero um homem que seja só meu por inteiro e não pela metade.

Desabafei com lágrimas nos olhos.

-tu disse que não ia me deixar maylla.

Ele diz sério e um nó se formou na minha garganta, parecia que eu ia sufocar.

-eu disse, mas também achei que tudo que me falou sobre você, era mentira, você se mostrou um homem diferente para mim, e depois me mostrou o verdadeiro.

-Eu só fui diferente com tu, eu queria ser diferente, queria poder dizer que vou mudar, que vou ser o homem que tu quer... mais não posso, não quero te enganar... eu não quero te perder, eu não vou deixar tu ir.

Assenti com a cabeça e antes de sair eu disse:

-faça como quise, você vai me perder de qualquer jeito.

Bato a porta e saio com as lágrimas escorrendo em meu rosto... Vou até a lanchonete da tia Rita, quando ela me vê chegar, vem em minha direção.

-O que houve meu anjo?

Ela pergunta e eu abraço ela, e soluço em seus braços a Maitê pega um copo de água e vem até nós.

-toma aqui, se acalma maylla.

Minha tia me leva até uma mesinha no canto e sentamos, enxugo as lágrimas e tomo a água, com as mãos trêmulas.

-aí tia, porque fui me apaixonar por aquele ogro idiota.

Ela pega em minha mão.

-minha menina a gente não tem culpa do nosso coração ser vagabundo.

-eu fui lá na boca e ele tava com a julia.

-aquilo é uma piriguete, olha só minha criança ouvi tua tia que já tem experiência de vida... tu é linda bondosa e se eu fosse tu botava pra quebrar, faz que não tá nem aí pra ele, pelo que já percebi ele morre de ciúme de tu...

então começa as usar umas roupas mais curtas, bota ele louco de ciúmes... tu vai ver que logo logo o poderoso vai comer a tua mão.

Euu sorriu fraco.

-não sei tia, não sei se quero mais.

Ela dá um tapinha no meu braço.

-aham, tô vendo que não pela tua carinha, deixa de ser boba, vai à luta tu tem todas as armas.

Fico pensativa, talvez possa funcionar.

-talvez tenha razão tia.

-quero ver o poderoso de 4 por tu, bom se não adiantar aí podemos fazer uma simpatia que aprendi com a minha amiga bete, tu pega a cueca dele fazemos um chá....

Ela fala e a maitê corta ela:

-menos mãe, tá maluca?

Eu cai na risada, só ela para me fazer rir.

-maluca nada, faz pra tu ver, o l2 vai ficar louco por tu... se bem que tu já deu outro tipo de chá para ele, chá de buceta

-mãe... para com isso, quer que todo mundo escute?

-tu acha que todo mundo não sabe já? aqui as notícias voam... aí que já tá me dando fogo, sabe como é, já tô dois meses na seca, mas homem agora só para apagar meu fogo, casar nunca mais.

Ela se benzeu, caímos na risada, ela descobriu que meu tio tava com outra e mandou ele embora, ela disse que já não estavam vivendo bem e que o que ele fez comigo e ter um amante foi a gota d'água... combinamos tudo como vamos fazer, amanhã teria um show surpresa na quadra, eu iria pra casa da minha tia me arrumar lá.

Saio dali e passo no barracão até me emociono, vou voltar a dançar balé e ensinar aquelas crianças, vai precisar uma boa reforma para deixar tudo em ordem, tenho tudo na cabeça como quero fazer, vou precisar achar alguém que me ajude a colocar o projeto para andar. Olho pra a porta e vejo o Lucas andando em minha direção.

-amigo, tudo bem?

Ele me abraça.

-tudo sim, vai fazer a ONG funcionar mesmo hein?

O DONO DO MORRO Onde histórias criam vida. Descubra agora