Subindo de fase.

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Começávamos o dia entre discussões e terminávamos o dia dormindo abraçadas, simplesmente porque já não conseguíamos mais ficar longe. Ela tinha a porra de um imã que não me fazia desgrudar do seu corpo. Era tão bom que eu esquecia as partes ruins.

Uma de suas mãos apertava minha coxa e me puxava para mais próximo dela, enquanto a outra ela mantinha o trabalho de me fazer delirar quase gritando por ela. Eu a beijava na intenção de manter meus gemidos os mais baixos possíveis. Mesmo que ainda rolasse o pagode no andar de baixo eu não queria correr o risco.

Minhas unhas cravaram nos ombros de Gabriela a fazendo arfar e intensificar seus movimentos dentro de mim. Senti todas as melhores sensações me dominarem de uma vez só. Um arrepio frio percorreu por todo o meu corpo quente, minhas pernas começaram a tremer e senti meu ventre vibrar em contração.

Desgrudamos nossas bocas para que meu gemido saísse arrastado pelo ambiente. Seus lábios arrastaram-se pelo meu queixo e minha mandíbula deixando algumas mordidas. Ela iria acabar me deixando marcas, mas eu não tinha forças para lutar contra aquilo naquele momento.

Colei nossas testas deixando meu corpo desfalecer mais uma vez pela aquela noite. Ela fazia aquilo tão bem que por alguns momentos quase deixei escapar que a amava em meio aos gemidos arrancados involuntariamente.

- Feliz natal.

Falei depois de ter recuperado o ar e ela riu. Nos deitamos e eu até tentei relaxar 100%, mas em alguns minutos depois senti que a temperatura do local não favorecia em absolutamente nada. Meu cabelo insistia em grudar pelo meu rosto e pescoço, minha garganta estava seca e minha cabeça até doía um pouco o que tornava a situação irônica, mas eu sabia que era a quentura.

Um dos pontos que não me fazia muito contente pela aquela região do Brasil.

Fui criada por cidades frias, eu vivia em cidades frias. Por Deus, eu literalmente morava no meio do oceano. Não era nada contra, mas alguns picos me matavam um pouco. Eu morei na Seattle brasileira com poucas reclamações. As chuvas de Saquarema me ajudaram na adaptação. Graças aos céus eu estava em uma cidade que diariamente tinha ventos gélidos e me agradava parcialmente.

- Melhor natal de todos.

Ouvi um sussurro vindo da mulher ao meu lado e voltei a realidade de onde estava. Meus olhos grudaram nos dela em uma batalha que não tinha a intenção de ter uma ganhadora. Apenas ficamos ali em um silêncio tranquilo e pacífico. Pus minha mão em seu rosto e desenhei suas curvas decorando cada sensação.

Gabriela Guimarães tinha um tipo de olhar quando direcionados para mim. Tão brilhoso quanto o céu em uma noite limpa. Um olhar que me prendia facilmente, que acendia a tocha olímpica dentro de mim. Que preenche todos os meus vazios e me faz esquecer de tudo, até mesmo do incômodo do suor em meu corpo. Quando ela me olhava daquela forma... Me fazia pensar que é o tipo de olhar que eu gostaria de ver todas as manhãs. Como a primeira visão que eu queria ter quando acordasse. Ela. Antes de tudo e qualquer coisa.

Fiquei mais alguns minutinhos a encarando e ela tentava devolver o olhar, mas percebi seus olhos pesando e já estava quase dormindo. Me aproximei rapidamente para deixar um beijo em seus lábios e me levantei.

- Eu preciso de um banho. - respondi ao seu resmungo de reprovação. - Está muito quente.

- Está? Achei que a noite está até bem ventilada. - onde? Não movia um fio do meu cabelo.

- Bem, eu não sou acostumada a passar um natal sem ver neve caindo pela janela, então...

- Você está no Brasil há quase um ano. - rebateu. - Como não pode estar acostumada?

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