Entrelinhas.

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este capítulo saiu grande, eu acho, e desde já peço desculpas pelos erros ortográficos, porque escrevi pelo celular, mas tá tudo certo 🙏🏻

boa leitura ❤️❤️

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P.O.V.: Rosamaria.

Shaoxing, Zhejiang. – China.
Quarta-feira, 17 de Janeiro de 2018.

Havia um pouco mais de 24h que tínhamos chego na cidade chinesa. Ainda estávamos nos estabelecendo sem desorganizar tanto nossas coisas e procurando descansar os corpos da longa viagem.

Em dentro de 40 minutos teremos o primeiro treino do campeonato. Eu já tinha tomado banho e estava vestida com a roupa do treino. Minha bolsa de treino, com meu tênis, minhas joelheiras e manguitos, estava no canto do quarto só esperando que eu a colocasse nos ombros.

Eu estava deitada, com um livro ao meu lado, qual eu peguei para ler, mas não conseguia pensar em absolutamente nada além da minha companheira de quarto que parecia embalada em um sono pesado.

(Seu Nome) também já tinha tomado banho, mas não estava arrumada. Sua roupa estava bem dobradinha na beira da cama e sua bolsa de treino estava aberta com seu tênis ainda fora dela.

Não havíamos trocado uma palavra sequer desde que saímos do avião quando eu perguntei se ela queria um café e ela negou alegando que preferia dormir quando chegasse ao hotel. Aparentemente ela estava tentando concluir esse sono desde então.

Eu odiava ser ignorada, mas odiava mais ainda ficar sem saber se ela estava esperando uma desculpa ou se realmente precisava de espaço. Eu não sabia o que fazer ou falar e isso me matava.

Ouvi a porta ser levemente aberta e me sentei, implorando comigo mesma para não fazerem barulho e acabar a acordando. Roberta adentrou sua cabeça e perguntou se podia ir tomar banho ou se uma de nós iria, apenas neguei e ela sumiu de vista, fechando a porta com cuidado para não fazer barulho.

Olhei para a mulher agarrada ao travesseiro e suspirei derrotada de uma guerra que nem mesmo entendi o ocorrer. Diante disso, como devo recorrer? Eu nunca me senti tão perdida.








O último apito soou pelo ginásio e eu suspirei em cansaço. Fui até as cadeiras e me hidratei enquanto tirava os tênis para me direcionar ao ônibus e ir para o hotel e me jogar na cama. É isso. Era o que eu precisava.

Eu estava com os olhos fixos no chão quando vi os tênis de (Seu Nome) adentrar a minha visão, mas não era em minha direção. Permaneci abaixada e só a ouvi agradecendo alguém, logo se distanciando de novo.

Eu preciso falar com ela.

Sinto quase que fisicamente a dor me corroendo por algo que relativamente não me sinto culpada, ou a parte orgulhosa da minha memória ainda não tinha me mostrado os erros que cometi e meu egoísmo me cegava, mas... Ela estava indiferente e dessa parte sim, eu me sinto culpada.

Passo meus olhos pelo ginásio e a encontro conversando com Kelsey Robinson do VakıfBank, já não tem mais ninguém do time do Osasco VC ali, mas ninguém tem a coragem de ir lá expulsa-la. A conversa dura mais uns 3 minutos e logo elas se despedem com sorrisos e abraços me fazendo sentir uma pequena, quase invisível, pontada de ciúmes.

Balanço minha cabeça em negação e apresso meus passos para ela não pensar que eu fiquei a vigiando. Paro no lugar. Ou ela vai se sentir melhor se souber que alguém a esperou?

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