Looking At You

Can't Help Falling In Love

Domingo, 30 de Julho de 2017.
11h e 20m.

Mais um treino se encerrava para a seleção brasileira. Últimos dias. Últimos toques. Foco a mil. Concentração impecável... Para algumas nem tanto, mas tentavam o seu máximo. Havia a confiança do grupo e uma determinação que as unia.

Manter o reinado do Brasil. Era só isso que importava e nada mais.

Para Gabriela Guimarães, que só estava na torcida, o foco de tudo não era isso e ela podia se preocupar com outras coisas. Como o fato de Montibeller estar lhe ignorando desde que viu a líbero da Itália saindo de seu apartamento. Ela não queria isso.

Rosamaria também não queria, mas havia muita contradição naquela história e pela primeira vez, nada lhe favorecia. Era um outro modo a qual ela não estava acostumada.

Quando as jogadoras foram saindo do ginásio, Gabi seguiu a ponteira/oposta loira em busca de usar o tempo de ida delas até o hotel para que conseguisse conversar com ela. E assim o fez. Rosamaria entrou no ônibus e ela entrou logo atrás, sentando ao lado da mais alta e recebendo um olhar de repreensão.

A neotrentina respirou fundo e colocou seus fones de ouvido, mais uma vez ignorando a sua companheira de quarto de Saquarema, buscando fugir do assunto óbvio que deveriam enfrentar. O ônibus saiu dali e Gabi puxou os fones de Rosa que a encarou furiosa.

– Por que está me evitando?

A mineira perguntou com os olhinhos brilhando, parecia um cachorrinho abandonado e a catarinense sentiu pena dela por uns cinco segundos apenas. Não dava para olhar para ela e simplesmente ignorar toda uma situação e fingir naturalidade.

– Não estou. – ela respondeu fria e colocou os fones de volta, mas Gabi os tirou novamente.

– Está sim. – insistiu. – Eu fiz alguma coisa errada?

– Como tem a coragem de me perguntar isso? – a loira alterou um pouco sua voz, mas logo se recompôs. Para ela, gritar com Gabi era como gritar com uma criança sem razão, por mais que merecesse. – Não é justo. – ela suspirou, tirando seus fones em torno do pescoço. – Vocês duas fazem sexo para selar a paz e eu ainda tenho machucados no meu rosto. Eu estou chateada pra caramba com isso. – confessou e Gabriela ficou calada, pois não tinha se tocado daquilo até o momento.

– Eu não tinha pensado nisso. Me desculpa.

A mineira pediu sincera e ganhou o olhar sobre si. Rosa a analisou por alguns segundos e suspirou derrotada. Gabriela não tinha a culpa ali, ela podia ver isso. Ela pensou se (Seu Nome) teria a usado em forma de vingança ou se simplesmente teria jogado tudo para o auto. Era uma possibilidade. Rosamaria podia deduzir, porque as duas tinham pensamentos e ações iguais. Era o que ela faria.

– O que conversaram? – perguntou e a mais baixa perdeu o olhar enquanto pensava. – Ok, me deixa adivinhar. Ela seduziu você e você caiu como um patinho perdido.

– Não sou tão fácil assim, Rosa. – se defendeu e a loira riu em resposta.

– Você é fraca para mulher bonita, Gabriele. Sejamos sinceras. Algumas coisas são bem óbvias quando se trata de você.

Guimarães não ousou responder, porque simplesmente não havia o que dizer em sua defesa. Ela apenas ficou ali, calada, refletindo seus próprios atos. Montibeller ficou a observando perdida nos próprios pensamentos. Não era justo culpar Gabi por algo que verdadeiramente não era de sua intenção.

As duas mulheres tinham um elo criado de anos e não seria qualquer bobeira ou qualquer pessoa que romperia aquilo. Nem mesmo alguém a qual as duas amavam incondicionalmente. Elas em primeiro lugar, sempre.