☆ Capítulo 18 ☆

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Só ele cura os de coração quebrantado e cuida das suas feridas.
Salmos 147:3

(Sonho)

7 anos atrás......

Eu sempre tive medo da indiferença das pessoas com relação a mim, isso porque eu sou uma pessoa cheia de inseguranças.
No meu casamento não foi diferente, casei com o Ian mais de dois anos atrás, muitos disseram que é muito precipitado casar aos 19 anos, mas eu não me importei nenhum um pouco.
Eu estava perdidamente apaixonada e tinha muita certeza que ele também me amava.

Quinze dias atrás, viajei para Inglaterra mais precisamente em Southampton, para cuidar de negócios da minha empresa de construção naval que eu herdei do meu padastro, já que ele não tinha outros familiares.

Normalmente, eu fazia todo meu trabalho à distância de Manhattan e pelo menos uma vez por mês eu ia até lá. Talvez, quem sabe, os meus planos para o futuro seja abrir uma filial aqui mesmo em Nova York.

Estava com muita ansiedade para voltar para a minha casa porque estava morrendo de saudades do meu marido. Dessa vez, resolvi voltar mais cedo, e queria fazer uma surpresa para Ian, por isso cheguei silenciosamente a sua procura.

— São seis da manhã, acho que ele ainda está dormindo. — Falei comigo mesma, abrindo devagar a porta da minha casa. — Ele vai ficar muito feliz em me ver mais cedo.

Quando estava caminhando em direção ao nosso quarto, escutei sussuros, vozes de algumas pessoas conversando com o quarto trancado. Mas quem está aí dentro?

— ... Quando você vai pedir o divórcio para aquela mulherzinha? —  Uma voz de mulher surge.

— Vai demorar um pouco meu doce. — Diz Ian que aparentemente estava nesse quarto. 

— Sério, não sei como você aguenta estar com ela esses anos.

— Também não é assim Stacie, eu até gosto dela. Obviamente não a amo, mas é necessário. Quando eu conseguir o que quero dela, fugiremos juntos.

— Ah, então você gosta dela Ian? Você sabe o quanto é difícil pra mim ter que te dividir esses anos. Espero que fique só no gostar mesmo, por causa da convivência. Agora, se eu descobri que você ama aquela songa monga sem sal isso não vai dá certo. — A mulher em um tom ameaçador.

— Calma meu bebê, você sabe que você é a única que eu amo e sempre amarei. Como você disse, é só pela convivência mesmo eu só me casei com ela porquê minha família estava com problemas financeiros. Você não sabe o quão ela é  entediante tanto na convivência quanto na cama, tenho é pena dela e espero que demore bastante para voltar dessa vez. Você sabe que é única que me satisfaz, assim podemos ficar mais tempo juntos.

Eu acho que se eu fosse torturada da pior maneira possível fisicamente, com certeza doeria bem menos do que ouvir palavras deploráveis do meu próprio marido.

Se de fato existe um inferno, era justamente aquilo que eu estava vivendo. Não estava conseguindo controlar toda minha raiva e meu ódio naquele momento.
O que eles não sabiam, é que eu tenho uma chave reserva do meu quarto e eu tinha que ver com meus próprios olhos aquilo meu coração não queria acreditar.

Abri a porta lentamente e me deparei com a cena estarrecedora de uma vadia em cima do meu marido se desmanchando em prazer enquanto eu observava aquilo tudo a sangue frio.

Um Passado Ainda PresenteOnde histórias criam vida. Descubra agora