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Billie Eilish On

Cheguei em Los Angeles a dois dias. Aproveitei os primeiros momentos para conversar e ficar agarrada com a minha mãe para matar as saudades. Pude ver meus cachorros e me sentir finalmente em casa, sem ser a O'Connell que todos conheciam.

Mas durante o aniversário da minha mãe, tentei me desligar da pessoa que eu era, e voltar a ser a Billie Eilish de doze anos que corria pela casa atrás do seu violão.

Curti o máximo que consegui com a minha mãe a enchendo de abraços e beijos para comemorar mais um ano junto a ela.

Dei um carro lindíssimo de presente para ela, um que ela sempre quis e desde de pequena comenta sobre ele, mas óbvio que nunca me deixou comprar.

Além do carro, comprei um apartamento que parecia uma linda cobertura para ela. Minha mãe morava na mesma casa que crescemos, até mesmo depois do meu pai ter tanto dinheiro que compraria um país.

E sinto que meu pai estaria feliz por ver que ela ficou bem e não se deixou levar pelo luto, ou por tudo o que passamos durante esses cinco anos sem saber o que realmente aconteceu com ele.

Eu estava super feliz e realmente me sentia viva ao lado dela e do Finneas. Assim como ao lado dos meus amigos.

Durante o meu período de estadia em Los Angeles, não falei com ninguém desde que saí de Londres, muito menos meu irmão, que depois do aniversário de nossa mãe foi embora para ficar com a namorada.

- E esse chupão no pescoço, minha filha. Quem foi dessa vez? - minha mãe me perguntou, arrancando de mim uma risada alta.

- Isabella - minha mãe abriu a boca em surpresa e sorriu maliciosa - O que foi?

- Não é a moça que você disse ser insuportável, intrigante e irritante? - assenti e ela riu - Ela é bonita pelo menos?

- Para um caralho. Ela tem um bun...

- Billie! Só queria saber se ela era bonita, e não o tamanho da bunda dela - deu um tapa em meu ombro interrompendo meus pensamentos em voz alta. Sorri igual boba observando minha mãe.

Minha mãe era o que me mantinha viva depois do que ocorreu com o meu pai, e agora sabendo o que realmente aconteceu com ele, me sinto perdida morando sem ela.

Decidi usar também essa oportunidade para ter a conversa que eu não queria. Iria esperar passar seu aniversário, mas não iria conseguir segurar mais.

- O que foi, Bill? - ela perguntou se sentando ao meu lado, ao perceber minha mudança de humor.

- Podemos conversar? É sobre o papai - Maggie assentiu engolindo seco.

- Claro, minha filha. Pensei que tivesse parado de ir atrás de coisas que não existem, Bill - ela se sentou ao meu lado no sofá, me puxando para que eu deitasse em seu ombro. Revirei os olhos, sabendo que eu sempre estive certa.

- O pai da Isabella o matou, mãe. Ele não morreu de parada cardíaca e muito menos foram causas naturais, o mataram mamãe.

Minha mãe continuava em silêncio e por um momento me preocupei, ela não era de ficar em silêncio. Me soltei de seus braços e a olhei, seu olhar estava normal como se eu não tivesse contado a pior coisa de todas.

Ou como se ela já soubesse.

- A quanto tempo sabe? - perguntei com a voz firme.

- Desde o dia em que ele morreu.

- Você sabia de tudo o tempo inteiro e não me contou? - ela assentiu abaixando o olhar.

- Finneas também sabe. E Billie, por favor, precisa nos entender - ela tentou me tocar mas eu desviei.

𝐛𝐚𝐜𝐤 𝐭𝐨 𝐥𝐨𝐧𝐝𝐨𝐧 • 𝐛𝐢𝐥𝐥𝐢𝐞 𝐞𝐢𝐥𝐢𝐬𝐡Onde histórias criam vida. Descubra agora