Capítulo 18

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[Felix p.o.v.]

Pisco meus olhos devagar e assim que de fato os abro sinto minha cabeça rodar. Acabo gemendo incomodado com a sensação e deito minha cabeça no travesseiro novamente com meus olhos fechados. Aperto a fronha macia em minha mão e respiro fundo tentando relaxar. Acabo sentindo um cheiro diferente. É um cheiro muito bom que faz com que eu incline minha cabeça para que meu rosto chegue mais perto do travesseiro e eu possa sentir mais aquele cheiro. É cheiro de perfume masculino com certeza, mas não é o meu cheiro. Assim que essa realidade bate, abro meus olhos novamente e percebo só agora que não estou no meu quarto. Me sento na cama e olho ao redor. É um quarto com paredes azuis escuras, tem uma mesa um pouco bagunçada, uma cômoda, um armário na parede e um banheiro logo ao meu lado. Olho rapidamente pra uma das mesas de cabeceira ao lado da cama e vejo que meu celular está ali carregando. Por Deus, onde eu estou? Me levanto devagar e noto que estou usando roupas mais largas, puxo a camisa com a mão e sinto o cheiro de perfume masculino que também senti no travesseiro. Olho ao redor tratando de encontrar pistas e saber se eu não estou em um ambiente perigoso e finalmente vejo um quadro de avisos em cima da mesa, chego perto e vejo uma foto de Chan e Changbin.

– Sem chances! – disse baixo.

Esse quarto não poderia ser de Chan, primeiro porque conheço seu quarto real e segundo porque o outro quarto fica no dormitório da faculdade e não seria uma suíte única assim. Então eu estou no quarto de Changbin? Estou no quarto de Changbin, usando as roupas dele e sentindo seu cheiro no travesseiro? Misericórdia, o que eu fiz? A cabeça doía mais que antes agora me fazendo andar em círculos. Era cedo ainda, seis da manhã segundo meu celular. Abri a porta do quarto devagar e dei de cara com uma pequena cozinha, olhei para o lado e vi uma sala, onde havia um sofá que tinha alguém deitado nele. Me estiquei para ver e senti minhas bochechas esquentarem ao ver Changbin sem blusa largado no sofá dormindo profundamente. Provavelmente a visão mais linda que eu poderia ver na minha vida era aquele homem sem blusa. Mas agora, ao lembrar do que acabei de aprontar, esse homem lindo e sem blusa agora deve me odiar por seja lá o que eu tenha feito ontem que o fez me buscar naquela festa e trazer pra sua casa. Eu não queria ficar pra descobrir.
Entrei no quarto novamente, procurei por minhas roupas e me troquei no banheiro. Peguei meu celular e sai bem de fininho do quarto até que me virei e ouvi:

– Bom dia! – Hyunjin cumprimentou fazendo com que eu apenas abrisse minha boca, mas não dissesse nada – Também tô chocado!

– Me perdoa! Eu juro que não é nada do que você tá pensando! – disse baixo, pois sabia que Changbin estava logo ali do lado.

– O quê que eu tô pensando? E por que importaria o que eu tô pensando?

– Eu juro que não aconteceu nada! – cheguei cautelosamente mais perto como se me aproximasse de um animal selvagem.

– Que pena, então! – ele respondeu levando uma xícara a sua boca.

– Você, não...quero dizer, seu namorado... – apontei para Changbin, o que fez ele começar a engasgar.

– Deus me livre, garoto! Aquilo ali não é um namorado não, é minha penitencia! – ele disse se recuperando do engasgo.

– Mas... vocês não...?

– Não! – Hyunjin me olhou como se fosse óbvio – Nosso único compromisso é o aluguel que a gente divide todo mês.

– Ah... – disse morrendo de vontade de sorrir, mas segurando para que não ficasse óbvio – Enfim, eu acho melhor eu ir indo mesmo assim!

– Não quer pãozinho? – ele mostrou um brioche pra mim que eu apenas recusei com um aceno.

– Obrigado, mas tenho que ir! Com licença! – me curvei rapidamente e corri para porta que estava ao lado de nós que graças a Deus era justamente a saída.

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