Capítulo 43

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[Felix p.o.v.]

Entro na padaria exatamente às 15 horas e me sento em uma das mesinhas apenas esperando o tal menino aparecer. O movimento está relativamente alto, e apenas a tia de Ryujin atende a pessoas no momento, até que Hyunjin sai da cozinha com uma forma cheia de doces. Ele me avista e sorri pra mim demonstrando estar nervoso. Peço por um cappuccino enquanto espero, mas o menino não aparece. Hyunjin e eu combinamos que ele daria um sinal quando estivesse falando com o menino, que seria pegar uma caneta que usa para anotar os pedidos e colocar atrás de sua orelha, então não posso deixar se observá-lo sempre que ele fala com um cliente.

Quando deu 15:45, um menino entrou e ficou olhando para o menu escrito nos quadros pendurados na parede. Hyunjin estava na cozinha, então a tia de Ryujin oferece de atendê-lo, mas ele diz estar pensando no momento, então ela o deixa sozinho. Logo Hyunjin aparece novamente com uma nova fornada de croissants que cheiram maravilhosamente bem e vejo seus olhos brilharem ao olhar para o menino. Deveria ser ele. Ele larga a fornada em cima de uma mesa atrás do balcão e vai até o menino.

– Posso ajudá-lo? – Hyunjin pergunta.

– Ah... acho que vou querer o de sempre! – o menino soa tímido, mas não consigo ver sua expressão já que ele está de costas para mim.

– Strudel e café? – Hyunjin sorri e coloca a caneta atrás da orelha.

– Isso! – o menino responde.

– Só um momento, tenho que buscar mais strudels na cozinha! – Hyunjin pede e se retira.

Me levanto e vou até o balcão do lado do menino de cabelos escuros e bagunçados. Seu rosto é jovial, seus olhos pequenos e a boca num sorriso fino e tímido. Ele era adorável!

– Sabe onde Hyunjin foi? – questiono.

– Como? – ele me olha confuso.

– Hyunjin... o menino bonito que trabalha aqui!

– Ah... Ele foi buscar meu pedido! – ele diz tímido.

– Hmm! Eu senti o cheiro desses croissants e fiquei doido por um! – comentei sorrindo o fazendo sorrir de volta – Meu nome é Felix! – estendo a mão pra ele que a aperta.

– Jeongin. – ele responde.

– Vem sempre aqui Jeongin? – pergunto como se não soubesse.

– De vez em sempre, sim! Trabalho por perto!

– Hmm, legal!

– Ah... e você? – ele devolve a pergunta, educado.

– Só de vez em quando pra visitar meu amigo. Hyunjin, sabe? O atendente...

– Ah! É amigo dele?

– Sim! Você?

– Como? Se sou amigo dele? – aceno com a cabeça que sim – Não. – ele finalmente responde, totalmente confuso com a pergunta.

– Mas gostaria? – pergunto.

– Eu... Se eu...

– Sabe, ao invés de ficar pedindo strudel, devia logo pedir o telefone dele. Aposto que ele te daria!

– Ah...

– Você faz o tipo dele! – corto ele.

– Voltei! – Hyunjin diz voltando da cozinha – Aqui o seu strudel! – ele entrega um saquinho para o menino que pega com um sorriso tímido – Felix, quer algo?

– Um daqueles ali, por favor! – aponto para os croissants.

– Ah, acabaram de sair, estão muito bons! – Hyunjin responde se virando pra pegar um – Eu que fiz, sabia?

– Eu também! – Jeongin disse nos fazendo olha-lo confusos – Eu também quero um!

– Ah, claro! – Hyunjin sorri.

– Ei! – cochicho – Vai por mim, pede o número dele! – dou dois tapinhas em seu ombro.

Hyunjin traz os croissants e nos entrega. Nesse momento sorrio em agradecimento e volto para mesa onde estava.

– Vou apenas colocar o seu café no copo! – Hyunjin diz para Jeongin e logo retorna com tudo o levando até o caixa – Tudo dá 15! Quer mais alguma coisa?

– Ah... não! – Jeongin diz me fazendo sentir vontade de me levantar e lhe dar um chute.

– Tudo bem então! – Hyunjin diz esperando ele lhe passar o dinheiro.

Ele entrega o dinheiro para Hyunjin e sorri para ele em agradecimento antes de se virar para sair, mas quando abre a porta, Jeongin para e vira o rosto para olhar pra Hyunjin que ainda não havia tirado os olhos dele, totalmente esperançoso. Jeongin volta até o balcão e diz um pouco baixo:

– Será que...eu posso ter seu número também?

– Carai, finalmente! – cochicho pra mim mesmo.

Hyunjin sorri para ele e diz:

– Mas você já tem!

– Como? – Jeongin questiona confuso.

– Que? – sussurro pra mim mesmo novamente.

– Olha de baixo do copo de café! – Hyunjin diz fazendo com que Jeongin erga o copo acima de sua cabeça e veja o número lá, o que faz o menino corar – É uma pena que nunca tenha notado!

– Eu sinto muito! – Jeongin diz envergonhado, mas com um sorriso besta no canto da boca.

– Tudo bem! Vou esperar sua mensagem, er...

– Jeongin. Yang Jeongin! – ele responde fazendo Hyunjin sorrir pra ele enquanto cruza os braços por cima do balcão.

– Vou esperar sua mensagem, Yang Jeongin! – Hyunjin responde para o menino que sorri rapidamente de volta e se vira para sair da loja.

Hyunjin finge que tinha voltado ao trabalho de guardar os salgados no lugar correto, mas quando Jeongin sai da vista da vitrine da loja, Hyunjin pula enquanto grita:

– CARAMBA, FELIX!

– FINALMENTE! – eu me levanto pulando também.

– Eu jurei que ele ía embora de novo. Eu quase dei um grito! – Hyunjin diz fingindo desmaiar em cima do balcão.

– Ah, mas se ele fizesse isso, eu ia dar três tapas contados na cara desse moleque!

– Não ía, não! Eu não deixaria você tocar no... Jeongin! Meu Deus eu finalmente sei o nome dele!

– Ele finalmente pode deixar de ser o garoto do strudel!

– E hoje ele pediu croissant! – Hyunjin levou os braços para o alto em comemoração – Eu amo croissant!

– Aliás me dá mais dois desses que eu vou levar um pro meu chefe e um pro meu namorado! – peço caminhando até o balcão novamente – E que novidade foi essa do café, hein?

– Eu vim fazendo de uns tempos pra cá! – Hyunjin diz pegando mais dois croissants pra viagem – Fico mais feliz ainda de saber que ele não ligou porque nunca percebeu e não porque não queria!

– Quem não ía querer ficar com o padeiro bonitão? – brinquei com Hyunjin que fingiu timidez ao meu entregar os croissants.

___

Retorno à loja doido para contar a novidade para os fofoqueiros que me aguardam. Assim que passo pela porta balanço os saquinhos de croissant no ar dizendo:

– Trago lanchos e novidades!

Mas ao invés da recepção calorosa que eu esperava, vejo Chan e Changbin atrás de balcão, ambos com um semblante preocupado. Meu sorriso desaparece e caminho até eles questionando:

– Aconteceu alguma coisa? – ninguém me responde, então prossigo – Eu trouxe croissant pra vocês e... O que foi?

– Conta pra ele! – Chan diz a Changbin que respira fundo e esfrega os próprios olhos com as pontas dos dedos.

– Binnie? – chamo.

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