Capítulo 37

85 17 6
                                    

– Qual é o problema de vocês? – questiono irritado à minha família que estava comigo em uma sala particular no ambiente da festa – Vocês nunca me aceitaram por nada, não têm notícias de mim há anos e quando eu finalmente apareço é pra vocês me colocarem no primeiro casamento gay arranjado da Coréia do Sul?

– Você não queria que te aceitássemos? Estamos finalmente aceitando! – meu pai diz sério.

– A troco de uma aliança com uma família multimilionária. Me perdoe, papai, mas isso não é muito bem aceitar! – respondo sarcástico.

– Vocês poderiam pelo menos ter avisado! – minha irmã diz – Como deixam ele tão desprevinido assim?

– Vai me falar que você também não sabia? – questiono minha irmã.

– Eu te juro que não! – ela responde.

– Não imaginamos que ele iria tocar no assunto agora. Apenas comentamos com eles em outra reunião de negócios. – minha mãe responde como se o assunto não fosse nada.

– Ah, então isso é que minha vida é pra vocês? Negócios? – digo irritado.

– Pare de drama agora, Changbin! Não é pra tanto! – meu pai diz firme – A vida de quase todas as pessoas naquele salão foi assim e ninguém morreu. Fique satisfeito que ainda estamos te colocando com um dos seus.

– Você é tão bonzinho que me faz querer chorar! – digo sarcasticamente de novo.

– Vocês não poderiam ter avisado que estavam tramando isso? – minha irmã questionou mais uma vez.

– Se ele normalmente não vem aos eventos, aí que ele não viria mesmo! – minha mãe respondeu – Eu vi você conversando com o rapaz, filho! Vocês pareciam estar se dando tão bem!

– Não é sobre isso, mãe! Por Deus, quando vocês vão entender? – questiono.

– Você tem que crescer, Changbin! Já passou da hora! – meu pai fala irritado batendo na mesa em que ele estava apoiado – Sua irmã sempre fez tudo da forma que exigimos. Quando chegou a hora dela se casar com alguém, ela pediu a condição de que ela escolhesse e nós sedemos. Você nunca fez nada. Nós ainda estamos te arranjando um bom homem, de uma boa família e você responde com ingratidão?

– Eu desisto! – respondo – Eu desisto de vocês. Eu não quero mais saber de vocês. Eu não quero mais saber do dinheiro de vocês. Se eu precisar morar na rua, eu vou fazer isso feliz só para não precisar mais saber da existência de vocês.

– Changbin... – minha irmã começa.

– Se você atura tudo isso, é escolha sua. Mas não há NADA que vá me convencer de fazer o que eles querem! – digo.

– Nem seu amiguinho? – meu pai fala com um sorriso sacana no rosto – A gente se lembra daquele seu amiguinho, o tal Chan, né?

– O que ele tem a ver? – pergunto impaciente, sem entender o que Chan tem a ver com aquilo tudo.

– É dele que você gosta, não é? – meu pai persiste.

– Não! – digo sem pestanejar já que hoje em dia isso não é mais verdade.

– Sei... – meu pai diz sem acreditar – Andei pesquisando sobre ele há um tempo atrás, sabe? Sobre a família dele...

– O senhor é doente? – questiono sem pensar.

– Sabia que tem como eu tomar aquela lojinha chinfrin do pai dele, não sabe? – ele ignorou meu comentário desrespeitoso – Já que você não se importa com sua família, deve se importar com seu namoradinho!

Músicas de Amor na Loja da Rua de Baixo  | ChanglixOnde histórias criam vida. Descubra agora