Quem é essa mulher?

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Cambridge, Massachusetts. – Estados Unidos da América.

Entre realidades alternativas há fracassos, vitórias, sonhos inalcançáveis que se tornam reais e possibilidades desejáveis, mas dentre todos, os piores são os sonhos interrompidos.

(Seu Nome) desceu da van e seus olhos brilharam ao passarem pela enorme frente da universidade, procurando gravar cada detalhe do local em cada passo que dava. Ela podia escutar comentários e elogios vindos de suas colegas de time e até concordava com alguns. Por curtos instantes, todas até esqueceram o real motivo de estarem ali e quando se lembraram, sentiram como se estivessem caindo, caindo de um precipício. Cada uma ergueu sua cabeça de sua maneira e manteve sua postura, não podiam deixar transparecer nervosismo, ao menos não ali na frente do público e das rivais que caminhavam atrás delas.

Uma competição internacional. Duas escolas. William McKinley High School de Lima, em Ohio, contra Now United High School, uma escola a bordo, do cruzeiro marítimo Vapor Navis Ποσειδῶν, conhecido como V.N. Poseidon. Estados Unidos contra Nações Unidas. As únicas tetracampeãs do mundo, mas ainda hoje uma delas se tornará pentacampeã. O jogo mais aguardado do ano. Uma final valendo milhões. Vários olheiros de vários países a fim de talentos em seus clubes, universidades ou até mesmo em uma seleção nacional. O local da final? Nada mais nada menos que o ginásio de Harvard University. A responsabilidade é absurdamente gritante, algo enorme aos olhos de adolescentes de 15-17 anos que mal tem planos para depois de hoje.

O time entrou no vestiário e começaram a se trocar para o aquecimento pré-jogo. Em cada canto havia um símbolo da escola marítima e (Seu Nome) sorriu consigo mesma sabendo que sentiria falta daquilo. Uma energia única e inexplicável. Enquanto se trocava, gravava cada segundo com o coração aquecido de felicidade. É o seu último ano, assim como da maioria das garotas que estão aqui hoje e pensar que em algumas semanas cada uma vai estar em uma cidade firme e diferente é de partir o coração da garota. Mas o que poderiam fazer? Faz parte da vida.

– Meninas? – a voz de Erin Elair Moriarty soou pelo vestiário e todas pararam o que estavam fazendo para dar atenção à capitã da equipe. – É a nossa última competição juntas. – Ah, por favor, não nos lembre disso agora... – Que a treinadora não escute isso, mas, como colega de equipe de vocês, me sinto confiante e tranquila, porque independente do resultado é uma honra viver um momento desses com vocês. – sorrisos e lágrimas teimando em cair, cada expressão era vista e acolhida pelas garotas. – Agora, como sua capitã... Vocês são incríveis e eu sei que vamos dar tudo naquela quadra. Vamos finalizar nosso ensino médio com a glória que tivemos até chegar aqui. Vamos subir naquele pódio e levantar a puta taça do primeiro lugar. Vamos tacar as bolas tão forte no rosto das McKinley que elas vão sair da quadra chorando! – todas vibraram. – VAMOS COM TUDO, BRAINERS! – gritos e palmas soaram.

– Uma vez Brainers... – a camisa 5 subiu em um dos bancos e disse esperando nosso retorno.

– Sempre Brainers! – responderam.

– UMA VEZ BRAINERS...

– SEMPRE BRAINERS!






[...]

P.O.V.: (Seu Nome)

De todos os jogos que estive até aqui, nunca nenhum foi tão exaustivo como esse. As arquibancadas estavam lotadas, eram alunos das escolas que vieram acompanhar, assim como os universitários de Harvard e o principal, os olheiros. Procurei ignorar que eles estavam ali, de qualquer forma, entre as outras opções eu seria a última, então nem criei expectativas em nada.

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