017

3.3K 298 28
                                    

Flashback On.

Isabella estava a quase dois dias sem dormir.

O motivo era simples e se rodeava em torno de seu pai, um misto de sensações que a resultavam em uma insônia terrível. Pois saber de tudo o que ele fazia e simplesmente não poder ajudar a esgotava.

Durante os quase quatro anos de vida privada, Isa conseguiu muita coisa e acabou fazendo muita coisa. Mas mesmo assim não teve tudo o que precisava para destruir seu pai, e uma dessas coisas ainda estava em Londres.

Ela não estava totalmente bem, seja fisicamente ou psicologicamente, mas se sentia pronta para tentar.

Seu corpo se encontrava quase cem por cento recuperado pelas duas facadas, enforcamento e espancamento. E dentre esse período de recuperação intensiva, Isabella se arriscou demais.

Transar loucamente, beber e sair para matar era algo extremamente perigoso em sua saúde. Problemas envolvendo seus pontos era algo totalmente normal, Isabella abriu eles três vezes. Ela não tinha limites, e sempre queria dar o melhor de si.

Mas, depois que começou a ter sexos casuais com sua amiga, as coisas saíram do controle. Dores começaram a aparecer, e o pior, Alicia achava que era dona da vida de Isabella, tendo total certeza que poderia então controlá-la.

Smith não aceitava o fato de não ter absolutamente nada sério com Isabella. Se odiava por ter feito a proposta de apenas transar com sua melhor amiga e ter criado sentimentos.

O que não era culpa de Isabella. Mas isso não lhe dava o direito de controlar a vida de alguém como ela estava tentando fazer.

Brigar por roupas, trabalho e até mesmo não querer ter relações sexuais. Isabella não tinha paciência.

Ou melhor, ela teve paciência demais.

- Você transa comigo e quando decido te pedir em namoro você nega? - Alicia indagou arregalando os olhos.

Na noite anterior, tiveram uma de suas noites entediantes voltadas ao sexo.

Não era um sexo bom, foi sempre algo para tirar o tesão acumulado e passar o tempo, mas aquele não estava sendo mais.

Isso tudo na cabeça de Isabella, claro. Pois para Alicia, elas tinham tudo para ser o casal perfeito, e então tomou a decisão de pedi-la em namoro.

O que não aconteceu como planejado, já que Isabella não aceitou. E por isso Alicia estava furiosa.

- As coisas não funcionam assim - Isa tentou se explicar mas foi interrompida.

- Você tem outra? - ela perguntou e Isabella riu.

Alicia era louca, pior do que poderia imaginar.

- Preste atenção no que irei dizer, e se me interromper te mando embora - suspirou se levantando da cama - Desde o começo deixei claro que iríamos nos pegar, transar e fazer tudo o que fizemos, e devo dizer que foi uma péssima ideia. Estragamos nossa amizade e você se tornou um ser doentio, querendo controlar até o que faço com o MEU dinheiro. Se nem minha mãe manda em mim, quem dera você.

Isabella tentava a todo custo manter seu tom de voz normal, pois se exaltar não daria certo.

- Não sou idiota e muito menos serei controlada por você. Então faça-me o favor de aceitar o fato de que não temos NADA! - deu ênfase na última palavra, respirando fundo para continuar - Não estou com cabeça para ter relacionamentos, além de não sentir por você o que sente por mim. Você foi incrível e gostaria de retribuir o que sente, mas é impossível.

- Eu te amo, Isabella.

- Eu também amo você, mas não do jeito que você deseja. E sinto muito por estar sendo ignorante, mas não aguento tudo isso - falou - Em um dia você me dá flores, no outro me humilha depois de me comer, me xingou na frente da minha mãe e agora me pede em namoro? Calma que não é assim que as coisas funcionam. Não adianta insistir, não teremos nada.

- Isso tudo é culpa sua. Você faz merda, mata pessoas inocentes e acha ruim que eu me preocupe?

Isabella revirou os olhos para tal pensamento.

O fato de Isabella ser dois anos mais nova e ganhar mais dinheiro que Alicia, possivelmente a incomodava.

- O que eu faço ou deixo de fazer não é da sua conta. E não adianta me culpar, eu não ligo.

Dito isso, Isabella saiu do quarto de Alicia e foi até o de Heloisa, a observando dormir. Pensando em como deixou que tudo desmoronasse.

Horas depois, Isabella se encontrava em seu escritório pesquisando e descobrindo mais coisas sobre a vida de Billie O'Connell. Uma de suas chaves para acabar com a vida e império de seu pai.

- Podemos conversar? - Alicia apareceu de supetão, a assustando.

- Não quero falar com você.

Isabella estava cansada e tudo o que necessitava era de paz.

- Apenas me escute - pediu. Isabella revirou os olhos e levantou a cabeça, a olhando. - Vamos tentar ficar juntas? Por favor, você é tudo o que eu tenho.

- De novo com isso? - perguntou com a voz cansada - Eu estou planejando matar meu pai, mas a única coisa que te preocupa é não namorar comigo?

Alicia não ia muito com a ideia de Isabella se mudar para seu país, apenas para matar seu pai.

Era idiotice.

- Isso é burrice. A vida te deu uma chance e você está desperdiçando por uma vingança boba? - ela questionou.

- Ele tentou me matar caralho! Óbvio que vou ir atrás dele, não estaria aqui caso meu pai tivesse caráter.

- Seu plano é idiota.

Isabella riu e a olhou.

- Quem te perguntou alguma coisa? - a de olhos verdes perguntou, totalmente sem paciência.

- Teu pai estava protegendo aquilo que conquistou, então não pode julga-lo.

Seus olhos se arregalaram ao ouvir tal coisa.

- Primeiro, não pedi sua opinião. Segundo, ele tentou me matar e não matar você, Alicia - ela respirou fundo fechando o notebook - E terceiro, não se esqueça que está aqui graças a mim, caso contrário não teria uma casa para morar.

Alicia devia tanto dinheiro a Isabella que até lhe dava dó. Ela tinha muita sorte por Bella não ser alguém de coração ruim.

- Você deveria se colocar em seu devido lugar e perceber que a partir do momento que te dei um lar, me deve respeito. Isso inclui não se meter onde não foi chamada - Müller falou firme e irritada - Peço que por gentileza saia daqui.

- Isabella, porque faz isso comigo? - Alicia começou com seu drama - Eu te amo como nunca amei ninguém, mas mesmo assim prefere me humilhar e só ligar para esse plano idiota.

Isabella resolveu fechar os olhos e a ignorar, ou acabaria cometendo um homicídio.

- Guardo muita coisa sua comigo e posso desmascarar todo seu plano em segundos - a ameaçou. Ou melhor, apenas tentou - Se morrer, espero que sofra igual sofri em suas mãos.

- Você nunca sofreu em minhas mãos, então pare de falar besteira. Te dei tudo, uma casa para morar, um emprego e salário incrível, mas mesmo assim prefere vir aqui e tentar me ameaçar?

Isabella perguntava indignada.

- Seu pai estava certo em te matar. Você só atrapalha e nunca faz nada que preste - Alicia cuspiu as palavras em sua cara, fazendo a paciência de Isabella se esgotar.

Um tapa estralado foi deixado em seu rosto. A marca da mão de Isabella ficou em sua bochecha.

- Pegue suas coisas e vá embora. Sua filha da puta do caralho! - gritou - Se quando eu sair daqui, te ver em algum canto, eu te mato.

𝐛𝐚𝐜𝐤 𝐭𝐨 𝐥𝐨𝐧𝐝𝐨𝐧 • 𝐛𝐢𝐥𝐥𝐢𝐞 𝐞𝐢𝐥𝐢𝐬𝐡Onde histórias criam vida. Descubra agora