☆ Capítulo 7 ☆

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"O que é já foi, e o que há de ser também já foi, Deus fará renovar o que se passou"
Eclesiastes 3:15

Como você recebe uma trágica notícia?

A reação de muitos é chorar no exato momento, ou tempos depois. Tem pessoas também que ficam extremamente em choque ou em desespero total, e esse foi o meu caso, não foi fácil para uma garota de 16 anos sozinha receber uma terrível notícia às 8 da manhã. Só sei que depois disso eu nunca mais fui a mesma pessoa.

- Já vai.. só um segundo mãe. - Corri em direção a porta que estava tocando a campainha. - Poxa finalmente vocês voltaram... - Falei abrindo a porta e acabei me deparando com um policial.

- Oi, Aqui é a casa da senhorita Elizabeth?. - O homem perguntou.

- Aham .. quem é você?. - Perguntei confusa.

- Eu sou o Xerife Smith, como vai?

- Bem.. o que o Xerife faz aqui?. - Indaguei.

- Então.... - Ele começou a falar parecendo receoso. - Eu vim trazer notícias do senhor e senhora Ford.

- O que houve? Por favor fala. - Falei em tom desespero pela sua expressão.

Ele respirou profundamente.

- Pelo amor de Deus senhor .. fala o que houve? É alguma coisa com meus pais? Por que eles me ligaram ontem dizendo que estavam a caminho de casa, eles tinham ido resolver uns assuntos de trabalho, mas até hoje de manhã não apareceram. - Entrei em pânico.

- Ontem no final da noite, aconteceu um acidente na rodovia, um carro perdeu o controle e vimos que as vítimas que estavam dentro eram seus pais, os senhores Amy e Mark Ford ...

- Ah, meu Deus... - Comecei a chorar. - por favor me diz que eles estão bem.. por favor..

Ele me olhou com uma profunda tristeza num profundo silêncio.

- Senhorita.. infelizmente.. - Ele balançou a cabeça negativamente.

- Não... Não... Não... isso não pode estar acontecendo .. não.. Meu Deus por que?. - Chorei desesperadamente.

- Olha senhorita.. Eu sei que é um momento difícil.. eu sinto muito por você. - Ele tentou me amparar. - E entendo que você está sozinha, no entanto, o comandante Jones era muito amigo do seu Padrasto e ele ficou sabendo do que houve e está entrando com um recurso judicial para que você possa ser amparada num internato militar e seja cuidada por lá até você ter a maioridade.

- Não.. Não.. Eu não quero ir pra lugar nenhum. Me leva até meus pais por favor. - Falei inconsolada.

Eu não tinha palavras e emoções para descrever o que eu estava sentindo naquele momento. Era difícil demais saber que meus amados pais partiram dessa forma trágica. E também que eu teria que ir pra um lugar desconhecido.

- Mas infelizmente você precisa ir, se não vai ter que ficar num orfanato, no colégio interno você vai ter todos os melhores cuidados possíveis. E antes da sua mãe falecer no local, ela falou para nos entregar esse colarzinho para você. - Ele me entregou uma gargantilha com um diamante azul. - Ela disse que você vai precisar dele.

Peguei o colar azul e comecei a chorar inconsolável, o Xerife tinha trazido uma equipe de psicólogos para me ajudar.

Tempos depois, após o enterro do meus pais, fiquei sabendo que o tal comandante conseguiu um recurso para eu ficar no internato militar. E foi o que aconteceu comigo, morei por um bom tempo nesse lugar, no início não foi fácil, mas infelizmente eu tive que me acostumar.
A única lembrança que eu tinha para ficar mais próxima dos meus pais era exatamente o colar azul que minha mãe deixou pra mim. E toda as noites eu pensava por que o Deus que meus pais adoravam tanto tinha tirado de mim todos os meus familiares e me deixado sozinha.

Um Passado Ainda PresenteOnde histórias criam vida. Descubra agora