Ride - 2/3

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Osasco, São Paulo.
Algumas semanas depois.

Faltava uma semana para elas viajarem para Shaoxing, na China, onde ocorreria o Mundial de Clubes. As preparações em conjunto com o decorrer na Superliga deixava as atletas com a adrenalina impecável. A capitã fazia questão de deixá-las preparadas para todas as ocasiões, lhes orientando e deixando "tarefas para casa".

Rosamaria estava fazendo uma delas, assistindo o último jogo de Eczacıbaşı contra o VakıfBank, ambos clubes turco que estarão no Mundial. Ela analisava e estudava cada jogada e cada jogadora com bastante atenção. Já era a terceira vez naquela semana que ela assistia o mesmo jogo de 1h e 50m, mas dessa vez estava sozinha.

Gabriela estava com um de seus irmãos que estava pela cidade e (Seu Nome) estava em uma reunião com seus agentes há poucos minutos do apartamento delas.

A oposta estava sentada em sua cama, com as costas apoiadas na cabeceira e concentrada na tela do notebook em sua frente. Os últimos dias estavam lhe causando uma ansiedade nervosa, nem mesmo as mãos mágicas de Franceschinelli aliviava as tensões em seu corpo.

O celular ao lado da cama tocou e a foto de sua irmã apareceu piscando na tela, ela pausou o jogo e deslizou o dedo sobre aparelho logo o levando ao ouvido. Eram só novidades de como estava sendo a China para Ana Paula e o quão animada ela estava para encontrar a sua irmã.

Alguns longos minutos depois ela desligou e antes que pudesse voltar sua atenção ao jogo ela ouviu a porta ser destrancada e abriu um sorriso sabendo que era.

(Seu Nome) adentrou o apartamento com duas sacolas e as chaves do carro e do apartamento em uma mão, uma bandeja com dois café na outra mão e o celular entre seu ouvido e seu ombro. Sua voz estava alterada em um espanhol raivoso e ela não parecia exatamente acessível naquele momento.

Ela apenas colocou tudo na bancada e deu atenção a ligação, colocando uma mão na beira da bancada e apoiando a sua cintura ao vento, mostrando claro desconforto em sua postura. Um suspiro cansado saiu de seus lábios e logo as palavras saíram de sua boca como balas jogadas no escuro.

Rosamaria não conseguia formular uma só frase dali, entendia as palavras por sorte, mas não estava entendendo nada. Ela não sabia se se aproximava ou se mantinha a distância segura. D'Angel era uma bomba quando estava com raiva e ela não queria tentar a sorte naquele momento.

A mais nova virou seus olhos e seu semblante mudou na mesma hora em que encontrou os verdes confusos. Um biquinho se formou em seus lábios e a mais alta aliviou seus ombros vendo a outra se aproximar.

Um café lhe foi oferecido e ela o pegou, mas antes que pudesse agradecer ou virar o líquido em sua boca, seus lábios foram capturados em um inconsciente selinho de 2 segundos a fazendo travar no mesmo lugar.

D'Angel passou por ela a adentrou no banheiro. Ela continuou a ligação por mais alguns minutos e logo a finalizou, sentindo uma raiva quase descontrolada, mas ela respirou fundo algumas vezes se olhando no espelho e recuperando sua paciência para não jogar sua frustração em suas companheiras de apartamento.

Ela lavou seu rosto, lavou suas mãos e respirou fundo uma última vez antes de sair do banheiro e se direcionar à bancada para guardar as coisas que trouxe.

– Oi, meu amor. – ela sorriu para Rosa. – Desculpa pela falta de educação, mas você não vai acreditar no que o seu querido amiguinho aprontou essa noite. Eu sei que não deveria surtar tanto com isso, porque não fui uma adolescente muito diferente de quem ele está sendo hoje, mas hoje eu entendo os surtos que a minha mãe teve comigo na época da faculdade e acho que é justo me aborrecer com isso. Melissa fez o favor de me relembrar de todas as indocilidades que fizemos juntas como se isso pudesse deixar as atitudes de Christopher menos pior. Eu sei que ela está irritada tanto quanto eu, então por que quer me deixar calma quando ela pode estar lá gritando com ele? Jesus, como eu queria gritar com ele agora.

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