Cartas na mesa.

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Sábado, 05 de Agosto de 2017.

Semifinal entre China e Itália. A seleção italiana começou o jogo em vantagem, ganhando o primeiro e o segundo set, mas caíram em desgaste no terceiro set e a seleção chinesa não sentiu pena. O terceiro set foi um atropelo que finalizou em 25-12 e isso rendeu altos gritos do técnico italiano em cima das jogadoras.

O quarto set foi equilibrado. Um ponto de um lado. Um ponto do outro lado. Seguiram assim até chegar aos 20-20 e então as coisas passaram a ficar mais intensas. A Itália precisava fechar aquele set e garantir logo a sua vaga na final. A China precisava forçar o tie-break se quisesse ir à final. Todas lutavam.

Ponto aqui, ponto lá. Empataram e logo a Itália chegou no sagrado match point, mas a China não desistia e insistia forte impedindo que o jogo fosse finalizado. Quando a Itália abria um ponto, elas iam lá e empatavam.

Zhu Ting, ponteira chinesa, foi para o saque e meteu a bola a 102km/h em cima da levantadora italiana, Ofelia Malinov, que errou na recepção e mandou a bola para longe. Porém, era uma bola possível de pegar e no excelente reflexo (Seu Nome) viu isso. Seus pés agiram mais rápidos que seu cérebro e a líbero saiu correndo em direção a bola, atravessando por debaixo da rede e indo no lado de fora da quadra adversária.

Um lindo salvamento.

Ela pulou erguendo seus braços em uma perfeita manchete e com a força necessária mandou a bola de volta para a quadra italiana. Enquanto a líbero escorregava pelo chão e ia parar nas placas dos patrocínios, a oposta, Paola Egonu, achou o ângulo certo e pulou no tempo exato atacando a bola no chão do lado chinês.

O técnico Davide Mazzanti vibrou com o ponto e foi elogiar sua líbero pela excelente jogada. Tomada pela adrenalina na corrente sanguínea e corpo quente pelo forte exercício, (Seu Nome) apenas se levantou e correu de volta para a quadra, para abraçar suas colegas de time e buscar finalizar aquele jogo. Todas voltaram a sua posição e Miriam Sylla foi para o saque.

O placar estava em vantagem para elas e o momento era perfeito para um ace. A ponteira respirou fundo, apertando a bola em suas mãos e quando o árbitro apitou ela jogou a bola para cima. Saque, recepção, levantamento, ataque, bloqueio, defesa. Um último rally até uma das jogadoras chinesas errar e atacar diretamente para fora.

Fim de jogo. Todas correram para se abraçar e celebrar mais um passo dado. Era uma conquista de uma seleção em processo de renovação. Elas estavam na final. Depois cuidaria do que tem que cuidar, mas aquele momento era delas e elas mereciam comemorar.

Depois de tudo, as coisas foram acontecendo seguindo os protocolos. Com o jogo finalizado, todas foram se organizar e tirar tudo da quadra e foram para as salas reservadas para elas. Depois de algum tempo se dirigiram a quadra, desta vez a um espaço da arquibancada.

Acontecia a segunda semifinal. Sentada entre Alessia Orro e Anna Danesi, a líbero titular assistia atentamente o confronto entre Brasil e Sérvia, analisando também o ginásio. A maioria dos torcedores ali estavam a favor das brasileiras e ela não admitiria, mas incomodava um pouquinho. Era como se todo mundo já esperasse o triunfo vindo do maior dos campeões.






[...] Para a surpresa de ninguém. A vitória havia chego para a seleção de José Roberto Guimarães. Mais uma para a sua longa lista de finais alcançadas. As outras seleções podiam ser mais ricas, podiam ter mais patrocinadores e mais visibilidade em seus próprios países, mas nenhuma delas tinha o respeito, a moral, a honra e o poder que o Brasil exercia acima de todas.

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