Músicas de Amor na Loja da Rua de Baixo | Changlix

Capítulo 53

[Changbin p.o.v.]

Se o tempo que Felix havia me pedido tinha acabado, eu não sei! Eu não havia questionado ele sobre isso, mas eu ainda tinha receio de não o ter de volta completamente. Eu ainda sentia que precisava conquistá-lo de novo. Ontem, para mim, foi um grande avanço ele ter me beijado, mas ele não quis passar a noite comigo. O que pode não ser nada demais ou pode ser muita coisa. Eu sei que não ficarei em paz até ter certeza que nosso relacionamento voltou a ser como antes, por mais que eu saiba que nunca será 100% como antes novamente. Aprendemos muito um sobre o outro com tudo que aconteceu nessas últimas semanas e tenho certeza que aprenderemos mais com o passar do tempo.

Ontem de noite ele me falou sobre terapia e como tinha medo de que todos esses traumas pudessem interferir na minha vida a partir de agora. Era uma conclusão que eu já havia chegado com minha irmã, e terapia nunca é demais e eu aceitei fazer. Mas, de certa forma, sempre me senti muito bem resolvido sobre esses assuntos. Aprendi a ser forte e a não precisar de ninguém, mas, claramente, demonstrações de afeto pra mim tem um peso mil vezes maior do que eles realmente são. Eu valorizo muito o carinho de meus amigos comigo, pois por menor que seja o ato, é muito mais do que eu já recebi na vida. Mas isso não faz com que eu fique obcecado por eles, apenas me faz valorizar muito mais as relações que tenho. Depois disso tudo, eu espero nunca ter relações vazias e farei de tudo pra tornar as que eu já tenho duradouras e saudáveis.

Felix era uma certeza que eu queria manter comigo. Estamos há pouco tempo juntos, então a paixão ainda é forte. E depois que a paixão acaba, nunca se sabe o que vem. Mas eu conseguia enxergá-lo no meu futuro com clareza. Era uma relação que eu queria cultivar e manter comigo pra sempre. Não pelo que ele me faz sentir, mas porque eu quero fazer ele se sentir bem. Pela primeira vez, eu realmente me importo mais com o que ele precisa do que com o que eu preciso. Eu quero cuidar dele e estar ao seu lado sempre que ele precisar. Felix faz com que eu queira crescer e melhorar mais do que antes, pois apenas assim serei merecedor de estar ao seu lado.

Eu ainda planejava tocar músicas pra ele enquanto estivesse na loja, fazendo da mesma forma que fizemos há um tempo atrás para confessarmos nosso sentimento, mas agora para fortalecer o que sentimos. Pelo menos torço pra que dessa vez a mensagem seja notada. Sorrio ao lembrar de como ambos não entendemos a mensagem um do outro durante todo aquele tempo.

Desperto dos meus devaneios ao ouvir a porta da loja de abrir e duas mulheres passarem por ela. Enquanto se aproximam, reconheço a senhora Bang que faz cara de espantada assim que me vê. Ao seu lado, se me lembro bem, está a senhora Lee, mãe de Felix, que fica tão espantada quanto a amiga.

– Menino, o que aconteceu? – a senhora Bang questiona correndo até o balcão e segurando meu rosto pra me analisar.

– Eu... cai de bicicleta! – disse sem graça.

– Pare de mentir, menino! – a senhora Lee diz brava se aproximando – Isso foi serviço daqueles seus pais, não foi? Você os denunciou, certo?

– Como assim? – a senhora Bang perguntou chocada – Por que eles fizeram isso com você?

– Ah... É uma longa história! Mas não precisam se preocupar, eu já estou melhor! – permaneço sem graça em falar sobre o assunto com as duas, agradecendo por elas não terem visto como eu estava no início da semana.

– Você foi ao médico? – a senhora Lee pergunta.

– Sim, senhora! Duas vezes! – confirmo – Está tudo sob controle!

– E por que você está aqui? Não me diga que Chan está te fazendo trabalhar nesse estado! – senhora Bang diz brava.

– Ah, não! Eu que insisti! Eu prefiro assim, porque é bom me ocupar! – explico rapidamente.