Tudo bem?

1K 79 1
                                    

P.O.V.: Gabriela.

Ancara, Anatólia Central. – República da Turquia.

Abri a porta do apartamento e um maravilhoso cheiro inundou minhas narinas. Inspirei com vontade sentindo meu pulmão agradecer por aquilo. Fui a primeira a entrar, trazendo comigo minha mala, e passei meus olhos, pela primeira visão da entrada da porta, admirando o ambiente.

As confederações fizeram uma ótima escolha visando aquele hotel. Havia cuidado e luxuosidade por todo canto, começando com o saguão lá em baixo. O hotel é digníssimo. A cidade em si, desde que chegamos, é repleta de coisas chiques, até as pessoas tem uma aparência mais elegante.

Fui até um dos quartos e já escolhi minha cama, ficando do lado da janela e tendo uma vista privilegiada da linda capital. Nat entrou logo atrás de mim e ficou com a outra cama, sendo a única opção. Depois de muita insistência conseguimos trocar nossas colegas de quarto e ficamos juntas. Tudo numa boa, sem brigas e chateações.

Assim que viu a janela ela assobiou e se posicionou do meu lado, admirando a visão assim como eu. Havíamos chego tem mais ou menos umas duas horas, mas tivemos que esperar estarmos com todas as malas e mais o tempo lá embaixo para as divisões de chaves e etc.

– EU QUERIA A CAMA DA JANELA!

– QUE PENA! CHEGOU TARDE!

Ouvimos nossas colegas de apartamento e nos encaramos. Não sabemos o que houve, mas as duas estavam brigando desde que descemos do avião. A sorte é que a briga das duas nunca se estendia muito e, na real, a maioria das discussões eram ridículas e chegavam a ser engraçadas. Só espero que se resolvam logo.

– A gente troca uma noite sim e outra não, pra ser justo. – sugeri.

– Fechado. – Natália respondeu simples e eu apenas concordei.

– TOMARA QUE O SOL DAQUI TE CARBONIZE!

Apertei um botãozinho que tinha ao lado da cama e uma cortina deslizou pela janela tampando a visão e escurecendo o quarto. Eu e Zilio nos olhamos que nem duas crianças descobrindo o que não devia. Estávamos no 22° andar e ainda tinha mais três andares acima de nós. 25 andares e não era um dos maiores hotel por aquela proximidade.

– Vizinhas? Deixaram um presente pra gente na cozinha.

Naiane Rios adentrou nosso quarto com uma garrafa transparente em suas mãos e ela entregou para Nat que leu o nome no rótulo. Yenı Rakı. Nunca ouvi falar. Os olhos da minha melhor amiga brilharam automaticamente quando viu que era bebida alcoólica. Estava tudo em turco e não dava para ler nada, mas com certeza aquilo era alcoólico.

Não teríamos treino por hoje e nem amanhã, pois as próximas 24h seriam para o nosso corpo se acostumar com o clima na cidade. É claro que torcíamos para que não acontecesse, mas alguma de nós poderia sentir a diferença e precisaríamos de um processo de adaptação antes de começar os treinos dentro da quadra. Mas, a academia era essencial que fizéssemos.

– Achei. – Rosamaria apareceu com seu celular em mãos. – Conhecida como leite de leão, o rakı está para a Turquia assim como a caipirinha está para o Brasil. Anualmente, se consomem cerca de 60 milhões de litros dessa bebida.

Silêncio. Nós quatro trocamos olhares em uma discussão sobre se abriríamos aquela garrafa ou não. Visivelmente, Naiane e Natália queriam provar do líquido. Eu e Rosamaria já tínhamos um pé atrás com aquilo, sabíamos que poderia não ser uma boa ideia, mas também tínhamos curiosidade. É óbvio.

Looking At YouOnde histórias criam vida. Descubra agora