– Como? – ele pergunta ainda atento a mim, mas um tanto surpreso.
Eu não quero ter que repetir, já foi difícil o suficiente falar a primeira vez. Eu coloco as mãos no meu rosto que a essa altura está vermelho assim como minhas orelhas.
– Eu gosto de você, hyung! – minha voz saiu sufocada já que eu ainda escondia meu rosto.
Senti sua mão no meu pulso puxando para que eu mostrasse meu rosto, mas eu ainda assim olhava pra baixo, me sentindo nervoso demais para olhar pra ele.
– O que tem de errado com você, Felix? – ele perguntou baixo.
Já era! Ele ía brigar comigo e falar que eu estava louco. Ía falar que eu era um otário por sequer imaginar que ele poderia gostar de mim de volta. Ía me mandar esquecer disso, zoar da minha cara, falar que eu era ridículo. É óbvio que ele não gosta de mim. E olha só pra mim, o estado em que estou sem ao menos conseguir falar para ele o que sinto sem alguma confiança. O tanto de força que ele tem, falta em mim e ele definitivamente não precisa de alguém fraco assim do lado dele.
– Eu num sei! Eu num sei porque gosto de você também! – disse bravo me afastando – Eu não devia gostar, mas eu gosto! Mas fica tranquilo que eu não vou nem sequer mais falar disso. – finalmente olhei em seu rosto e pude ver sua feição magoada.
– Felix, por Deus, cala essa boca e respira! – ele disse me segurando novamente – Você vai passar mal desse jeito. Por que você está assim? É tão ruim assim gostar de mim?
Agora meu coração ficou pesado. Ele estava apenas preocupado comigo e eu estava aqui quase o desmerecendo, porque estava na defensiva e esse era meu problema. Eu só esperava coisas ruins das pessoas quando tem a ver com sentimentos e assim acabo por abalar o sentimento alheio, como se o meu já não bastasse. Comecei a chorar e o abracei rapidamente.
– Desculpa, não foi o que eu quis dizer! – disse recebendo seu abraço de volta – Eu tenho tanto medo.
Ele ficou em silêncio enquanto eu sentia sua mão nos meus cabelos me acariciando.
– Respira, por favor! – ele pediu baixo.
Ele soltou do nosso abraço, voltou para dentro da padaria e deu alguma desculpa para nossos amigos alegando que precisava fazer algo e que eu iria com ele para ajuda-lo. Ele voltou, segurou em minha mão e me puxou andando para longe da padaria. Havia uma pequena praça ali perto, que no momento, por ser de noite, estava praticamente deserta, apenas com uma ou outra pessoa que passeava com seu cachorro. Nos sentamos em um banco, ele ainda segurava minha mão enquanto eu ainda me recuperava do choro, mas um pouco mais tranquilo porque finalmente tinha notado que ele apenas queria me ajudar. Eu fui bruto com ele, mas ele ainda estava aqui ao meu lado, esperando até que eu ficasse bem novamente. Ele colocou sua outra mão sobre as nossas como se tentasse aquecer a minha e disse:
– Se você quiser falar algo, pode falar. Mas se quiser ficar em silêncio também, tudo bem!
– Na verdade eu esperava que você pudesse falar algo. – disse com minha voz falha.
– Eu?
– Hyung, eu acabei de me declarar pra você. Eu não sei o que pensar! – disse o vendo sorrir.
Ele se virou no banco para olhar diretamente pra mim. Aquele mesmo sorriso de canto dele, aquele maravilhoso que me deixava molinho. Ele suspirou e disse:
– Achei que antes de tudo pudesse querer conversar sobre a parte do medo. Mas então, você gosta de mim mesmo?
– Ai, você vai me fazer falar de novo? – eu disse puto o fazendo rir.
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Músicas de Amor na Loja da Rua de Baixo | Changlix
FanfictionChangbin e Felix, dois jovens na faculdade, se conhecem melhor quando começam a trabalhar juntos na loja de discos de seu melhor amigo. Eles têm todos os motivos para não se darem bem, mas as músicas de amor que tocam na loja, fazem com que eles olh...