Capítulo 11

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[Changbin p.o.v.]

– Changbin, essa não foi a educação que eu te dei! – Hyunjin disse dando um tapa na minha cabeça enquanto passava por mim para voltar para o forno e ver se a pizza que havíamos feito estava pronta.

– Então você também acha que em toda e qualquer circunstância tudo o que eu falei pra Felix foi errado? – perguntei – Eu não tinha nem um tiquinho de razão?

– Eu acho que, como ele mesmo disse, não é da sua conta, então nem tem como você ter razão! – Hyunjin me olhou impaciente, mas com certa piedade no olhar – Eu sei que você estava sendo passional, mas se Chan não se importou, por que você se importaria?

– Porque o Chan é besta com os outros! – respondi.

– Ou você é duro demais com os outros? Olha, Binnie, eles se conhecem desde que se entendem por gente, cresceram juntos e com a família um do outro do lado. Eles são mais próximos de serem irmãos do que amigos pra falar a verdade. Eu duvido muito que Felix tenha se afastado de graça assim.

– Eu sei, eu sei! Depois que ele falou isso, ficou meio que claro pra mim. Mas eu nem sei como me desculpar.

– Ah, eu tenho uma ideia! – Hyunjin pulou animado para a mesa novamente, se sentou a minha frente e disse vagarosamente – Você chama ele e aí você diz "Desculpa"!

– Ah, nossa, você é genial! – disse sarcasticamente para meu amigo que ria.

– Sério, juro que não é difícil!

– Pra mim é! – suspirei – Tenho certeza que ele não vai me perdoar e ainda vai pagar um sapo pra mim.

– Você meio que merece, não é? – Hyunjin deu de ombros – Você pulou muito alto, Binnie. Agora aguenta o tombo!

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Cheguei no trabalho pela manhã. Não tenho muitas aulas na terça, apenas uma às 8 horas que logo me deixava livre pelo restante do dia. Chan havia ficado na loja sozinho até então, almoçaria comigo e logo iria para suas aulas de tarde. Ele comprou marmitas para almoçarmos juntos no balcão da loja e começou a perguntar dos meus projetos e a jogar conversa fora. Até que ele pergunta:

– Que horas Felix chega hoje?

– Acho que umas 13 ou 14 horas. Acho que todos os dias ele deve chegar esse horário.

– Verdade, os calouros costumam ter todas as aulas de manhã! – ele disse e colocou uma garfada de arroz na boca enquanto encarava a própria comida pensativo.

– O que foi? Algum problema?

– Você... Sei que não conhece Felix tão bem ainda, mas você notou que ele anda diferente? Sei lá. Ontem no resto da tarde eu estive com ele aqui na loja e ele parecia pra baixo, meio irritado, triste. Eu falava com ele e ele instantaneamente sorria, mas dava pra notar que era um sorriso forçado. Não sei se devo perguntar ou...

– É culpa minha! – disse rapidamente sem pensar muito, afinal, sempre desabafei sobre tudo com Chan, então não vejo problema em falar sobre isso também.

– Como assim? – ele me olhava atento.

– Eu briguei com ele no sábado e... Eu vou pedir desculpas, eu ainda não tive coragem, porque você sabe, eu sou meio...

– Teimoso?

– É, isso aí! Mas, enfim... O que aconteceu foi...

– Changbin, para! – ele me interrompeu – Eu acho que prefiro não saber. Felix e você são muito importantes pra mim e eu odeio saber que vocês se desentenderam. Mas ao mesmo tempo, já que vocês conseguem se resolver sozinhos, eu prefiro nem saber o que aconteceu, pra não tomar partido nem nada.

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