Capítulo 41

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[Felix p.o.v.]

Eu estava muito cansado após o trabalho, o treino e agora depois do sexo. Eu senti meu corpo se enfraquecer assim que tocou a cama. A adrenalina tinha passado e o cansaço tomou conta de tudo.

– Quer se vestir? – ouço Changbin questionar baixo.

– Tanto faz! – respondo preguiçoso.

– Pode dormir assim se quiser! – ouço ele dizer como se sorrisse, mesmo que meus olhos estejam fechados agora.

Eu não respondo e aos poucos vou adormecendo e relaxando na cama. Quando estava quase dormindo, ouço Changbin murmurar algo.

– Oi? – questiono finalmente me virando para olhá-lo.

– Desculpa! – ele diz – Achei que você já estava adormecido.

– Você não estava falando comigo? – pergunto virando meu corpo em sua direção.

– Na verdade, estava falando comigo mesmo! – ele diz sem graça.

– Que doido! – brinco sorrindo, mas fechando meus olhos cansados – Não consegue dormir? Posso ficar acordado com você, se quiser!

– Não! Você está muito cansado! Pode dormir, meu anjo! – sinto sua mão acariciar meu cabelo e em seguida meu rosto.

– Tem certeza? – pergunto antes de bocejar.

– Sim, pode dormir! E desculpa te acordar! – ele diz baixo.

– Normalmente eu ficaria emburrado com isso, mas...

– Mas?

– É bom abrir os olhos e ver você! – digo enquanto abro meus olhos para olhá-lo novamente e sorrio ao notar seu sorriso bobo pra mim.

– Tá virando meu feitiço contra mim agora, é? – ele ri sem graça.

– Sim! Amou? – digo me arrastando para mais perto dele que me abraçou.

Ficamos em silêncio por alguns minutos, mas logo escuto Changbin sussurrar meu nome me despertando mais uma vez. Abro meus olhos devagar e ao encontrar seu olhar no meu questiono:

– Hm?

– Eu te amo! – ele diz.

Abro os olhos por completo e pisco múltiplas vezes pra ter certeza de que ouvi certo. Ele ri baixo de minha reação e repete:

– Eu te amo! Desculpa se tá cedo pra dizer, mas eu amo!

– Binnie... – levanto meu torso e ele me olha curioso ainda deitado na cama.

– Você não precisa dizer nada. – ele começa – Eu não esqueci que um dia eu já te fiz mal e mesmo que você goste de mim, talvez você demore a sentir algo que vai além disso. Mas eu não me importo de você não sentir ainda, porque se tem alguém que merece ouvir isso é você! Eu te amo! Eu nunca senti tanto carinho e tanto cuidado na minha vida quanto eu sinto com você. Se um dia você quiser quebrar meu coração, você pode, porque querendo ou não eu sinto que você que encheu ele nos últimos tempos. – seus olhos começam a lacrimejar chamando minha atenção.

– Binnie, para! – peço colocando minha mão em seu rosto – Não fala assim! – beijo sua boca e em seguida espalho beijos por seu rosto – Ei, eu te amo também! – sorrio pra ele que sorri de volta pra mim deixando uma lágrima cair. Seco ela e continuo – Você é tão bobo de achar que eu não sinto isso. Eu sou totalmente apaixonado por você e eu nunca vou quebrar seu coração!

– Espero nunca quebrar o seu também! – ele diz e me puxa para beijá-lo.

O beijo era calmo e apaixonado. Era como se os lábios dele acariciassem os meus e eu estava totalmente entregue a esse toque. Nos soltamos e nos olhamos por um momento.

– Eu te amo! – digo com um sorriso.

– Eu te amo! – ele responde e me puxa para seu abraço novamente – E pra demonstrar meu amor, vou deixar você dormir agora!

– Finalmente! – finjo comemorar ganhando pequenas cócegas dele.

– Boa noite, meu anjo! – ele diz e dá um beijo em minha testa.

– Boa noite, amor! – respondo e me aconchego em seu peitoral para logo adormecer.

Durante a noite, tenho vários sonhos esquisitos, mas sempre que acordo, noto que ainda estou nos braços de Changbin e relaxo novamente. Sinto que quando estou com ele, nada pode me ferir. Estar nos braços dele é acolhedor e me deixa longe do que um dia já foi um problema pra mim. Eu já sabia que amava ele, mas nunca admiti pra mim mesmo até ouvir ele dizer essas palavras na noite anterior. Imediatamente, eu quis dizer que sentia o mesmo e me entregar pra ele sentimentalmente da forma que nunca fui capaz de fazer com alguém desde que me entendi como pansexual.

A noite segue entre sonhos até que eu tenho o último deles. Changbin estava nesse e ele parecia me tratar com indiferença, o que me magoava demais. Eu tentava de toda forma estar ao lado dele e chamar sua atenção pra mim até que ele me manda ir embora e deixa-lo em paz. Acordo com o peito apertado, chateado pelo que aconteceu no sonho e noto que já não estou mais em seus braços. Olho para o lado e vejo que ele está dormindo de costas para mim. Incomodado com a situação, me arrasto até ele e abraço suas costas. Ele se move após o toque e vira o rosto para olhar pra trás, seus olhos pesados de sono. Ele se vira para mim e me puxa pra ele, me deixando contente. Me aninho em seu peitoral mais uma vez e ouço sua respiração ficar lenta, indicando que ele adormeceu de novo.

Me sinto idiota por isso, mas não consigo deixar de ficar feliz de estar assim com ele. Não faz tanto tempo desde que estamos juntos, mas pareceu que foram anos até eu conseguir me confessar pra ele. Então, estar com ele agora é como finalmente poder soltar o ar depois de tanto prender a respiração. E é notável o quanto ele se dedica a mim. Se dedica de uma forma que eu nunca imaginaria. Eu queria ele como namorado, mas além disso, ele está sendo o melhor que eu poderia pedir.

Submerso nos meus pensamentos, me inclino pra frente e passo meu nariz perto da sua clavícula para sentir seu cheiro bom. Aparentemente, o toque do meu nariz em sua pele o fez sentir cócegas, o que fez com que ele se encolhesse e bravo me forçasse a me virar de costas pra ele para que ficássemos de conchinha. Sorrio com sua atitude, mas reclamo:

– Ah não! Eu quero cheirar você!

– Fica quietinho! – ele diz baixo com sua voz rouca e me aperta mais em seu abraço.

– Por favor! – peço com a voz manhosa.

– Não! – ele diz mais uma vez e afunda sua cabeça em minha nuca.

– Hm! – finjo irritação – Depois diz que me ama...

– Eu te amo! – ele sussurra em minha nuca fazendo meu corpo inteiro se arrepiar e em seguida solta um risinho nasalado de satisfação.

– Eu te odeio, Seo Changbin!

Começo a me debater para me soltar dele, claramente em vão, mas paro de brincar assim que o escuto dizer:

– Por favor, não me odeia!

Fico paralizado, pois não posso ver seu rosto, mas sua voz soa como se ele estivesse falando sério. Me lembro novamente de como cheguei e o encontrei com os olhos marejados. Ele parece ser do tipo que tenta esconder de toda forma quando está machucado, tenta parecer durão e mostrar que não precisa de ajuda. Coloco minha mão sobre a sua que está em volta de meu torso e a puxo para entrelaçar meus dedos aos seus colocando ela na altura de meu peito. Sinto ele beijar minha nuca e respondo beijando sua mão.

– Você não precisa ser forte sozinho! – digo – No que precisar de mim, eu vou estar aqui pra você!

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