Capítulo 13

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Parecia que os dias passavam mais rápidos e as noites mais devagar. Apenas Minho sabia da minha recente paixonite por Changbin que sinceramente espero que seja passageira. Assim como uma criança fica impressionada quando vê um mágico no circo, meu coração despedaçado se inflou com pequenos atos de carinho do cara que até então eu via como um inimigo, mas que durante a semana foi se tornando um amigo.

Era domingo e a manhã tinha o céu totalmente limpo. Minha mãe convidou Minho e eu para almoçarmos em casa e, quando ouviu a ideia, senhora Bang pensou que seria maravilhoso unir as famílias para um churrasco e chamou Chan também. Chan, por sua vez, achou que já que Minho e eu estaríamos por lá e Changbin acabaria passando o domingo sozinho, pois seu "parceiro" iria visitar a família também, decidiu convidá-lo para o grande churrasco dos Lee-Bang.

Saímos cedo do campus e encontramos com Changbin na parada e ônibus. Chan e Changbin pareciam exaustos, pois com certeza tinham dormido tarde. Mas Minho e eu tínhamos combinado de irmos cedo para ajudar a fazer o almoço, junto com meus pais e os Bang. No ônibus, todos nos sentamos juntos no grande assento que ficava no final do veículo. Minho na janela, eu ao seu lado, ao meu lado Changbin e na outra janela estava Chan. Chan logo caiu no sono no ombro de Changbin que tinha a cabeça caída enquanto também cochilava. Com um balanço do ônibus Changbin acabou caindo com a cabeça no meu ombro. Fiquei estático e ouvi o riso abafado de Minho, que logo sussurrou "Aproveita!" e empurrou minha cabeça para que eu encostasse ela na de Changbin. Dei um peteleco na perna de Minho que nem sequer pensou em reclamar, mas sim tirou seu tempo para tirar uma foto de nós.

Quando finalmente chegamos no subúrbio andamos um pouco até nossa rua e já podíamos ver nossas famílias reunidas no quintal de trás que, desde a nossa infância teve uma grande porta feita na cerca que separava os quintas. A porta estava escancarada e era quase como se fosse apenas um quintal gigante. A churrasqueira da casa dos bang era maior e já estava sendo acessa. Todos pararam para nos cumprimentar assim que chegamos e Chan e eu fomos espremidos pelos braços de nossas mães enquanto ouvíamos reclamações sobre não termos aparecido na semana anterior. Logo a atenção da família se voltou para Minho que estava o tempo inteiro fazendo brincadeiras, conquistando o coração de nossos pais em segundos.

Chan e Changbin estavam largados em um grande sofá branco que ficava na varanda da minha casa.

– Por que dormem tanto? – a mãe de Chan questionou fazendo menção aos meninos.

– Justamente porque não dormem, senhora Bang! – Minho brincou.

Com a mão de obra em larga escala que formamos Minho, eu e as mamães, o almoço não demorou a ficar pronto. Era muita comida, isso sem contar com todas as carnes que meu pai e senhor Bang prepararam na churrasqueira. O irmão de Chan o despertou fazendo-o cheirar um pedaço de carne de porco que ele havia acabado de pegar com o pai. O menino levantou tão rápido que chegou a assustar Changbin que se levantou em um salto.

As famílias almoçaram todas juntas enquanto conversavam sobre diversos assuntos diferentes. Passamos muito tempo comendo, afinal tinha muito do que se provar. Durante a tarde jogamos jogos de tabuleiros e cartas e quanto a noite estava prestes a chegar, nossos pais foram atrás de mais carne para fazermos hamburgueres. No final do jantar, vi as mães levarem a louça para suas cozinhas para colocar na lava louça e quando estava prestes a chegar com mais algumas vasilhas, pude notar sua conversa, que me fez parar no meio do caminho e prestar atenção.

– De onde Chan conhece Changbin mesmo? – minha mãe perguntou.

– Se conheceram no final do ensino médio pela internet e hoje fazem faculdade juntos. – senhora Bang respondeu.

– Ele é bem quieto, contrasta com a energia de Chan.

– Ah, sim. Ele é um bom menino, mas realmente é bem quieto. Acho que deve ter a ver com os pais dele.

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