Estrelas fugazes.

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Domingo, 06 de Agosto de 2017.

A seleção italiana se preparava para deixar o hotel e seguir para a arena onde aconteceria o último jogo do Grand Prix quando uma notícia deixou todos tensos o dia todo. Não era nada comum. Um país de ordem e disciplina, ser acordada com tal incidente deixou os chineses sensíveis pelo resto da semana.

Naquele momento, deixou (Seu Nome) D'Angel aflita por alguns minutos. Ela ficou sentada na beira de sua cama, vendo a notícia na televisão. Ela não entendia nada do que falavam, via somente o desespero e o sofrimento das pessoas na pequena tela.

Dez alunos de uma escola primária localizada na cidade de Haikou, no sul da China, foram atacadas nos portões da escola por um homem com uma faca. O agressor, que não foi não identificado, teria atacado seis meninos e quatro meninas, antes de esfaquear a si mesmo. Quando a polícia chegou ao local, o homem já estava morto. Por quê? Ninguém sabia. Era mais um que "surtou" e quem sofreu as consequências foram inocentes crianças.

Há alguns anos (Seu Nome) foi uma inocente criança também, ela ainda tinha cicatrizes em seu corpo e nenhuma delas a incomodava tanto quanto as feridas de sua alma que quando estavam a ponto de fechar alguma coisa acontecia e elas nunca tinham a chance de cicatrizar.

Infelizmente, este é o mundo em que vivemos.

– Você está bem?

Gabriela apareceu na porta do quarto, lhe dando um pequeno susto e ela estranhou a sua presença ali. Assim como (Seu Nome) se infiltrou no andar do Brasil por aqueles dias que se passaram, a mineira arranjou um jeitinho que estar ali, porque ela sabia que as notícias abalariam sua ex-namorada. Principalmente naquele dia.

Bastou algumas trocas de palavras com Bosetti e Orro e as duas colocaram Guimarães para ter alguns minutinhos com a líbero italiana.

– Como entrou aqui?

– Tive que usar meu charme.

Brincou conseguindo arrancar um sorriso da mais nova que balançou a cabeça em concordância, mas logo voltou os olhos para a televisão e Gabriela a desligou. Ninguém falou nada, a mineira entendeu o agradecimento nos olhos da menor. Era como se seus pés estivessem travados ali e a mais alta percebeu isso.

– O que veio fazer aqui, Gabi? Você é rival. – a mais nova lembrou e a camisa 10 sorriu.

– Sei que hoje é um dia delicado. – ela respondeu, caminhando até a líbero e se ajoelhou, pondo o pé dela em cima de sua coxa. – Por conta do que aconteceu, foi emitido um alarme de segurança no ginásio e a segurança foi triplicada. Sabemos que cada torcedor será revistado com mais cuidado, haverá mais seguranças nos cantos do ginásio e o protocolo foi ampliado de uma forma que, sinceramente, eu não entendo, mas estou pondo minha confiança neles. – enquanto falava, amarrava pacientemente e de forma firme o cadarço do tênis. Geralmente (Seu Nome) não ia diretamente de tênis, mas naquele dia as coisas parecia estar em desordem para ela. Logo Gabi finalizou e pegou o outro pé para fazer a mesma coisa. – Infelizmente não vou poder estar do seu lado, mas vou estar de olho em cada movimento que você fizer. Queria que pudesse ficar grudada em mim o quanto quisesse, ou se preferisse a gente deitaria nessa cama agora mesmo e ficaríamos abraçadas por horas. Você sabe que eu não iria me importar, mas a vida precisa seguir e você sabe disso também, não sabe? Mesmo que seja difícil e que doa, mas vai passar. Passou das outras vezes, por que seria diferente agora? – ela terminou de amarrar os cadarços e se aproximou, pondo-se, ainda ajoelhada, entre as pernas da líbero. Olhando olhos nos olhos. – Ainda assim. Se você sentir que não vai conseguir, porque eu sei que é isso que está pensando, tudo bem. Você é humana e pode falhar sem nenhum problema. Só que eu não quero isso. Você quer? – a mulher na cama negou. Ela estava com aquele pensamento, já preparando o discurso para chegar com seu técnico e pedir para que ele use De Gennaro como titular. – Ótimo. Se eu ver você mal, qualquer movimento errado ou que está se forçando ali eu juro que derrubo aquela arena e te tiro dali mais rápido que o Flash.

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