Gabizinha 2.0

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Estávamos deitadas em minha cama, a única iluminação no quarto era a luz ligada ao lado da cama de Gabriela. Essa que eu não sei bem que tipo de crise existencial estava enfrentando, mas eu estava respeitando seu momento. Ela não falava nada e nem se movia há uns 15 minutos.

Era cedo e apesar de eu estar perdendo graciosos minutos de sono eu estava ali pela minha amiga, já que eu tinha acabado de dizer que iria atrás de sua namorada. Ex, no caso. Mas ela ainda não sabia que eu sabia. O que me levava a curiosidade de querer saber por que elas ainda não tinham aberto aquilo para as pessoas que sabiam das duas.

Bom, mas isso é com elas e não comigo.

– Sinto muito pelo seu término.

Falei quebrando o silêncio e a mineira se sentou, encostando suas costas na parede e eu repeti seu ato ficando ao seu lado. Ela me olhou meio confusa e surpresa e desconfiada, analisando meu rosto e suspirou derrotada.

– Como você soube?

– Eu não sabia. Você quem acabou de confirmar fazendo essa pergunta. – seus olhos se arregalaram e eu ri. – Brincadeira, foi a (Seu Nome) que confirmou, mas eu descobri sozinha, só para deixar claro. – afirmei orgulhosa. – Você meio que não sabe disfarçar as coisas muito bem.

– Falou com ela?

– Quarta-feira. Eu a pressionei para saber porque você andava triste.

– Disse à ela que eu estou triste? – ela deu um pulo no lugar e eu ergui minhas mãos.

– Eu só estava preocupada com você.

Respondi sincera e ela me olhou. Eu adorava a mistura de emoções de Gabriela Guimarães. Ela ia de surpresa à chateada à desconfiada à triste em uma fração de segundos. Ela pegou meu travesseiro e o agarrou resmungando e se lamentando.

– Deve estar pulando de alegria por dentro, não é?

– Não, porque quando criei esse cenário na minha cabeça você não ficava tão mal.

– E desde quando eu tenho relevância para você?

– Você sempre teve relevância para mim, Gabriele. – falei me apoiando em meus joelhos para encará-la melhor e ela entortou a boca ao me ouvir errando seu nome de propósito. – Só porque eu tentei roubar sua namoradinha poliglota de você não signifique que eu não me importe sobre como você se sente.

– Inacreditável.

– Olha... Ouça bem isso, porque vai ser a única vez neste universo que direi isso em voz alta. – sussurrei próxima dela e vi seu rosto ficar desconfiado. – Me desculpa, Gabriela. Por tudo. Eu acho você incrível. De verdade. Como pessoa, como jogadora, como amiga. Eu nunca quis ser a pessoa ruim que rejeitou você. Sempre procurei te respeitar em várias maneiras e te manter próxima de mim, porque me sentia culpada por não conseguir corresponder seu sentimento.

– Rosa, eu-.

– Se você me interromper de novo vai levar um soco. – a avisei e vi um sorriso querendo sair, mas ela o deteve e acho bom mesmo que não ria. – Lembra o que eu falei no dia que descobri que gostava de mim? – ela assentiu. – Eu sou a única vadia egoísta que pode te fazer chorar, está me ouvindo? Não sei o motivo e eu não quero saber. A partir do momento que alguém magoou você e esse alguém não sou eu é uma declaração de guerra.

– Ela é a sua inimiga agora?

Não era bem isso. Eu gosto de (Seu Nome) D'Angel e é um sentimento que mal cabe dentro de mim. Quando eu imaginei as duas terminando eu pensei que estaria mais feliz, mas o cenário atual me surpreendeu. Me importar com Gabi mais do que com minhas vontades não estava nos planos.

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