𝐛𝐚𝐜𝐤 𝐭𝐨 𝐥𝐨𝐧𝐝𝐨𝐧 • 𝐛𝐢𝐥𝐥𝐢𝐞 𝐞𝐢𝐥𝐢𝐬𝐡

Prólogo

Flashback, year 2018.

"Eu juro que te amo, mas preciso que morra para que isso de certo."

- Solta isso, Isabella. Dê meia volta e vaze daqui! - gritou - E se abrir a boca, você irá se ver comigo.

- Tráfico humano? Desde quando você se tornou alguém tão baixo ao ponto de fazer algo assim? - Isabella questionou abismada e surpresa. Seus olhos já estavam vermelhos indicando que ela iria chorar.

- Isso não é da sua conta - rebateu.

- Ela sabe que você faz essas coisas? Ou que matou ele? - ela indagou de volta, torcendo para que ele a respondesse - Em?! A mulher que te ama sabe que você é um monstro? Seu merda!

- Isso não é da sua conta, garota insuportável! Vai embora e não volte nunca mais - berrou a assustando - Se ousar falar uma palavra, eu te mato.

Isabella estava chocada, não imaginaria isso vindo
dele, ela sinceramente não esperava. Não sabia o quão nojento ele poderia ser ao ponto de traficar pessoas, e crianças. Ou matar alguém a sangue frio.

- O que aconteceu com você? - ela perguntou baixinho - O senhor não era assim.

- Não sou quem pensa que é, Bella.

Ela estava com medo, mas não queria deixar um louco fazendo essas coisas solto por aí. Ela iria tomar uma providência, nem que isso custasse sua vida. Nunca havia sentido tanta repulsa de alguém em seus dezoito anos de vida, e não esperava que fosse sentir logo dele.

- Eu irei contar para todo mundo e expor que o dono da maior empresa de investimentos de Londres é um traficante de pessoas. Quero ver quem irá ficar do seu lado depois disso - cuspiu as palavras em sua face, fazendo seu rosto ficar coberto por ódio - Espero que lembre de mim quando estiver na cadeia.

Isabella não imaginava que essa ameaça fosse mudar tudo em sua vida, e talvez transformá-la em um inferno.

[...]

Em seu quarto de pintura, Bella pintava um quadro descontando toda sua raiva. Usando cores escuras e criando algo marcante e dolorido, ela transparecia na tela toda a raiva e ódio que sentia.

Ela sabia que havia feito merda, disso ela sabia. Não pode ignorar o ódio dele ao transferir um tapa em sua cara e a expulsar de lá. Não antes de dizer que ela iria morrer. Ela agora sabia que ele era capaz de qualquer coisa, ela nunca imaginou, mas depois de tudo que viu, agora tinha certeza.

Todos os anos em que passou ao seu lado, nunca imaginou que ele fosse capaz de ser tão nojento assim. Traficar pessoas, traficar crianças.

Isso teria que ter um fim, e ela sabia como. Antes de ele aparecer em seu escritório e o encontrar lá, Isabella fotografou e memorizou algumas coisas importantes, enviando para seu e-mail a qual ninguém havia acesso.

Ela poderia ser nova, mas não era burra.

Todos seus devaneios e pensamentos foram interrompidos por uma batida forte na porta de seu apartamento. Se fosse alguém desconhecido ela saberia, então não se preocupou em trocar de roupa ou parecer mais agradável.

Seus olhos se arregalaram ao ver ele, parado e com um sorriso nos lábios. Algo estava errado.

- O que quer? - Bella indagou, tentando não parecer assustada.

- Te trouxe um milhão de dólares para você ir embora e nos esquecer. Não vou deixar que uma garota insuportável que nem você estrague tudo o que eu demorei anos para construir - ele abriu o jogo, entrando no apartamento. Isabella o acompanhou ao fechar a porta.

- Dólares? Eu moro em Londres. Usamos libra, caso não se lembre - rebateu

- Quero que vá morar em Nova York. Por isso te trouxe um milhão de dólares em espécie - colocou a mala encima da mesa.

- Não vou embora. Sinto muito se faz merda, mas não vou pagar pelo que você faz, e muito menos deixar minha mãe aqui - Bella respondeu - Mas aceito o dinheiro, muito obrigada.

- Você vai sim.

Isabella não deixou de gargalhar com a frase. Ele ainda acha que pode mandar nela?

- Posso até ir, mas só depois que todos souberem quem você realmente é. Não antes de todos descobrirem as milhares de pessoas que você mantém escondida e presas em um galpão. Eu confiava em você, tinha amor por você. Mas agora sinto nojo - ela murmurou e apontou a porta - Vá embora, por favor.

Em um estalar de dedos, sem ao menos que Isabella pudesse raciocinar, John a arremessou na parede com um empurrão. Indo até ela e puxando pelo cabelo com toda a força que tinha a colocando de pé.

- Me solta! - ela berrou, desesperada pela dor de ter sido jogada na parede.

- Eu juro que te amo, mas preciso que morra para que isso de certo - murmurou baixo começando a socar seu rosto, não deixando de jogá-la no chão novamente. Ele se levantou e voltou com uma faca, fazendo Isabella arregalar os olhos e berrar ao sentir duas facadas ser transferidas em sua barriga.

Isabella já não havia mais forças para tentar impedi-lo, então apenas continuou sentindo os socos, chutes e todo tipo de espancamento ser transferido em seu corpo.

Ela via em seus olhos a raiva, o ódio. Mas ficou desesperada ao saber e sentir que morreria ali.

- Eu te odeio - foi a última coisa que Bella conseguiu sussurrar antes de sentir as mãos grossas e fortes dele em seu pescoço.

Lágrimas de desespero saiam de seus olhos e a cada segundo que passa ela sentia que iria desmaiar.

Ou ela realmente estava morrendo.

Seu corpo estava perdendo a força, assim como sua consciência que se forçava a ficar acordada, mas aos poucos seus olhos iam se fechando. As mãos grossas esmagavam e estrangulavam seu pescoço com a maior força do mundo, até que ela infelizmente apagou. Ou melhor, morreu.

Ele por outro lado, arregalou os olhos ao ver o corpo dela sem vida ficar esparramado no chão do apartamento após suas mãos largarem de seu pescoço. Olhando em suas mãos e vendo todo o sangue de Isabella.

Ele realmente seria capaz de tudo para salvar aquilo que construiu.

Sem ao menos ver o corpo morto de Isabella, ele saiu e fugiu do lugar. O peso na consciência do que havia feito durou pouco, e ele tinha certeza de que não tinha se arrependido.

Isabella por outro lado, deitada naquele chão frio de seu apartamento, ainda respirava.

Mas ninguém precisava saber disso.

Não por enquanto.