Os dois não dá!

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P.O.V.: Narradora.

Estudos comprovam que o cérebro trabalha desregulamente quando estamos apaixonados. Neuroquimicamente, o cérebro reage à ação com mudança em alguns neurotransmissores. Acontece o aumento da dopamina, crescem os níveis de endorfina, vasopressina e oxitocina; hormônios de amor, que aumenta a sensação de apego, bem-estar e segurança.

Substâncias que provocam sintomas intensos e avassaladores em todo o corpo, como o aumento da pressão arterial, frequência respiratória e dos batimentos cardíacos, ou a dilatação das pupilas e rubores da pele que começam a surgir com mais frequência que o normal.

Coisas que bem sabemos. Não é por menos que alguns dizem que o amor enlouquece e isso é a mais pura verdade.

Silêncio.

Um silêncio absurdo tomava conta do ambiente. Todas estáticas sem saber o que fazer ou que falar. Estava tão quieto que Gabriela conseguia ouvir o próprio coração superando todas as batidas do seu jogo mais intenso até ali. (Seu Nome) tinha a expressão assustada e surpresa, ela poderia imaginar mil situações, mas nunca aquela.

De pouco em pouco, cada uma foi retornando a própria realidade. Gabriela juntou as roupas de Rosamaria. Natália foi a única que virou dando privacidade a amiga para se vestir. (Seu Nome) não desviou seus olhos, buscando analisar o que realmente era aquela cena. Não que tivesse algo a ser mais óbvio.

Ela deveria simplesmente ir embora? Precisaria de uma resposta? Tiraria alguma satisfação? Não. Ela não tinha esse direito e sabia. Não havia absolutamente nada de errado ali. Só que o choque da situação foi tão grande que lhes dava esse ar de "flagrando com a amante". Não só para ela...

– Se ninguém falar nada eu vou surtar. – Rosamaria disse estralando os dedos e acordando todo mundo.

– Desculpa. – (Seu Nome) pediu pegando as três de surpresa. – Eu não queria atrapalhar nada. Não era a minha intenção aqui.

– D'Angel.

Natália sussurrou se aproximando da líbero, ela sabia a intenção da mais nova ali. Uma risada nervosa vindo da ítalo-brasileira ecoou pelo apartamento e ela negou enquanto se dirigia até a porta lentamente. Seu cérebro girou tanto e dar risada era só o que lhe restava.

– Eu posso explicar. – Gabriela deu a volta no sofá e a mais nova deu passos inconscientes pedindo distância e o pedido silencioso foi atendido.

– Eu vou passar por esta porta com toda a consciência que ainda me resta. – a ítalo-brasileira disse apontando para a saída. – Eu não preciso de nenhuma explicação. Eu só estou um pouco em choque, então vou embora antes que eu fale ou faça alguma besteira e estrague esse dia mais do que já foi arruinado na minha cabeça. Ok? Eu não preciso de uma explicação. Nós não estamos mais juntas, não é? Rosa sabe disso, acho que é por isso que-. – ela apontou para as duas e preferiu não continuar a falar, totalmente sem jeito. – Desculpa interromper. Desculpa mesmo.

– Por favor.

A camisa 10 mordeu a ponta dos próprios dedos ganhando os olhares sobre si. Ela nem sabia o que dizer, mas sentia que se deixasse a mulher sair dali seria uma ida sem volta. Ela estava frenética, assustada e com uma energia para correr uma maratona. Ela estava a ponto de sair correndo dali mesmo.

Franceschinelli respirou fundo, cravando seus pés no lugar e se maltratando por isso. Ela queria ir embora, mas ela queria tanto ouvir o que aconteceu ali. Como? Por quê? Desde quando?

– Acho que sou eu quem deveria ir. – Zilio disse andando devagar em direção ao corredor, mas bem devagar mesmo, porque ela queria ver o que aconteceria ali. Se bem que pelo olhar queimando da rival presente, não era uma boa ideia. – Por que a gente não vai dar uma volta? – ela perguntou para a manauara que concordou. – A gente esfria a cabeça e depois vocês conversam, quando estiverem menos chocadas e mais vestidas. Porque agora eu estou com medo da Gabi explodir, então ela precisa se acalmar. Ok?

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