Girassóis e Tulipas.

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Enquanto a comissão técnica estava reunida na sala de mídias do Centro de Desenvolvimento, o celular da fisioterapeuta não parava de vibrar em seu bolso. Ela sabia que era seu irmão atrás da mesma e não conseguia manter foco na reunião por ter esquecido-se de ter falado com o mais novo. Talvez aquela não fosse a única coisa que lhe distraía. Depois de um tempo seu celular não anunciava mais nada e Franceschinelli amaldiçoou-se pensando na desistência e possível chateação de Christopher.

Alguns quilômetros dali, o irmão da manauara trancava a porta de sua residência e se direcionava ao carro Audi de cor preta, que estava lhe aguardando no outro lado da rua. Ao entrar no veículo o garoto logo abriu um sorriso alegre vendo a imagem de Rosamaria e Naiane diante de seus olhos, com duas sacolas cheias de bobagens para comerem.

– CRIANÇA!

Ei! – o mais novo reclamou sorrindo, por Rios ter bagunçado seus cabelos. – Como conseguiram fazer minha irmã deixar que dirigissem o carro dela?

As duas mulheres se olharam e Rosamaria deu partida no carro, seguindo o caminho de volta para o CDV. Elas não haviam roubado o carro, não foi intencional, mas era o único disponível. Com a ajuda de Mara, elas pegaram a chave-cópia do carro no quarto de Melissa, pulando a janela que já fica aberta especialmente para a passagem de Naiane Rios. Também tentaram ligar para as mulheres na reunião, depois deixaram várias mensagens. Quando chegassem ouviriam as consequências. Era só não fazerem besteira.

– Não conseguimos. – a catarinense disse um silêncio reinou no carro por alguns instantes até que o garoto soltou uma alta risada. – Ótimo. Quem quer sorvete?






[...]

Gabriela estava sentada na beira da piscina externa, com seus pés dentro da água, observando as vibrações que dançavam sobre a superfície conforme ela mexia suas pernas. Seus ombros pesavam, seus olhos ardiam, ela acordou há poucos minutos, mas não fora um sono o suficiente. A mesma passou a noite acordada, apenas assistindo sua fisioterapeuta dormindo. Ela teve tempo o suficiente para gravar as expressões que a outra fazia e as repetia em sua mente. Não somente isso como também pensava nos beijos trocados, os toques, os sorrisos compartilhados e a maneira confortável de como conversaram em vários momentos.

Em menos de dois meses ela teria que voltar para Belo Horizonte, voltar a sua cidade, sua casa, seu clube. Começar uma nova temporada e reviver seus jogos como se fossem novos. Seria a mesma coisa? Ela odiava afirmar para si mesma que a manauara de ascendência italiana havia deixado uma marca nela que seria difícil ignorar.

Cumpanheira!

Natália apareceu sentando-se ao lado da amiga e cruzando suas pernas em índio, já que estava de tênis. Seu jeito animado atraiu a atenção da mineira que só então observou sua amiga com sua roupa suada.

– O que estava fazendo?

– Jogando tênis com Milka. – movimentou seus braços com se estivesse tacando uma bola. – E você? Por que está aqui sozinha?

– Só relaxando. Aproveitando a calmaria.

Nah. – reclamou e levantou-se, ela estava com muita energia para a calmaria de Gabi. – Quer beber alguma coisa? Vou pegar um refrigerante.

– Nossa nutricionista nos proibiu tomar refrigerante até o último dia do mês. – lembrou e Natália bufou.

– Só hoje. – piscou. – Vamos jogar UNO depois da janta.

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