Derrotas e Vitórias - Parte I

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Quando dei por mim. Eu estava parada em frente ao apartamento de Guimarães-Montibeller-Rios-Zilio com o coração na boca. Meu estômago embrulhado e todos os meus nervos estavam em alerta. Algumas partes do meu corpo pareciam doer e eu nunca estive tão nervosa.

Hora, mas que estupidez!

Bati na porta e na mesma hora me deu vontade de correr, mas meus pés ficaram e não demorou muito a porta foi aberta e eu fui recebida pelo sorriso bem alinhado de Natália. Foi impossível não sorrir de volta. Ela voltou para dentro do apartamento e eu entreguei em seguida, fechando a porta atrás de mim.

Todas as quatro estavam prontas com a aquele uniforme básico para o inicio da noite. Quatro mochilas prontas, que levavam o verdadeiro uniforme do jogo e seus respectivos tênis, em cima do sofá. O ônibus sairia em menos de uma hora e todas pareciam preparadas.

Até mesmo Gabriela tinha conseguido vestir e conectar a joelheira sozinha da forma correta. Sem cerimônia, assim que me viu, foi a primeira coisa que mostrou. Dando uma voltinha orgulhosa e desfilando em minha direção me fazendo sorrir para ela.

Eu não sabia quem tinha me dado aquele cordão e mandado aquela carta. Obviamente eu não chegaria no apartamento perguntando quem havia feito aquilo.

Deus... Como eu faria isso?

Antes que eu pudesse dizer alguma coisa ouvi seu celular tocando. Era sua mãe, então ela deu um beijo em minha bochecha e foi atender no quarto. Naiane e Natália estavam na espécime de cozinha discutindo por alguma coisa boba e eu não gastei mais meu tempo.

Deixando meu nervosismo de lado, me direcionei para o quarto de Rosamaria a encontrando com duas bandagens de cores diferentes em suas mãos. Possivelmente indecisa sobre qual escolher para a noite. Era dia de fazer a troca, ela estava usando um preto e decidiu trocar para um que a favorecesse no jogo.

Modelinho...

– Você chegou bem na hora! – disse, assim que me viu. – Hoje vamos usar amarelo, mas você acha que se eu usar a bandagem amarela já vai ficar muito amarelo? Ou eu uso a azul para dá uma quebra de cor?

– Vai usar o tênis azul? – seus olhos correram o chão do quarto procurando pelo calçado citado. – Poderia usá-lo e assim combinar uma cor nos pés que não afeta seu uniforme.

– Excelente!

– Quer que eu troque agora ou vai querer colocar só lá?

Não faria mal colocar agora, mas quanto mais tempo respirar nesse que ainda está mais suave melhor. Ela já passou tanto tempo com aquilo e passaria mais tempo depois.

– A gente coloca lá. – ela jogou o tubo azul na cama e deixou o amarelo na estante ao lado. – Eu queria conversar com você.

– Mesmo? Eu queria conversar com você também.

Ao contrário de mim, ela não expressava muitas emoções. Seus olhos não paravam de me percorrer e uma linha de dúvida marcava sua testa, mas um sorrisinho insistia em ficar no seu rosto. Ela não procurou pelo o meu pescoço. Gabriela também não tinha procurado.

Eu não estava usando o colar... Eu deveria?

– Eu posso começar? – pediu com a voz baixa e eu assenti, já sentindo que tinha algo errado.

– Tudo bem. – sentei na beira da cama e lhe dei total atenção. – O que quer falar?

A neotrentina levantou um dedo pedindo por um minuto. Foi até a porta do quarto e girou a chave, nos trancando ali. Eu não disse nada, apenas fiquei esperando por seu tempo.

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